Novela de Eric
Carvalho Cattin
Capítulo 026
NO CAPÍTULO ANTERIOR...
MELISSA CAMINHA PENSATIVA PELOS CORREDORES DO HOSPITAL.
MELISSA – Meu Deus será que o favelado
sobreviveu e estava escondido esse tempo todo? Alex precisa saber disso imediatamente!
(ela entra no carro e sai)
QUARTO JULIA
O MÉDICO ENTRA E EXAMINA JULIA QUE ACORDA.
LANA – Oi minha filha!
JULIA (confusa) – Mãe? Que lugar é
esse? O que aconteceu?
MÉDICO – Julia você está em um
hospital, você sofreu uma overdose devido ao grande consumo de drogas e quase
morreu, mas você já está bem teve muita sorte muita mesma, você praticamente
nasceu de novo!
JULIA (overdose) – Overdose? Ai que vergonha, me desculpa
mãe? (choro)
LANA (abraça Julia) – Claro minha
filha, mas não pense nisso agora o importante é que você está bem, não é
doutor?
MÉDICO – Sim, ela já está ótima e já
pode ir pra casa! (sorri)
LANA (feliz) – Graças a Deus!
LANA LEVA JULIA DE VOLTA PARA CASA
MANSÃO NEGRINI/ QUARTO JULIA (INSTRUMENTAL TENSO)
JULIA ACABA DE TOMAR SEU BANHO E SAI DO BANHEIRO.
JULIA – Mãe? Mãe não precisa ficar em
cima de mim né! Já estou ótima!
LANA – Eu sei e é por isso que vim aqui
minha filha! Quero que você seja verdadeira comigo, foi você que roubou meu
colar de diamantes não foi?
FOCO EM JULIA
INSTRUMENTAL TENSO...
MIGUEL PARA O CARRO NO ESTACIONAMENTO DO ORFANATO, ALFREDO O VÊ DE
LONJE.
ALFREDO – Miguel? Não, não pode ser!
Miguel está morto! (ele desce do carro)
MIGUEL DESCE DO CARRO E DEPARA-SE COM ALFREDO NA PORTA DE SEU CARRO.
ALFREDO – Miguel! É você mesmo!
FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO VINTE E SEIS...
ALFREDO – Miguel é você mesmo! Como
pode está vivo?
MIGUEL (sai andando) – O senhor deve
está me confundindo, com licença!
ALFREDO (o puxa) – Não venha achar que
vai me convencer de que você não é o Miguel porque não vai conseguir! Por onde
andou esse tempo todo? Lana sofreu tanto com sua morte!
MIGUEL – Desculpe meu senhor mas eu
realmente não sei do que o senhor está falando, me da licença que tenho um
assunto muito importante para resolver! ( ele sai)
ALFREDO (anota a placa do carro de Miguel) –
Acha mesmo que vai me enganar? Está muito enganado!
MIGUEL ENTRA NA RECEPÇÃO DO ORFANATO PEGA ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE
JOCA E SAI...
MIGUEL (olhando para um papel) – Então são esses os pais de Joca? Eu vou
te encontrar meu irmão esteja onde estiver! (ele entra no carro e segue)
MANSÃO NEGRINI/ QUARTO JULIA/ DIA
LANA – Então Julia estou esperando sua
resposta! Foi ou não foi você quem roubou meu colar?
JULIA (arrependida) – Foi eu mãe! Me
desculpe eu estava desesperada para comprar droga e não tinha de onde tirar
dinheiro, se eu pedisse a você iria querer saber pra que era.
LANA (indignada) – Você roubou meu
colar para comprar drogas Julia? Aquele colar valia uma fortuna!
JULIA – Eu sei mãe, mas você consegue uns
vinte iguais a aquele colar me desculpe!
LANA – Olha minha filha eu estou
profundamente decepcionada com você! Mas sei que isso não irá se repetir não é?
JULIA – Claro que não minha mãe! Eu
prometo não vou nunca amis chegar perto de drogas pode confiar!
LANA (abraça Julia) – Que bom ouvir
isso de você minha filha! Eu só quero seu bem!
PEDRA ROSA
PREFEITURA/ SALA PREFEITO/ DIA
PREF. GENIVALDO (grita) – Mirtes?
MIRTES (chega correndo) – Pois não
patrão?
PREF. GENIVALDO – Quero que prepare uns
documentos para enviar ao ministro de obras de Pedra Rosa!
ALZIRA CHEGA E ENTRA NA SALA DO PREFEITO/ (instrumental cômico)
ALZIRA (voz melosa) – Vai fazer uma
licitação Valdinho? Então coloque uns zeros a mais nessa licitação para fazer
aquela plástica no meu nariz? Você me prometeu a alguns meses e até agora nada!
PREF. GENIVALDO – Mirtes pode se
retirar, e faça o que eu lhe pedi!
MIRTES – Sim senhor! Com licença! (ela
sai)
PREF. GENIVALDO – Você enlouqueceu
Alzira?
ALZIRA – Ai Valdinho o que eu fiz? É só
colocar uns zerinhos a mais que ninguém vai perceber, sempre fez isso.
PREF. GENIVALDO – Não é por isso, você
me diz essas coisas na frente da secretária? Quer acabar com minha reputação?
Quer que eu sofra um impeachment é isso Alzira?
ALZIRA – Calma bebê me desculpe vai,
fiquei um pouco empolgada! (ela da beijos no rosto e boca dele) Diz que vai
fazer o que sua Alzirinha quer? Te prometo que vai ser bem recompensado!
PREF. GENIVALDO – Vou pensar no se caso
Alzira, agora saia preciso trabalhar! E vê se coloca uma roupa mais decente!
Você é a primeira dama de Pedra Rosa, não pode andar por ai vestida tão vulgar!
ALZIRA – Credo Vavá você acha? Achei
tão longo esse vestido.
PREF. GENIVALDO – Se componha Alzira
você está entrando na terceira idade, não tem mais idade para sair assim pelas
ruas! Vamos volte para casa e coloque roupas de senhoras da sua idade!
ALZIRA – Está me chamando de velha
Vavá?
PREF. GENIVALDO – Saia Alzira preciso
trabalhar!
ALZIRA – Você é um grosso Vavá! (ela
sai da sala)
PREF. GENIVALDO – O que eu fiz meu Deus
pra merecer isso? Me diz?
CASA LUCIA/ COZINHA/ DIA
LUCIA PREPARA O CAFÉ DA MANHÃ, ANDER CHEGA E SENTA-SE A MESA.
LUCIA (assustada) – Meu filho o que foi
isso na sua mão?
ANDER – Não foi nada mãe, cai ontem na
praça, mas está tudo bem!
LUCIA – E ai meu filho como foi na
faculdade? Gostou?
ANDER – Gostei sim mãe, é muito boa!
LUCIA – Ihhh Anderson te conheço meu
filho, sei que esse “gostei sim” não foi empolgado, o que ouve meu filho?
TIÃO ENTRA NA COZINHA (instrumental tenso)
TIÃO – Por isso esse menino é uma
gazela, você trata ele como se fosse um bebê tem dó Lucia deixa o moleque se virar
ele não é de cristal!
LUCIA – Deixe que do meu filho cuido eu
Tião!
ANDER (se levanta da mesa) – Tchau mãe
já vou pra faculdade!
LUCIA – Mas não vai tomar seu café meu
filho?
ANDER – Tomo na rua! (ele sai e bate a
porta)
TIÃO – Credo que gazela brava essa
hein? Me sirva o leite!
LUCIA – Você tem sempre que estragar
tudo por onde passa Tião? Por que você é assim tão desprezível? Tem sempre que atacar seu próprio filho!
TIÃO – Não vai começar com suas
ladainhas logo de manhã vai? Eu só não gosto da ideia de ter um filho viado só
isso!
LUCIA (raiva bate na mesa) – Meu filho
não é gay! E mesmo se fosse eu iria ama-lo da mesma forma, independente se ele
for gay, hetero, branco, preto, azul, gordo ou magro ele vai ser sempre meu
filho e sempre iriei ama-lo incondicionalmente e sei que ele vai sentir o mesmo
por mim, e você? Você vai acabar sozinho sem ninguém porque é um ser sem
coração e sem amor! Vai morrer a mingua!
TIÃO DA UM TAPA NA CARA DE LUCIA.
TIÃO (grita) – Chega sua vagabunda! Tá
achando o que? Virou psicóloga agora pra
ficar me dando sermão? Se coloque no seu lugar ou vai acabar perdendo essa sua
língua grande! Você não queira me deixar irritado não Lucia que sabe o que faço
quando estou irritado.
LUCIA (com a mão no rosto) – Pode
bater, pode até arrancar sangue de mim, mas uma coisa eu te garanto Tião, o
amor que eu sinto por Anderson e o que ele sente por mim ninguém irá tirar!
(ela sai)
TIÃO – Vagabunda! (ele coloca no copo
leite e bebe)
INTERVALO – ABERTURA
DA NOVELA
CAMPELLO
SALA VITÓRIA/ DIA
VITÓRIA TOMA CHAMPANHE OLHANDO PELA JANELA (som Resposta ao tempo –
Nana Caymmi)
VITÓRIA – Por que você me deixou?
Poderíamos ter sido tão felizes juntos?
VANESSA ENTRA NA SALA.
VANESSA – Dona Vitória?
VITÓRIA – Ai menina que susto! Que
mania que vocês pobres tem de entrar nos lugares sem bater! Fala o que você
quer?
VANESSA – Me desculpe senhora! Vim
perguntar o que achou dos endereços que lhe passei para o evento beneficente!
VITÓRIA – Quero que reserve esse daqui!
(mostra no papel) E quero também que organize tudo, Buffet, garçom essas
coisas... E tudo de primeira hein garota! Não me venha com coisas que vocês
pobres acham que são finas mas que na verdade é tudo de quinta! Quero
impressionar todos os convidados, fazer desse evento o melhor e maior de todos que o Rio de Janeiro já viu!
Agora saia me deixe sozinha! E vê se aprende a bater na porta antes de entrar!
VANESSA (olha o gravador em baixo da mesa)
– Sim senhora, com licença! (ela sai da sala) Como vou pegar aquele
gravador se essa ordinária não sai da sala? Vou ter que ficar de plantão
esperando a vaca sair!
MOTEL QUERO MAIS/ QUARTO/ DIA (INSTRUMENTAL TENSO)
ALEX E MELISSA ACABAM DE TRANSAR
ALEX – Tô te achando meio tensa tá
acontecendo alguma coisa?
MELISSA – É umas coisas que tá na minha
cabeça aqui.
ALEX – Ihhh cachorra não gosto quando
tu fica assim não hein, vai fala logo o que esta passando nessa cabecinha aí?
MELISSA – Estava pensando que já estou
farta dessa miséria, de ter que ficar nos encontrando em motel! Quero ter nossa
vida de verdade!
ALEX – Ihhh agora não é hora de
romantismo Melissa, alias preciso ir que tenho um serviço pra fazer pra
vagabunda da Vitória! (começa a se vestir) Tenho que apagar o mordomo dela
acredita? Não entendi muito bem, mas...
MELISSA – É claro que ela ia mandar
fazer isso né sua anta! Ele deve ter chantageado ela com a história dele ser
pai da songa monga da Lana, é claro que é isso.
ALEX – É pensando bem até que você tem
razão meu amor! Agora que tenho que encontra-lo mesmo! Se ele resolve dar com a
língua nos dentes nosso trunfo vai por agua a baixo!
MELISSA – Então trate de encontra-lo o
quanto antes, e depois que apagar o velho vamos ter que mandar a filhinha dele
junto pro lar dos pés juntos! (risos) Já estou farta daquela sonsa!
ALEX – Tem razão eu também estou!
MELISSA (o beija) – Então meu amor,
temos que dar um fim logo nisso tudo, estamos muito parados com nosso plano, já
a quase vinte anos esse chove e não molha! Olha onde chegou, a Campello está a
beira da falência vamos é acabar não faturando nada com tudo isso! Temos que
agir rápido! Tem outra coisa que está me deixando um pouco aflita!
ALEX – O que foi?
MELISSA – Lana está achando que Miguel
está vivo!
ALEX (susto) – Como é que é? O
favelado? Vivo? Não! Eu matei o desgraçado, a sonsa deve esta é variando!
MELISSA – Sei não viu Alex, ela me
disse com muita convicção, estou começando a achar que existe essa possibilidade,
pensa comigo! Nunca ninguém encontrou o corpo dele apenas a bicicleta que você
jogou para forjar um acidente mas o corpo dele nunca ele pode muito bem ter
sobrevivido e se escondido esse tempo todo!
ALEX – Será? Será que ele foi tão
esperto assim? Eu acho que deve ser apenas coisa da cabeça daquela vagabunda.
Fica fria meu amor, o favelado está morto!
MELISSA – Não! Lana me garantiu que foi
ele quem levou a drogadinha da Julia para o hospital, olha a coincidência o pai
salvar a vida da filha sem nem saber que é o pai dela.
ALEX – Ai não Melissa você já está
imaginando muito, pare de assistir novela isso está mexendo com sua imaginação!
Preciso ir tchau! (ele a beija e sai) Paga a conta dessa vez beijos!
MELISSA – Cretino! (risos) Espero mesmo
que seja apenas minha imaginação!
PEDRA ROSA/ HOTEL DONA VERUSKA
PIEDADE ENTRA NO HOTEL (instrumental cômico)
PIEDADE – Bom dia meus amores, preciso
de um quarto por favor!
CREUZA – Ai que senhorinha mais fofa
Dona Veruska!
DONA VERUSKA – Bom dia minha senhora,
já vou providenciar seu quarto!
PIEDADE – Nossa como vocês são lindas,
parecem duas flores do campo!
CREUZA – Ai gente que fofura, quer ser
minha vó adotiva?
DONA VERUSKA – Cala a boca Creuza!
Desculpe minha senhora, é que minha funcionária é meio abusada mesmo.
PIEDADE – Imagine, eu adorei o jeitinho
dela lembra minha falecida filha! (choro) Coitadinha que Deus a tenha!
CREUZA (triste) – Tadinha Dona Veruska!
Ela perdeu a filha.
PIEDADE – Tadinha de Solange morreu
feito um passarinho! (choro)
DONA VERUSKA – Meus sentimentos... A
senhora pode acompanhar a Creuza que ela vai leva-la até seu quarto!
CREUZA (triste) – Vem dona Piedade me
acompanhe!
PIEDADE – Obrigado!
CREUZA LEVA PIEDADE ATÉ O QUARTO.
PIEDADE – Muito obrigado minha querida.
CREUZA – Qualquer coisa que a senhora
precisar...( interrompida)
O CELULAR DE PIEDADE TOCA, ELA ATENDE.
PIEDADE (ao telefone) – Sim? Faz como
te falei, bate, corta em pedacinhos e depois coloca no fogo! (ela olha para
Creuza) Depois me liga que te passo a receita! Tchau! (ela desliga) Me desculpe
querida era minha neta, queria uma receita de strogonoff, coitadinha não sabe
de nada.
CREUZA – Strogonoff? Amo strogonoff!
PIEDADE – Qualquer dia desses eu faço
um pra você! Com licença preciso tomar banho, estou morta! (risos) Tchau
querida! (ela fecha a porta)
CREUZA – Gente que vozinha mais
simpática! (ela sai)
CAMPELLO/ SALA VANESSA
VANESSA SAI DE SUA SALA E VAI DEVAGAR PELO CORREDOR, VITÓRIA SAI DE SUA
SALA, VANESSA SE ESCONDE E ESPERA VITÓRIA PEGAR O ELEVADOR, LOGO EM SEGUIDA
ENTRA NA SALA DE VITÓRIA E PEGA O GRAVADOR.
VANESSA – Será que tem alguma coisa que
incrimine essa vaca? Vamos saber agora! (ela da play e começa a ouvir toda a
conversa)
A GRAVAÇAO MOSTRA A CONVERSA DE ALEX E MELISSA FALANDO SOBRE LANA SER
FILHA DE ALFREDO, E LOGO EM SEGUIDA ELA OUVE O AUDIO EM QUE VITÓRIA COMBINA A
ARMAÇÃO NA FESTA BENEFICENTE.
VANESSA (chocada) – Meu Deus do céu,
isso aqui é uma bomba nuclear Miguel vai ficar chocado com tanta informação em
apenas uma gravação!
VITÓRIA ENTRA NA SALA
VITÓRIA – O que é isso? O que está
fazendo na minha sala posso saber?
VANESSA LEVA UM SUSTO E FICA
OLHANDO PRA VITÓRIA
MORRO DA PEDRA/ DIA
MIGUEL CHEGA E ESTACIONA O CARRO, TODOS FICAM DE OLHO.
JP – Quem é que tá colando aqui na
quebrada?
BETA – Sei não hein JP, acho melhor tu
ir lá conferir, porque o carango parece ser de gente importante.
JP – Cê é loco? Quem cola aqui na
quebrada sem da um salve? Vou ver qual é que é desse cozido!
JP VAI ATÉ O CARRO E BATE NO VIDRO
JP – E ai mano o que quer aqui na
quebrada? Vamo se adianta desce aí mano cê tá loco de colar aqui na minha
quebrada sem ser convidado? Vamo rapá desce aí!
MIGUEL DESCE DO CARRO E TIRA OS OCÚLOS.
MIGUEL (emocionado) – Joca? É você meu
irmão? Quanto tempo!
BETA – Vixi mano, o cara te conhece!
JP – Miguel?
FOCO EM JP
CONGELA IMAGEM
Sobe os créditos ao
som instrumental suspense.
Fim de capítulo
"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre
criação artística e sem compromisso com a realidade"
Maravilhosa👏👏👏👏👏👏❤
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