Hierarquia - Capítulo 04



Hierarquia

Novela de Débora Costa

Escrita Por
Débora Costa

Colaboração
Tainá Andaluz

Direção
Henzo Viturino

Núcleo
DNA

Personagens desse capítulo

ANA
ANTÔNIO
BÁRBARA
CARLOS
DIEGO
FRANCO
GAEL
GUILHERME
JÉSSICA
JÚLIA
LAURA
LIGIA
NÁDIA
OTÁVIO
PEDRO
SANDRA

Cena 1/Int./Hospital/Sala de Espera/Noite.
Franco, Guilherme, Bárbara e Lígia estão sentados, preocupados, Franco se levanta.
FRANCO
Não é possível essa demora! Será que esqueceram que estamos aqui esperando noticias?
GUILHERME
Fica calmo papai, daqui a pouco o médico vem falar conosco.
Bárbara segura a mão de Guilherme.
BÁRBARA
Você que eu vá buscar alguma coisa para seu pai meu amor? Água ou chá para ele se acalmar.
Guilherme solta a mão de Bárbara bruscamente, Lígia observa.
GUILHERME
Não seja intrometida que ninguém te pediu nada, nem era para você estar aqui.
Guilherme se levanta, se aproxima de Franco, Bárbara fica triste, Lígia se senta ao lado dela, o médico se aproxima.
FRANCO
O que aconteceu com minha mulher?
MÉDICO
Dona Laura foi vítima do boa noite Cinderela.
GUILHERME
Mas como isso é possível? Tenho certeza que nenhum dos convidados faria algo assim com a minha mãe.
FRANCO
Mas contra mim sim, a Bárbara derrubou a taça da sua mãe e eu dei a minha pra ela e depois disso a Laura desmaiou.
LÍGIA
Vovô mas quem faria uma coisa dessas com você?
FRANCO
Otávio.
GUILHERME
E como minha mãe está agora?
MÉDICO
Ainda sobre o efeito das drogas, mas estável, ela pode acordar a qualquer momento, com licença, qualquer novidade eu aviso vocês.
O médico sai, Franco se senta pensativo.
FRANCO
Dessa vez Otávio foi longe demais.
Cena 2/Ext./Mansão Bittencourt/Jardim/Noite.
Júlia, Carlos e Ana estão tirando as coisas que pertencem ao Buffet do jardim, Otávio chega bêbado, sorri.
OTÁVIO
O circo já acabou? Cadê todo mundo?
JÚLIA
Otávio a sua mãe passou mal.
Otávio fica sério, preocupado.
OTÁVIO
Como assim? O que aconteceu com ela?
ANA
A gente não sabe, mas ela desmaiou do nada e a levaram para o hospital.
Otávio fica desnorteado.
OTÁVIO
Eu vou lá ver minha mãe, eu sei que ela está bem, mas vou ver ela.
JÚLIA
É melhor você esperar aqui Otávio, do jeito que você está não vai nem conseguir chegar na metade do caminho.
OTÁVIO
Eu tenho que ver a minha mãe!
JÚLIA
Eu levo você então.
CARLOS
Júlia você não tem que se meter, ele é bem grandinho, eles que se entendam e resolvam seus problemas sozinhos.
ANA
Carlos se a Júlia quer ajudar o rapaz você não tem que se meter.
CARLOS
Não gosto deles e você sabe por que, vamos embora logo.
Carlos e Ana saem, Júlia está com pena de Otávio.
OTÁVIO
Pode ir Júlia, eu vou sozinho, pego um taxi.
JÚLIA
Carlos é eu patrão e amigo, mas não meu dono, eu disse que vou te levar e vou.
OTÁVIO
Obrigado... Então vamos quero ver minha mãe.
Júlia e Otávio saem.
Cena 3/Int./Apartamento de Diego/Quarto/Noite.
Diego entra, está bravo, pega o celular, liga para Marcos.
DIEGO
Tio deu tudo errado! Na hora do brinde Franco deu a taça dele para a Laura! A coitada está no hospital, minha intenção nunca foi fazer mal a ela e sim pra esse desgraçado do Franco!
Diego ouve Marcos falar.


DIEGO
Eu quero que ele sofra antes de tirar tudo o que pertence a ele, vou precisar de você aqui tio, Franco tem que pagar pela morte dos meus pais, e vai ser caro, muito caro.
Cena 4/Int./Apartamento de Audrey/Sala/Noite.
Audrey está deitada no sofá mexendo no celular, algo lhe chama a atenção e lê.
AUDREY
A designer de jóias Laura Bittencourt é levada as pressas da festa do marido o bancário Franco Bittencourt para o hospital, durante a festa Laura desmaiou, até o fechamento da matéria o motivo não foi divulgado.
Audrey se senta, sorri olhando o celular.
AUDREY
Desejo do fundo do meu coração que ela morra assim Franco e todo o dinheiro dele ficam comigo.
Cena 5/Ext./Casa de Antônio/Quintal/Noite.
Antônio está pensativo, preocupado, Pedro se aproxima.
PEDRO
Você está preocupado com a Laura não é?
ANTÔNIO
Não Pedro, só estou aqui pensando em alguma coisas.
PEDRO
Não precisa mentir vô, você ficou assim desde quando te contei que ela passou mal na festa e desmaiou.
ANTÔNIO
Pedro você não faz idéia de quanto eu amei a Laura, achei que ela me amava também, ela aceitou se casar comigo, mas ela conheceu Franco e ficou com ele, isso me doeu muito.
PEDRO
Não gostei do Franco, ele queria me dar dinheiro porque ajudei a Lígia, eu não aceitei e vi na cara dele que ele ficou bravo.
ANTÔNIO
Fez bem Pedro, não aceitar nada que venha desse homem é o certo.
PEDRO
Eu vou descansar o dia hoje foi agitado.
ANTÔNIO
Pedro você vai perguntar para a Lígia como a Laura está?
PEDRO
Só se o senhor quiser, mal conheci a Lígia, mas quero me afastar dela.
ANTÔNIO
Por quê? Você não gostou dela?

PEDRO
Ao contrário, por ter gostado dela que quero me afastar, boa noite vô.
Pedro entra Antônio fica pensativo.
Cena 6/Int./Hospital/Sala de Espera/Noite.
Guilherme está sentado, Otávio e Júlia se aproximam, Guilherme se levanta.
OTÁVIO
Como a mamãe está?
GUILHERME
Ela está bem Otávio, você tentou atacar o papai e acabou nisso, a nossa mãe hospitalizada.
OTÁVIO
Eu? Mas eu não fiz nada, do que você está falando?
GUILHERME
Não se faça de desentendido Otávio, você colocou boa noite Cinderela no vinho do papai, é melhor você sair daqui porque ele está uma fera com você.

OTÁVIO
Eu não fiz nada disso Guilherme!
Franco chega na sala de espera, fica com raiva ao ver Otávio, se aproxima, dá um soco no rosto de Otávio que cai no chão.
FRANCO
Já estou farto de você! Das suas armações contra mim! Mas isso acaba aqui Otávio! Quero você fora de casa.
Júlia está assustada, Otávio se levanta limpando o sangue que sai do canto de sua boca encara Franco.
OTÁVIO
Você sabe que eu não ajo pelas costas igual a você, se eu tivesse feito algo teria ficado pra ver no que iria dar.
Franco segura Otávio pelo colarinho.
FRANCO
Agora você vai ver em que vai dar essa sua armação!
Júlia está aflita, assustada.
JÚLIA
Franco o Otávio ficou no quarto dele durante a festa, ele só saiu de lá para ir beber mais e quando ele voltou ficou surpreso com o que aconteceu.
Franco olha Júlia de cima a baixo, solta Otávio.
FRANCO
Não pedi sua opinião, aliás, nem sei o que você está fazendo aqui, não é nada.
Júlia fica sem reação, o médico se aproxima.
MÉDICO
Com licença, vim avisar que a dona Laura já acordou e está chamando pelos filhos.
OTÁVIO
Vou ver minha mãe e ninguém vai me impedir.

GUILHERME
Nós vamos falar com ela.
MÉDICO
Me acompanhem por favor.
Otávio, Guilherme e o médico saem da sala de espera, Júlia sem graça olha Franco.
JÚLIA
Se está tudo bem com dona Laura então já vou indo.
FRANCO
Otávio já tem muitos problemas, espero que você não seja mais um.
JÚLIA
Não sei por que o senhor não gosta de mim, mas pelo que vi o maior problema do Otávio é o senhor.
Júlia sai, Franco se senta, sério.
FRANCO
Ainda bem que Laura já está melhor, cansei de ficar aqui bancando o marido preocupado.
Cena 7/Dia Seguinte/Int./Casa de Antônio/Sala/Dia.
Antônio está sentado, pensativo, Carlos se aproxima.
CARLOS
Bom dia pai, a Sandra já foi buscar a Mirella?
ANTÔNIO
Bom dia meu filho, ainda não ela foi tomar café só estava te esperando.
CARLOS
Tudo bem... Ontem eu conheci a famosa Laura.
ANTÕNIO
Imaginei.
Antônio se levanta.
CARLOS
Ela me disse que não te deixou por causa do dinheiro do Franco, mas por ter um motivo forte.
Antônio olha Carlos.
ANTÔNIO
Que motivo?
CARLOS
Não sei, ela não contou.
ANTÔNIO
Porque é mentira! Laura engana com aquele jeito meigo e aparentemente sincero, mas ela é ambiciosa.
CARLOS
Ela queria saber como você estava, mas eu fiquei com raiva dela e não estendi a conversa.
ANTÔNIO
Fez bem meu filho.
Sandra se aproxima.
SANDRA
Que bom que você já está aqui Carlos, estou com muita saudade da Mirella, daqui a pouco ela chega na rodoviária.
CARLOS
Então vamos Sandra.
Sandra beija o rosto de Antônio, sai acompanhada de Carlos, Antônio fica triste, Pedro se aproxima.
PEDRO
Bom dia vô.
ANTÔNIO
Bom dia Pedro, eu vou dar uma volta, não demoro.
Antônio sai.
Cena 8/Ext./Rua/Dia.
Antônio sai de sua casa, caminha pensativo, Ligia vem de frente para ele olhando as casas, olha Antônio.
LÍGIA
Oi com licença, bom dia, o senhor pode me falar onde fica o Buffet ideal festas.
ANTÔNIO
Bom dia, é aqui nessa rua mesmo um pouco mais para a frente, mas está fechado agora, você quer marcar alguma festa?
LIGIA
Não eu vim agradecer por terem feito a festa do meu avô ontem.
ANTÔNIO
Você é Ligia Bittencourt?
Ligia sorri.
LIGIA
Sou sim, muito obrigada pela ajuda, quem sabe dou sorte e encontro o Pedro por lá.
ANTÔNIO
Meu neto está em casa.
LIGIA
Então você é o famoso Antônio? Pedro me falou muito do senhor.
ANTÔNIO
Espero que bem, você quer ir até minha casa para falar com ele?
LIGIA
Eu gostaria ontem minha avó passou mal e nem pude agradecer por tudo.
ANTÔNIO
Como sua avó está?


LIGIA
Bem, já voltou para a casa, foi um susto, alguém colocou o tal de boa noite Cinderela em uma das taças e minha avó tomou.
ANTÔNIO
Entendo bem Ligia a minha casa é a terceira pode ir lá.
LIGIA
Obrigada.
Ligia se afasta de Antônio.
ANTÔNIO
Ela é muito parecida com Laura, espero que meu neto tenha mais sorte do que eu.
Cena 9/Int./Casa de Júlia/Sala/Dia.
A campainha toca, Júlia vai abrir a porta, fica surpresa ao ver Otávio.
JÚLIA
O que você está fazendo aqui? Como descobriu meu endereço?
OTÁVIO
Bom dia pra você também Júlia, posso entrar?
JÚLIA
Não! Seja lá o motivo de você estar aqui não me importa, vai embora.
OTÁVIO
Eu vim pedir desculpa por ontem, pelo modo que Franco te tratou e agradecer pela ajuda.
JÚLIA
Não precisava ter vindo aqui pra isso, era só me mandar uma mensagem ou me ligar, se descobriu meu endereço poderia ter descoberto o telefone também.
OTÁVIO
Descobri, mas não seria a mesma coisa por telefone, pessoalmente é melhor.
JÚLIA
Que seja vai embora.
Júlia fecha a porta, a campainha toca novamente, Júlia não abre a porta, a campainha toca sem parar, Júlia fica irritada, abre a porta, olha Otávio.
JÚLIA
Você quer parar com isso!
OTÁVIO
Eu não sou como Franco... Não fui eu quem te tratou mal.
Júlia olha muito Otávio.
JÚLIA
É verdade, desculpa, pode entrar.
Otávio entra.
JÚLIA
Como sua mãe está?
OTÁVIO
Bem, ela voltou pra casa.
JÚLIA
Que bom fiquei preocupada.
OTÁVIO
Você é linda Júlia.
JÚLIA
Pode parar com isso, acabei de me arrepender de ter deixado você entrar.
OTÁVIO
Não fiz nada demais só falei que você é linda.
Otávio se senta.
OTÁVIO
O que você tem para beber aqui?
JÚLIA
Para você água ou café.
Otávio sorri.
OTÁVIO
Sério? Não vai me dar nem um pouco de cerveja?
JÚLIA
Essa hora da manhã não.
OTÁVIO
Então vou te levar para tomar café comigo.
JÚLIA
Eu vou trabalhar daqui a pouco.
Otávio se levanta se aproxima de Júlia.
OTÁVIO
Então temos tempo para um café, me deixa fazer isso porque estou mal pelo que Franco fez.
JÚLIA
Ele me quer longe de você, disse que vou ser um problema, só não sei por quê.
OTÁVIO
Eu sei, Franco é racista, e uma porção de coisas desagradáveis que se for falar termino daqui três dias, mas não me importa o que quer ou não e sim o que eu quero e eu quero sair com você agora e a noite.
JÚLIA
E se eu quero ou não vale alguma coisa pra você?
OTÁVIO
Claro que vale, mas duvido que você não queira sair comigo.
Otávio sorri, Júlia dá risada.


JÚLIA
Convencido... Eu tenho que ir trabalhar Otávio, não posso sair com você agora.
OTÁVIO
Então vamos sair a noite, venho te buscar as oito horas.
JÚLIA
Aceito com uma condição, que você não beba, é muito desagradável estar com alguém bêbado.
OTÁVIO
Não prometo, mas juro que vou tentar.
JÚLIA
Então até a noite Otávio.
OTÁVIO
Está me mandando embora?
JÚLIA
Estou.
Otávio sorri, beija o rosto de Júlia, sai, Júlia sorri se senta pensativa.
Cena 10/Int./Mansão Bittencourt/Suíte de Laura e Franco/Dia.
Laura está de frente para o espelho, arrumando o cabelo, Franco entra.
FRANCO
Achei que iria te encontrar deitada.
LAURA
Não tem motivo, estou ótima, vou até a joalheria ver como estão as coisas.
FRANCO
Nós precisamos conversar sobre Otávio.
Laura olha Franco.

LAURA
Eu tenho certeza que ele não teve nada haver com o que aconteceu.
FRANCO
Quem mais teria motivos para armar contra mim?
LAURA
Quer que eu enumere?
Franco sorri.
FRANCO
Não tinha inimigos na festa Laura, só convidei puxa saco, sócios, imprensa e alguns parentes, está na cara que foi Otávio, estou farto dele, é meu filho, mas age como meu maior inimigo.
LAURA
Já foi Franco, vamos esquecer essa história, está tudo bem.
FRANCO
Não está já arrumei um lugar para Otávio passar um tempo, é uma clinica de reabilitação.
LAURA
Não! Eu não vou ficar longe de Otávio! Ele é seu filho! Aja como pai e não carrasco!
FRANCO
Por ser pai de Otávio é que faço isso, se não fosse já teria sumido com ele.
Franco vai saindo.
LAURA
Fui eu Franco... Quis me vingar por tudo que você me fez, a intenção era que a festa acabasse mal, então eu consegui a droga e coloquei na sua taça, mas na hora deu tudo errado e eu acabei tomando o seu vinho.
Franco encara Laura, se aproxima.
FRANCO
Não venha com essa, você não é capaz de fazer mal a uma mosca.
Laura encara Franco.
LAURA
Á uma mosca não, mas á alguém desprezível como você sim, fui eu Franco, por isso dei certeza que não foi nosso filho, queria acabar com aquela palhaçada de uma vez.
Franco dá um tapa no rosto de Laura, que cai no chão.
FRANCO
Nunca mais tente nada contra mim ou vai se arrepender!
Franco sai, bate a porta, Laura se senta no chão, chora com a mão no rosto.
Cena 11/Int./Mansão Bittencourt/Corredor dos Quartos/Dia.
Nádia está saindo do quarto de Gael, dá de frente com Franco.
FRANCO
O que você está fazendo aqui?
Nádia está assustada com a presença e o flagra de Franco, não sabe o que falar.
FRANCO
Vamos diga logo! O que você está fazendo na minha casa?
Gael sai de seu quarto.
GAEL
Nádia estava comigo Franco.
Franco nervoso.
FRANCO
Eu já falei pra você levar suas piranhas para o motel, apartamento ou para o inferno! Menos na minha casa!
GAEL
Fala baixo, essa casa também é minha e eu faço o que quiser.
Nádia observa a discussão.

FRANCO
Tenho certeza que você não vai querer entrar numa briga judicial comigo, tiro tudo o que te pertence e te coloco na rua!
GAEL
Não exagera Franco.
Franco olha Nádia.
FRANCO
Você está demitida, não quero o seu tipo de mulher trabalhando no meu banco e saia pelos fundos dessa casa.
Franco sai, Nádia fica desesperada.
NÁDIA
Não posso perder meu emprego! Gael você tem que me ajudar.
GAEL
Sinto muito Nádia não posso fazer nada, adorei passar a noite com você, agora tenho que sair, desce e pede para um dos empregados te mostrar onde fica a saída deles.
Gael sai, Nádia fica chora, com raiva.
NÁDIA
Desgraçados! Isso não vai ficar assim!
Cena 12/Int./Casa de Antônio/Sala/Dia.
A campainha toca, Pedro vai abrir a porta, Ligia sorri ao ver Pedro.
LIGIA
Oi Pedro, bom dia.
PEDRO
Ligia...
LIGIA
Eu vim aqui agradecer por tudo que fizeram ontem na festa e dizer que já depositei o dinheiro.
PEDRO
Não tem que agradecer, é nosso trabalho.
Ligia fica chateada pelo modo que Pedro está a tratando, sorri sem graça.
LIGIA
Eu já vou indo.
Ligia vai saindo, Pedro a segura, a olha.
PEDRO
Você já tomou café da manhã?
LIGIA
Não... Mas não precisa se incomodar.
PEDRO
Se você quiser entrar eu acabei de preparar algumas coisas e estou sozinho.
LIGIA
Se eu entrar... Você vai continuar me tratando assim? Frio?
PEDRO
Desculpa Ligia, não era a minha intenção.
Ligia entra, olha Pedro.
LIGIA
Eu não tenho mais nada com o Diego, ele não me deixa em paz e sempre atrapalha quando tento me aproximar de alguém, ele te viu como uma ameaça.
Pedro olhando Ligia nos olhos.
PEDRO
Eu sou uma ameaça para ele?
LIGIA
Seria se eu fosse namorada dele, mas não sou.
PEDRO
Ligia pode parecer absurdo, mas não consigo parar de pensar em você.


LIGIA
Não é absurdo porque a mesma coisa acontece comigo... Eu vim aqui pra te ver Pedro, não queria que você ficasse mal comigo por causa do Diego.
PEDRO
Está tudo bem.
Ligia e Pedro se olham, Pedro segura a mão de Ligia, os dois fecham os olhos, encostam a testa um no outro, se olham, se beijam.
Cena 13/Int./Banco BRT Nacional/Sala de Guilherme/Dia.
Guilherme está sentado, pensativo, Jéssica entra, joga uma pasta em cima da mesa.
JÉSSICA
Isso é pra você assinar.
Jéssica vai saindo, Guilherme se levanta, corre até Jéssica a segura a olha.
GUILHERME
E meu beijo de bom dia?
JÉSSICA
Sua mulher não te deu?
GUILHERME
Não faz assim Jéssica, você sabe que as coisas são complicadas.
JÉSSICA
Eu encontrei uma solução muito simples Guilherme, quebrar essa corrente que me prende á você e procurar a minha felicidade em outro lugar.
Audrey se aproxima.
AUDREY
Com licença, eu gostaria de falar com Franco Bittencourt, ele está?
Guilherme e Jéssica estranham a presença de Audrey.


GUILHERME
Meu pai ainda não chegou, mas para você estar aqui na administração deve ser um assunto importante, como você se chama?
AUDREY
(sorri) Você não me conhece?
Jéssica olha Audrey, sorri.
JÉSSICA
Audrey Medeiros.
AUDREY
Exatamente.
GUILHERME
Continuo na mesma, desculpe.
JÉSSICA
Audrey é uma modelo conhecida mundialmente.
GUILHERME
Entendo, desculpa Audrey essas coisas de mundo da moda nunca foi comigo.
AUDREY
Você é tão direto quanto seu pai, gosto disso.
GUILHERME
Que assunto você tem com meu pai?
AUDREY
Negócios, ele não te falou que minha escola para modelos é patrocinada por esse banco?
GUILHERME
Não... O que é estranho porque sei de tudo em relação ao banco, mas você pode esperar na sala dele é a última do corredor, acompanha ela Jéssica.
Jéssica e Audrey saem Guilherme pensativo.

GUILHERME
Por que meu pai não me falou desse patrocínio?
Cena 14/Int./Rodoviária/Lanchonete/Dia.
Sandra está sentada em uma das mesas, aflita, Gael se aproxima, sorri.
GAEL
Só você para fazer com que eu entre numa espelunca como essa, como vai Sandra? Estava com saudades.
Gael se abaixa para dar um beijo em Sandra que vira o rosto.
SANDRA
Não foi pra isso que te chamei para vir aqui Gael.
Gael sorri se senta.
GAEL
Então foi pra que?
SANDRA
Eu acho que já está na hora de você conhecer sua filha, ela vive me perguntando de você e já cansei de dar explicações para sua ausência.
Gael fica sério, encara Sandra.

Fim do Capítulo

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