Episódio 19 - Aconteceu Aos 16



Nem sempre somos peças de um jogo, mas quase sempre passamos a ser um jogador dentro dele.
La estava Menteu, Conversando com uma dona que parecia mas a sua mãe, o papo estava comum, falavam coisas simples como amor, passado, e a vida, gargalhadas, risadas, momentos tensos, estava fazendo parte daquela noite.
Porem, a cena mudou quando uma bebida chegou “Símbolo do amor” isso, a bebida na verdade fazia ligação direta com as ultimas palavras ditas pelo Sr, Travel.
 “ O símbolo do amor, de uma forma neutra, de uma cor sem vida, e com tom escuro”
Mas de fato, algo ainda estava estranho naquilo  tudo, porem a suspeita que Menteu tinha em relação a quem seria o tal marido da dona da floricultura tinha acabado naquele momento.
E sim, talvez fosse ela.
A mesma que faltou ao velório do esposo.
A mesma que Thed não via há tempos.
A mesma que foi traída pela vida e pelo esposo.
Era ela.
A esposa do Sr, Jorge.
– Então essa bebida te faz lembrar seu esposo?
Menteu perguntou à senhora, enquanto esperava seu suco.
– Sim, costumávamos Brindar com esse drinque todas as sextas a noite, e sem falar que aos domingos gostávamos de sair depois das 15:00 da tarde.
A senhora falou, logo em seguida bebeu um gole do drinque que estava em uma espécie de taça, tirou o copo da boca, levantou ele pra cima, e expos a marcar do seu batom.
Menteu observava a cena que a mulher estava a fazer.
– vê a marcar do batom garoto?
– Sim, estou vendo.
Ambos estavam olhando para a taça marcada de Batom, e a senhora o surpreendeu naquele momento com as seguintes palavras.
– Sempre faço isso, todos as sextas da minha vida , coloco um batom com a maior tonalidade que eu tiver, viro uma taça na minha boca, depois ergo ela para cima, e fico olhando a marcar que eu deixei, e com isso me lembro de tudo quanto eu já vivi na vida.
– Isso te faz se sentir mais jovem?
– Não, isso me faz se sentir viva.
Ela disse, enquanto colocava o copo na mesa.
O suco de Menteu tinha chegado, o papo demorou umas 4 horas, ele se impressionou com o que ela tinha falado sobre a vida dela, ambos esqueceram ate que de fato o encontro era para acalmar o falso termino do namoro de Menteu.
Pagaram a conta, e saíram pelo mesmo caminho que tinham vindo.
– Te deixo aqui.
Menteu falou parados em frente à floricultura.
– Sim jovem, eu fico aqui, e obrigado pela noite a tempos não saia para rir.
Ela falou enquanto pegava na mão dele.
– Eu que agradeço.
– Sua mãe deve sentir muito orgulho do filho que ela criou, e sua ex-namorada não sabe o garoto maravilhoso que ela perdeu.
Menteu poderia ter falado a verdade, é eu sei que poderia, mas naquele caso a verdade quebraria laços que estão em faze de construção.
– Minha mãe sentir, e eu aprendi muito com você estar noite, e não se preocupe, não uso batom, mas vou erguer uma taça em sua homenagem sempre quando estiver na Bad.
Os dois riram.
– Ate mais Jovem.
– Ate.
Ela entrou, e Menteu saiu caminhando pela cidade a pé, pegou o celular e encaminhou outra mensagem rápida para Beth, foi ate o perfil de Fred e as suas quase 800 mensagem não tinha sido entregue. Colocou o aparelho no bolso, e saiu rumo a sua casa olhando para o céu.
As ruas da cidade estavam sem vida, as lojas e lanchonetes estavam sendo fechadas devido o horário, Menteu passou próxima aquela praça onde costumava correr com Fred, olhou a volta e imaginou tudo que eles viveram, lembrou-se dos conselhos e de todo o percurso das quintas a noite feito por eles dois, seu olhar parou em direção a um casal de namorados que Estevam se beijando sentados em um banco próximo a um chafariz, ele sentou-se em um banco a parte, e viu exposto em um poste sua foto com um pedido de recompensa.
Baixou a cabeça, colocou as mãos no rosto, e chorou.
Chorou como nunca tinha chorado antes
Chorou por medo e por tristeza, chorou por solidão e por temor, naquela noite ele chorou.
E cada lagrima escorrida no seu rosto colocava a prova os seus sentimentos, e demonstrava a si mesmo o quanto ele é frágil.
Na verdade, as lagrimas significa muito para os humanos, e elas os permitem  ver que os sentimentos também são passageiros.
– Estou sozinho agora.
Ele falou baixo.
A sua frente tinham a delegacia Plantão 24 horas da cidade, Menteu se levantou do banco, e saiu em direção a ela.
–  Nem sempre precisa existir um culpado na historia, só o que precisam é solucionar o caso.
Em paços lentos ele ia em direção a sua sentença, Menteu queria se entregar, e pagar por um crime que ele não fez.
O vento era contrario naquela noite.
No fundo de uma casa de show, se ouvia uma musica que estava tocando, em ritmo lento, a melodia falava sobre a claridade das coisas, e como as pessoas nos permitem ser forte.
“It’s amazing how the best place in the world is at your side, not to mention the peace you bring me, it’s like you’re pulling me out of the darkness, thank you, thank you for being my light to me.”
“É impressionante como o melhor lugar do mundo é ao teu lado, sem falar na paz que você me trás, é como se estivesse me tirando da escuridão, obrigado, obrigado por ser minha luz meu bem.”
Menteu tinha tirado o seu paetão, e a sua decisão de se entregar estava a 4 metros de se concretizar.
Mas do outro lado da praça uma voz o fez parar.
– Menteu.
Ele parou, olhou para trás, e sorriu.
Agora a voz estava cada vez mais perto, e mais perto e mais perto.
Ela chegou até ele.
– Não posso deixar você alguns dias sozinho que já que fazer besteira?
Era a Beth.
Ela o abraçou, e ele retribui-o.
A musica estava mais alta, na cidade não tinha mais ninguém, a noite estava fria, e tudo que existia de testemunha naquele momento era dois cachorros que rasgava algumas sacolas de lixo.
– Sabe a metáfora da luz Beth?
– Que ela espanta as trevas?
– Sim, a que você me falou.
– Claro que sei.
– Obrigado.
-Por ter dito a Metáfora?
– Não, mas por ser a minha luz e me ajudar a sair das trevas.
A musica continuava tocando.
– Vamos, tenho uma coisa pra te contar.
Disse Beth.
-Mas não pode ser aqui, é preciso voltar ao inicio de tudo.
– Se referi a minha casa?
Menteu respondeu.
– Não, vamos à residência Travel, ainda falta uma coisa que não vimos, e tem que ser logo.
Ela pegou em sua.
Ele pegou na mão dela.
E correram.

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