“Uma historia de mistério, com uma pitada de romance, uma amizade sem igual, e um tapa na sociedade.”
(Luana Kalliny)
“Menteu tira todos os seus sentimentos a cada palavra que fala, e sua historia nos conduz ao sob consciente, não ao dele, mas ao nosso”
(Luiz Rocha)
“O amor de Menteu, a Coragem de Beth, e a Humildade de Fred, irar te prender do começo ao fim, como uma ancora firmada em um barco”
(Luka Carvalho)
(06h00min hrs da manhã, Casa de Menteu San Jose Califórnia)
Estou parado em frente a uma janela, já era dia, com um sol irradiante e nuvens que formavam alguns animais com suas formas, mas o que me tira o foco são os milhares de pássaros voando em círculos, e começo a me ver no lugar deles de uma forma esquisita e completamente sem logica.
Como um ser de 14 anos pesando 65 Kg iria conseguir flutuar no ar?
Isso não seria possível sem o auxílio de algum apetrecho, sei que parece ridículo esse meu pensamento, mas é a forma que achei para fugir um pouco.
Talvez eu queria ser um pássaro e não só por causa da habilidade de voar, mas sim para ter sua mente, pequena e desocupada.
Desço as escadas e vou até a cozinha onde encontro minha mãe ainda de bobes na cabeça e um treco meio esquisito, parecia até fantasia da rainha do milho.
– Oi mãe
– Filho, quantas vezes tenho que te ensinar a tomar a benção e dar bom dia de manhã cedo?
Eu nunca dava bom dia a minha mãe, e nem a ninguém, eu não gostava de
desperdiçar as palavras, até porque quem poderia me garantir que o dia realmente iria ser bom? Falar palavras ao vento e como ser um idiota vivendo no século XXI e ainda estar preso no século XIX.
É fácil falar de coisas boas, difícil e ter elas de acordo como elas foram ditas.
– Desculpa abença?
– Agora sim, Deus abençoe, fala como foi à noite? Perguntou minha mãe enquanto passava alguns ovos.
Eu poderia contar a ela sobre a terra que passei a noite, falar dos monstros que eu tive que destruir, da espada que foi entregue a mim por um rei das terras de Pliston, e da minha recompensa por ter derrotado o vilão do sonho, mais preferi fazer do jeito mais simples… eu menti.
– Dormir como um anjo no Céu, mãe. falei
– Que bom, vejo que está melhorando. disse ela, e logo em seguida agitou meu cabelo.
Tomei café, peguei a mochila joguei nas costas e fui caminhando para a escola de San Jose.
Bom a escola é um lugar calmo comparado aos milhares de lugares que eu fui sem querer, e igual a qualquer outro ambiente escolar, temos os grupinhos que se dividem para trazer preconceito e se enquadrar aos padrões sociais dessa época.
A escola esta dividida em três classes.
Os famosinhos e populares que são: Os esportistas ( que são cobiçados por terem peitos fortes e pernas grossas) Os filhinhos e filhinhas de papai ( são muito malas e só ganharam a popularidade pelos iphone que eles esnobam nas selfies) boatos que 80% dessa massa jovem já perdeu a virgindade e a outra metade que correspondem a esse numero, querem perder antes do ano acabar.
E do outro lado os Nerds ( os que realmente tem futuro e vão se dar bem na vida) os pobres de classe media baixa ( uma grande parte bolsista os restante são esforçados ) Os skatistas junto aos grafiteiros.
E o terceiro grupo era formado por Eu, Beth, e Fred. Quase sempre penso que na realidade o terceiro grupo forma unicamente por mim, pois o Fred, apesar de ser meu amigo de infância pratica esportes frequentemente, é chamado para as festas mais populares, tem peitos fortes e ombros também, sem falar no seu rosto e nos olhos, mas o que mais gosto nele é que ele não se curva ao sistema de padrões que são pregados dentro da sociedade.
Já a Beth, tem uma vida agitada, toca violão e ainda gosta de se aventurar durante a noite, só não tem sorte no amor, (assim como eu).
Sou completamente apaixonado por ela, e acho até que namoramos, quer dizer, falta eu avisar a ela desse namoro, dependendo da reação dela, ou nós assumimos de vez ou terminamos.
Ainda caminhando próximo a praça das recordações passo em uma vitrine de uma Loja que esta estampada no alto da porta FASHION MAN, e no espelho da vitrine me deparo com uma imagem na qual não consigo decifrar.
É um jovem, cabelos pretos, pele morena de cílios escuros e olhos castanhos, meio gordo para seu tamanho, mais deu para eu perceber que era um jovem.
Porém o que chamou minha atenção naquilo tudo não foi a figura que estava olhando fixamente para mim, o que me chamou mais a atenção era que o garoto na vitrine na verdade sou EU.
Assustei-me com o que vi e não me refiro ao susto por ver alguém feio, era mais que isso, aqueles olhos, Cabelos e toda a gordura em seu corpo me fez perceber que na verdade, eu não servia para a sociedade, que eu não era o que elas consideravam certo, eu me senti como um desconhecido sendo reconhecido, não um desconhecido que não se conhece mais sim um desconhecido que se surpreende ao se reconhecer.
Sento-me no chão escorado em um poste que servia de escada para uma luz, olho em minha volta e vejo as nuvens que ainda cobria o céu, os pássaros já não estavam mais lá, porém eu estava, junto a todos os meus medos, pensamentos e segredos.
Começo a chorar em frente aquele Inútil e imprestável reflexo real.
Logo em seguida eu tomo a pior escolha que alguém poderia fazer. Eu Penso.
O texto trás em sua composição uma pequena e singela pitada de nostalgia. Além de apresentar de forma relevante, as diversas lutas dos jovens contra a aceitação dos outros e até mesmo a aceitação própria. Logo, percebemos que o texto mergulha fundo na ideia central que é expor principalmente os conflitos internos do personagem, que acaba por ser potencializado por fatores externos. Ótimo texto, sucesso.
ResponderExcluirAdorei o primeiro episódio, Felipe. Parabéns! Muito bom mesmo! 👏
ResponderExcluirMds ...... os sentimentos que eu sentir foi uma Grande santificação 😭 mds eu tô chorando com esse primeiro episódio aaaaaaa Felipe ..... manooo não pare de postar sério.......... aaaaaa a aaaaa aa a a a a a a a ameiiiii sério mesmo 🤩🤩
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