CENA 1.CLIP RIO
DE JANEIRO. DIA
SONOPLASTIA – É COM ESSE QUE EU VOU – ELIS REGINA
Começamos com imagens do nascer do sol na praia de Copacabana, em um corte
rápido, vemos pessoas deslocando-se perto dos arcos da Lapa, a câmera
afasta-se, dando-nos assim a oportunidade de visualizar a cidade do Rio de
Janeiro de maneira mais ampla. Ela desloca-se até o Cristo Redentor e após
passe pelo Pão de Açúcar, contorna a Pedra da Gávea e em seguida de uma maneira
rápida ela move-se até o PROJAC da World TV.
Denise Saraceni – (off) É
isto minha querida, obrigada por ter vindo.
CORTA PARA
CENA 2. DNA .
ESTÚDIOS. INT. DIA
Denise Saraceni, Jayme Monjardim e Wolf Maya estão sentados atrás de suas mesas
imóveis. O trio, fita fixamente e de uma forma positiva, a encantadora Antonia,
que está paralisada na frente dos mesmos, apenas expressando um singelo
sorriso.
Antonia – (sorri) Eu que
agradeço pela oportunidade (T) Independente do resultado é
sempre bom atuar um pouquinho... Ainda mais para uma banca de jurados como
vocês.
Jayme – (envergonhado) O que é isso querida, o prazer foi nosso de ter
tido a oportunidade de presenciar uma interpretação como a tua.
Wolf – (em tom de aprovação) Realmente, tu foste muito bem mesmo garota.
Denise – (graciosa) Faço das palavras dos meus colegas de oficio as
minhas. Fostes brilhantemente meu bem.
Antonia – (encabulada) O que é isto gente, fiz o que qualquer outra atriz faria, entreguei-me ao texto com meu corpo e minha alma.
Wolf – (descontraído) E que alma abençoada esta tua em? (
tenso, cínico) Diferente da alma da Danila Menelau a bruxa do
mal (gesticula com as mãos e ruge na direção de Denise para tentar
assustá-la)
Denise – (ri) Muito obrigado mesmo Antonia por ter vindo. Está
dispensada.
Ela agradece os diretores mais uma vez e
direciona-se até a saída. Após, Denise e Jayme fitam Wolf intensamente e de maneira
repreendedora.
Wolf – (intrigado) O quê? Falei
algo demais?
Jayme – (bravo) Ainda pergunta? Sabes que não poderia ter feito
a piada sobre Danila (T) se a menina conta para alguém, ela
nos infernizará para o resto de nossas vidas.
Wolf - Calma Jayme, nos temos em mãos a oportunidade de mostrar para aquele
avestruz desengonçado que ela não está mais por cima do Corcovado.
Denise – E de que maneira faríamos isto?
Wolf –
Dando o papel de Danila para Antonia.
Jayme –
Ela nos mataria (T) Desde que a sinopse da trama foi aprovada
pela cúpula da emissora que este papel é dela...
Denise – (fitando Wolf) E isto foi há cinco anos (T) Está
certo que ela não é nenhuma santa, mas isto seria maldade da nossa parte.
Wolf – (revotlado) Não merece isso? Sabes o que está falando? (fita
Saraceni) Denise ela jogou um copo de água na sua cara enquanto
gravávamos “ Amor Divino” (olha para Monjardim) E em ti Jayme?
Lembra do que ela te fez? Chutou as suas bolas enquanto gravávamos o filme
“Pânico na Cidade Baixa” e ainda assim vocês dizem que está mulher merece
protagonizar mais uma novela das nove pro seu ego inflar mais ainda?
Instantes. Os diretores refletem por segundos
em um profundo silencio que se instaura no ambiente. A onda de quietude é
quebrada por Saraceni.
Denise – E o que alegaríamos
para tirar o papel dela?
Wolf – A idade, vamos alegar que ela é velha demais para interpretar uma prostituta.
Jayme –
E temos que concordar que isto não seria faltar com a verdade.(sorri)
Denise – (questiona-o) Então você dá a noticia a ela Wolf.
Wolf – (sorrindo) Farei isto com muito prazer.
Denise – Bom, então ligarei para Penélope trazê-la para cá.
Denise abre a sua bolsa e retira o celular de
dentro da mesma, disca algumas teclas e após coloca-o no ouvido.
CORTA PARA
CENA 3. MANSÃO
DOS MENELAU. SALA. INT. DIA
Ao som de “Fever” de Peggy Lee, visualizamos pela primeira vez a sala de estar
da Mansão dos Menelau. Após um giro rápido pelo ambiente, a câmera foca nas
escadarias, onde lentamente uma mulher começa descê-las com elegância e
requinte. No inicio apenas enxergamos seus pés, porém com o passar dos segundos
conseguimos ver também suas pernas e em seguida todo seu corpo, que está
coberto por um vestido verde água frente única, feito sob medida. Por fim somos
brindados com seu belo rosto, onde uma expressão de autoconfiança misturada com
crueldade ocupa-o. Sorrindo, ela lentamente mexe a cabeça para o lado e na
seqüência da uma piscadinha de leve.
Decida as escadas a mulher dirige-se até o sofá onde senta-se, cruza as pernas
de uma maneira sensual e após, apóia o cotovelo em cima do joelho, inclina
lentamente a cabeça para frente, para que assim possa brincar com os seus
longos e ondulados cabelos.
Danila – (sutil, sensual) Penélope.
Neste instante, a câmera desloca-se até o fundo da sala, próximo a porta da
cozinha, de onde surge uma mulher alta, de longos cabelos lisos, calçando um
prada vermelho, vestindo calças jeans justas e uma blusa florida da estação
passada. Com sutileza ela aproxima-se de Danila. Ambas ficam cara a cara.
Danila – Quem era no
telefone?
Penélope – Denise.
Danila – (sorri, morde o lábio e levanta a
cabeça enquanto revira os olhos) A
Saraceni ou a estilista que joguei o vaso de flor semana passada?
Penélope – A Saraceni.
Danila – (levantando-se, caminha até a porta
principal e fica de costas para a irmão) Deve ser para avisar sobre as provas de figurino. (vira-se
na direção de Penélope) Parece que iniciares as gravações na semana
que vem.
Penélope – (despistando) Eu não sei, ela não me disse sobre o que se
tratava, só pediu que você fosse até a emissora com urgência.
Danila – (mexe os olhos de um lado para o
outro, levemente inclina os lábios para a esquerda) Manda o motorista preparar o carro iremos para
lá já.
CORTA PARA
CENA 4.
ESCRITÓRIO DE MARCELO. INT. DIA
Marcelo está sentado em frente ao seu computador, digitando atentamente algumas
anotações rabiscadas em um caderno que está em cima da escrivaninha.
De repente, ouve-se uma batida na porta. Os olhos de Marcelo desviam-se do
monitor e correm rapidamente para a fechadura que se move. Pela porta passa Antonia, sorridente e descontraída. Ela dirige-se até Marcelo,
que se levanta para recebê-la. Eles beijam-se. Após a moça afasta-se do rapaz e
dirige-se até a janela, através dela conseguimos ver ao fundo o Cristo
Redentor.
Marcelo – (senta-se) E ai como
foi o teste?
Antonia – (fitando fixamente o horizonte) Bom (vira-se na direção de Marcelo, temos a
impressão que ela volta para realidade)Mas novamente não conseguirei o
papel. (sorri)
Marcelo – Como sabe disso? Se você foi bem, não há razão para eles não
te darem esta chance!
Antonia – Mais uma vez eu fiz um teste para um papel escrito para Danila
Menelau (T) Eu não dou sorte mesmo.
Marcelo – (estende a mão na direção de Antonia) Calma (sorri) Teu dia
ainda chegará.
Antonia segura à mão de
Marcelo, eles trocam olhares apaixonados, lentamente aproximam-se um do outro.
Porém quando vão beijar-se, o celular dela toca, rompendo o clima existente.
Ela atende-o, apenas escutamos a sua voz.
Antonia – (delicada) Alô (T) Sim,
fiz o teste hoje a tarde (T) Obrigado, passarei ai em
instantes.
Marcelo – (curioso) O que foi?
Antonia – (sorridente)Acho que Deus ouviu meus pedidos (T) Adivinha?
Irei protagonizar Meretriz de Luxo.
Marcelo – (levantando-se) O QUÊ?
Antonia – (indo ao encontro de Marcelo) É isso mesmo, agora você namora uma estrela da
TV!
Eles beijam-se, abraçam-se comemoram a
noticia.
CLOSE EM ANTONIA SORRINDO.
CORTA PARA
CENA 5. PLANOS
GERAIS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA
SONOPLASTIA – AQUELE ABRAÇO – GILBERTO GIL
Começamos com imagens da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde em sua volta há varias
pessoas, correndo, caminhando, bebendo água de coco, andando de bicicleta,
dentre outras ações, rapidamente movemo-nos para o Jardim Botânico e por último
visualizamos o Teatro Municipal onde há um grande fluxo de turistas.
CORTA PARA
CENA 6.
DELEGACIA DE POLICIA. SALA DE INTERROGATÓRIO. INT. DIA
Penumbra. O ambiente é mal iluminado. A escuridão é predominante, há apenas um
bico de luz para clarear a sala. No centro dela há uma mesa, e sentado à mesa
está Vanderlei Camargo. A porta abre-se e por ela passa Eduardo Ventura,
delegado de policia.
Vanderlei – (sorri, cínico) Que
bom vê-lo novamente Eduardo. Apenas lamento as circunstancias de nosso
encontro.
Eduardo – Sei que lamenta, ser preso não é uma situação agradável pra
ninguém.
Vanderlei – (ameaçador) Nem ter me prendido.
Eduardo – (franzi o rosto) Posso conviver com estes riscos.
Vanderlei – (calculista) E com a dor de perder a sua filha? Conseguirá
conviver também?
Eduardo – Do que está falando?
Vanderlei – Achou mesmo que eu ficaria aqui sem nem vingar-me de
você? (T) Você me subestima Eduardo.
Eduardo – (raiva) Se você machuca-la, juro que eu mato você.
Vanderlei – (cínico) Não matará não, se eu morrer ela vira salsichão
de pit bull.
CLOSES ALTERNADOS.
CORTA PARA
CENA 7. FACHADA
SHOPPING CENTER. EXT. DIA
Daniela e Janice saem pela porta principal do shopping despreocupadamente, há
uma grande trafego de pessoas e veículos na área. As duas movimentam-se
descontraídamente até o ponto de táxi, podemos visualizar que as seguindo há um
homem vestindo jaqueta de couro preta e calçando sapatos italianos marrons, ele
esbarra numa senhora de idade que o xinga, porém isto não faz com que o
individuo misterioso perca as garotas de vista. Ele apressa-se e quando vê
Daniela abrindo a porta de um táxi, rapidamente corre em sua direção e segura o
braço da menina. Tensão. Instantes. Muito Ritmo. Ele agarra-a e puxa-a com
força, ela recusa-se a acompanha-lo.
Daniela – (tenta desprender-se) Me
solta!
Janice – (arisca) Ei você está machucando ela!
Homem – (retira o revolver da cintura
discretamente e encosta-o no estomago da garota, Janice vê a arma) Grite ou resista e eu te mato.
Daniela e o homem começam a infiltrar-se no
meio da multidão, porém Janice segue-os e desafia-o:
Janice – (brava) SOCORRO! ELE
ESTÁ SEQUESTRANDO AQUELA GAROTA!
O homem retira a arma do estomago de Daniela
e atira três vezes a sangue frio em Janice, o primeiro tira acerta a artéria
localizada na coxa direita, o segundo alojou-se no pulmão e o terceiro atingiu
a cabeça da moça em cheio. Um caos instaura-se na rua, pessoas correndo,
entrando no shopping,veículos acelerando e táxis rapidamente fugindo para outro
ponto. No meio desta confusão, calmamente o homem move-se até uma vã preta
juntamente com Daniela. Ele a põe no veiculo que rapidamente foge.
CORTA PARA
CENA 8. DNA .
ESTÚDIOS. CAMARIM DE DANILA. INT. DIA
Penélope está aflita, senta-se no sofá e rapidamente retira o celular de seu
bolso. Instantes. Ela realiza uma ligação.
CORTA PARA
CENA 9.CLIP
FRANÇA/PARIS. DIA
SONOPLASTIA – MON MANÉGE À MOI - ETIENNE DAHO
Começamos com imagens do rio Sena onde há diversos barcos abarrotados de
turistas, em seguida visualizamos a Catedral de Notre Dame,Palácio de
Versailles e a Torre Eiffel. Após rapidamente deslocamos-nos para o Arco do
Triunfo, onde há intenso trafego de pedestres. Para finalizar enxergamos a
fachada do France Hotel Amsterdam.
Lucrécia – (off) Alô
CORTA PARA:
CENA 10. FRANCE HOTEL
AMSTERDAM . QUARTO DE LUCRÉCIA. INT . NOITE
Visualizamos primeiramente o chão do quarto de Lucrécia, onde é possível ver
calças jeans, sapatos masculinos e femininos, um vestido vermelho e uma
camiseta listrada, espalhados nas proximidades da cama, a câmera move-se para
direita, dando-nos a oportunidade de enxergar os pés descalços de uma mulher,
lentamente a câmera afasta-se, oportunizando-nos de ver a cena em questão, de
uma maneira mais ampla. A câmera alterna entre Lucrécia e Penélope, que estão
falando ao telefone.
Penélope – Lucrécia...
Lucrécia – (cochichando, olha para cama onde há um homem dormindo apenas de
cueca) Fale rápido Penélope, não tenho muito tempo, aqui já é noite e
eu estou muito ocupada...
Penélope – (cínica) Até imagino que tipo de ocupação...
Lucrécia – (fria) Estava apenas jogando uma partidinha de “ Maria
Antonieta cavalga no alazão”, sabe um joguinho típico daqui.
Penélope – (irônica) Não me venha dizer que está em um puteiro
feminino, rodeada de machos?
Lucrécia – (brava) Claro que não, olha bem se eu sou mulher de
pagar pra homem me dar um trato (T) eles é que imploram pra eu
mordiscar a banana que eles carregam no meio das pernas. (ri)Penélope –
(suspira) Como você está ocupada, irei direto ao assunto.
Lucrécia – Então fale.
Penélope – Danila não será
mais a protagonista de “Meretriz de Luxo” eles trocaram-na por alguém mais
jovem, Denise ligou e pediu para dar a noticia. Mas não tive coragem.
Lucrécia – (chocada) O Meu Deus! Sorte minha que já estou
aposentada da televisão (T) Se a minha filha já está velha pra
protagonizar a novela das nove. Eu seria a vovozinha da Chapeuzinho Vermelho do
especial de final de ano e acabaria comida pelo lobo mau.
Penélope – Eu liguei pra avisar e pedir pra você voltar pro Rio o
mais rápido possível para apóiá-la neste momento difícil.
Lucrécia olha para cama e não vê mais o homem deitado, de repente ela nota
que o individuo está beijando o seu pescoço, ela fica arrepiada, sorri,
dispersa-se de sua ligação.
Penélope – Lucrécia está ai?
Lucrécia – (sorrindo)Querida eu vou pro Rio assim que enjoar dos
rouxinóis franceses, porque daí, estarei apta para caçar uma arara
brasileira.
Lucrécia deixa o telefone cair no chão, à câmera acompanha-o, pela
movimentação dos pés percebemos que o homem agarrou-a e joga-a na cama e após
pula em cima dela.
CORTA PARA
CENA 11. DNA . ESTÚDIOS. INT. DIA
Denise, Jayme e Wolf conversam animadamente entre si, quando alguém bate na
porta. Instantes. O silencio invade o ambiente e juntamente com ele Danila
Menelau, usando óculos vermelho de sol Victor Hugo.
Danila – (sorri) Boa Tarde queridos, a que devo a
honra do convite? (retira os óculos e delicadamente leva uma de suas
pernas até a boca e mordisca-a)
Danila – (irônica) Então abra essa sua boca de pobre farofeiro e conto
logo a boa nova.
Wolf – (rindo, eufórico) Você está fora de Meretriz de Luxo! F-O-R-A! (ri)
A expressão de Danila muda, o sorriso irônico escapa de sua boca rapidamente,
dando espaço para agonia, que invade seus olhos.
Danila – ( brava, ri nervosamente) Quem você pensa que é pra falar
isso para DANILA MENELAU?
Wolf – (levanta-se, confronta Danila face a face) Eu sou o diretor
que está dando o pé na bunda dela. (ri)
Danila em um ataque de fúria leva sua mão até o rosto de Wolf e estapeia-o.
Tensão. Muito Ritmo. A câmera foca em Wolf que põe a mão na face atingida e
olho com desprezo para Danila, que sorri cinicamente.
Danila (franze o rosto, sorri)- Jamais torne a falar comigo assim (revira
os olhos e após vira-os para esquerda) docinho. (mordisca o
lábio enquanto ri)
Ela vira-se na direção da porta, mexe os cabelos, sorri, coloca os óculos de
volta em seu rosto, solta uma gargalha discreta e começa a caminhar em direção
a saída. Atrás dela, Wolf começa a xingá-la, Jayme e Denise ajudam- no a
sentar-se novamente.
CORTA PARA
CENA 12. DNA .
ESTÚDIOS. CAMARIM DE DANILA. INT. DIA
Penélope está sentada no sofá, enviando mensagens pelo celular. Instantes. A
porta abre-se em um rompante e por ela passa Danila furiosa, endiabrada.
Instantes. De uma maneira elegante e sedutora, ela dirige-se até o espelho,
apóia as mãos no balcão e solta um grito estridente. Instantes. Ela sorri, mexe
nos cabelos, retoca o batom, a sombra. Vira-se na direção de Penélope e sorri.
Danila – (sorrindo, mexe os ombros,revira os olhos) Convoque uma
coletiva de impressa docinho.
Penélope – E posso saber qual será o assunto abordado?
Danila – (joga os cabelos) Sim (sorri) Fui
assediada sexualmente por um diretor da World TV (T) Justificarei
a minha saída da trama criando um grave problema para eles (larga uma
gargalhada) Se aquelas azeitonas de dry martine acham que podem
comigo ( puxa o lábio inferior para o lado, revira os olhos) estão
muito enganados.
SONOPLASTIA – FEVER – PEGGY LEE
CORTA PARA
CENA 13. PLANOS
GERAIS. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA
Ao som da sonoplastia iniciada na cena precedente, ficamos com imagens da Lagoa
Rodrigo de Freitas, onde em sua volta há varias pessoas, correndo, caminhando,
bebendo água de coco, andando de bicicleta, dentre outras ações, rapidamente
movemo-nos para o Jardim Botânico e por último visualizamos o Teatro Municipal
onde há um grande fluxo de turistas.
CORTA PARA
CENA 14. DELEGACIA DE POLICIA.
CORREDOR. INT. DIA
Eduardo está escorado contra a parede, nervoso, aflito, ele retira o celular do
bolso e liga para a esposa Andréia, que está batendo um bolo manualmente, ela
atende-o e segura o telefone contra a orelha, com o auxilio de seu ombro. A
câmera alterna entre eles.
Andréia – Alô.
Eduardo – (aflito) Querida, sou eu Eduardo (nervoso, olha
para os lados) Preciso que me diga se Daniela está com você.
Andréia – (continua a bater o bolo despreocupadamente) Não, ela foi
com uma amiga ao shopping, parece que iriam ver algum filme que entrou em
cartaz ontem.
Eduardo – (nervoso) Sabe qual era o shopping?
Andréia – (larga a bacia que estava batendo o bolo em cima da mesa, limpa as mãos com um pano de prato que está escorado na cadeira)Acho que era na Barra se não me engano. Aconteceu alguma coisa?
Eduardo – (disfarçando) Não, era apenas para saber como ela estava.(T) Nós vemos a noite!
Andréia – (sorri) Até lá meu amor.
Andréia – (larga a bacia que estava batendo o bolo em cima da mesa, limpa as mãos com um pano de prato que está escorado na cadeira)Acho que era na Barra se não me engano. Aconteceu alguma coisa?
Eduardo – (disfarçando) Não, era apenas para saber como ela estava.(T) Nós vemos a noite!
Andréia – (sorri) Até lá meu amor.
Eduardo desliga o telefone, guarda-o em seu bolso e após fecha os olhos,
baixa a cabeça, leva as mãos até o rosto e esfrega-as nele. Ao fundo, podemos
perceber a presença de uma estranha, dona de longos cabelos loiros e olhos
castanhos perolados, ela aproxima-se sorrateiramente de Eduardo.
Jenifer – (sorri) Vejo que você continua ótimo!
Eduardo – (abre os olhos e surpreende-se quando a vê) Jenifer,
quando você voltou?
Jenifer – Não faz muito tempo, cheguei hoje pela manhã e pensei em
passar aqui dar um oi para o meu delegado de policia predileto. (sorri)
Eduardo – Agora não vai dar para conversarmos, terei de sair resolver
uns problemas (T) Assim que eu tiver um tempo vago eu te ligo.
Jenifer – Esperarei ansiosa pelo telefone (pisca, sorri)
Eduardo passa por ela e direciona-se até a saída, a câmera foca em Jenifer que
continua sorridente.
CORTA PARA
CENA 15. DNA .
ESTÚDIOS. CAMARIM DE DANILA. INT. DIA
Danila está sentada no sofá, sorridente, mexendo em seus longos cabelos
ondulados, quando a porta abre-se e por ela passa Penélope pálida.
Danila – (ardilosa) Ele virá encontrar-me aqui?
Penélope – (sorri) Já está descendo.
Danila cruza as penas, apóia o cotovelo no joelho e leva a mão esquerda até
o queixo.
Danila – (sorrindo) Se tudo deu certo, qual a razão de estar tão
branca? (cínica) Foi até a maquiagem e eles passaram um
pouquinho de pó de arroz nessa tua cara? (solta uma gargalhada)
Penélope – (preocupado) Deus sabe o quanto eu queria que fosse isso.
Danila – Então me explique, o que aconteceu?
Penélope – Ticiane da Penha está no auditório, juntamente com os
demais jornalistas.
Os olhos de Danila
arregalam-se, seu sorriso é substituído por um ódio que corrói sua alma e é
transmitido por intermédio de sua face.
Danila – (morde o lábio inferior, revira os olhos) Aperte os
cintos docinho, pois esta coletiva será mais impactante que carroça sendo
guiada por um jumento crioulo.
O clima é interrompido por uma batida na porta. Danila levanta-se, sorri,
enterrando dentro de si, qualquer tipo de ódio e rancor que estavam estampados
em sua face.
Danila – (frágil,delicada) Entra.
A porta mais uma vez abra-se e desta vez por ela passa Dione Brandelo, que
sorri quando vê Danila esperando-o no meio da sala. Penélope aproveita a deixa
e retira-se do camarim deixando-os a sós. Ele aproxima-se da moça e beija a sua
mão educadamente.
Dione – (sedutor) Danila, continua linda como sempre.
Danila – (solta uma
gargalhada leve) Poupe-me o galanteio barato Dione (T) Hoje o
assunto é serio e não temos tempo para isso.
Dione – (sentando-se no sofá) Então diga, por que chamou-me aqui?
Danila vira-se na direção oposta a de Dione, a câmera foca em seu rosto
sorridente, ao fundo vemos o homem fitando-a intrigadamente.
Danila – Como Penélope deve ter dito-lhe, convoquei uma coletiva de
impressa...
Dione – (concordando)Sim, ela adiantou-me isto.
Danila – (virando-se na direção de Dione e encarando-o) Só que ela
não deve ter te contado o motivo para tal ação? Ou contou-te?
Dione – Não, ela não
disse nada.
Danila – (cínica) Claro que não disse,nem ela sabe (T) Apenas
eu sei a razão desta coletiva e agora você (mexe os ombros, sorri) Já
que a minha declaração dependerá diretamente da sua decisão.
Dione – (curioso) Do que está falando?
Danila – (ardilosa) Eu direi aos jornalista que fui assediada
sexualmente pelo diretor Marcos Del Rey enquanto gravávamos “Mar Ardente”,
justificando assim a minha saída de “Meretriz de Luxo”. (Dione
choca-se) Porém, se você quiser evitar este escândalo, me de o papel
de vilã da trama. (levanta a cabeça, sorri, fita-o com cinismo) Ou
sofra as consequências, docinho. (solta uma gargalhada estridente)
Dione – (nervoso) Você não teria coragem para fazer isso...
Danila – (firme) Quer apostar? Achas que eu não tenho coragem de
fazer tal cena? (abre levemente a boca,revira os olhos) Dione
você me subestima, conhecendo-me bem, do jeito que você conhece-me e ainda acha
que não sou capaz se acusar um pobre coitado de assédio?
Dione – (bravo) A mídia jamais acreditaria em você...
Danila – (cínica) A mídia talvez não. Mas o Brasil que ainda sente
pena da pobre “Solange Coltinho” de “ Magia do Mar” recordista de IBOPE, com
toda a certeza deste universo acreditará.
Instantes. O silencio toma conta do ambiente. Danila sorri, Dione ainda está
chocado com a declaração da atriz.
Danila – (ri) E ai, já tomou a sua decisão?
CORTA PARA
CENA 16. DNA .
ESTÚDIOS.AUDITÓRIO. INT. DIA
Ao som de “Fever”, Danila Menelau adentra o auditório onde ocorrerá a coletiva
de impressa de uma maneira elegante, sensual e extremamente confiante. Ela
dirige-se até a mesa central, onde Dione Brandelo aguarda-a. Ela mexe em seus
longos cabelos ondulados enquanto movimenta-se. Delicadamente ela sorri para os
fotógrafos e cumprimenta os jornalistas presentes com uma simpática piscadela e
um sorriso esboçado.
Enquanto Danila senta-se à mesa, a câmera desloca-se até o fundo onde os
diretores Jayme, Denise e Wolf apreciam o espetáculo que está prestes a
iniciar.
Wolf – (com os braços cruzados) Isto não vai prestar...
Denise (rindo)- Seremos brindados com um show de canastrice.
Jayme – (cínico) Aposto que ela espera comover o Brasil com o seu
chororó...
Wolf – Do jeito que ela é pretensiosa pretende é conquistar o
Oscar...
Os diretores sorriem.
A câmera desloca-se novamente até a mesa onde Danila está sentada. A música
cessa. A tensão paira no ar. Danila pega o microfone, seu sorriso é adocicado,
seus olhos expressão um cinismo que parece transparecer de sua alma. Instantes.
Ela levanta-se. Sorri.
Danila – (segura) Boa Noite a todos os presentes, em especial ao nosso querido Dione
Brandelo (mostra-o com o Braço)e também quero agradecer a todos que
aceitaram o meu convite e aqui fazem-se presentes. (T) Convoquei
esta coletiva para anunciar a vocês uma pequena mudança em meus planos. (escutamos
murmúrios entre os jornalistas) Inicialmente (o silencio
novamente reina) interpretaria a mocinha da nova novela das nove
“Meretriz de Luxo”, mas por sugestão de um querido amigo, o diretor Wolf Maia,
abandonei o papel por possuir uma idade avançada para interpreta-la.
Murmúrios novamente tomam conta do ambienta, a câmera rapidamente foca em
Wolf que ri ensandecidamente, após voltamos com Danila.
Danila – (cínica) E infelizmente tive que concordar, pois já não sou
mais uma garotinha (ri) e por está razão, aceitei interpretar
a cafetina, a vilã da história, Demétria Cantillo.
Danila cinicamente sorri para os jornalistas, aos poucos “Fever” é iniciada
novamente. Instantes. Ela leva lentamente a mão até a boca, beija-a e acena com
uma pequena flexão de dedos para Wolf que a fita com desprezo.
CLOSE EM DANILA.
CORTA PARA
CENA 17. PLANOS
GERAIS. RIO DE JANEIRO. EXT. ANOITECER
SONOPLASTIA – AQUELE ABRAÇO – GILBERTO GIL
Começamos com imagens de pessoas caminhando a beira-mar na praia de Ipanema,
enquanto os últimos raios de sol são vistos, rapidamente somos levados para o
centro da cidade onde há um grande fluxo de pedestres e carros movendo-se, por
último somos brindados com o Cristo Redentor que nos acolhe de braços abertos.
CENA 18. FACHADA
SHOPPING CENTER. EXT. DIA
Instrumental de tensão. Muito Ritmo. Eduardo estaciona rapidamente o carro em
frente ao shopping, podemos perceber que a policia isolou uma boa parte da
calçada, há policiais colhendo depoimentos de pessoas, também podemos avistar
uma ambulância e próximo dela uma maca e em cima desta maca, um saco preto de
necrotério.
Eduardo identifica-se a um policial que cuida o perímetro isolado, mostrando-o
o distintivo, ele aproxima-se da ambulância e quando percebe que há alguém
morto, ele desespera-se. Rapidamente ele abre o saco e fica aliviado quando vê
que não é a sua filha. Instantes. O celular de Eduardo toca. Ele atende-o.Não
podemos ver quem está do outro lado da linha, apenas ouvimos uma voz abafada
por um pano.
Eduardo – (nervoso) Alô.
Seqüestrador – Se você não seguir as minhas instruções a risca a
tua filha morre! Entendeu ou quer que eu envie um desenho por e-mail?
CLOSE EM EDUARDO.
CENA 19. FACHADA SHOPPING CENTER. EXT.
DIA
Instrumental de tensão. Muito Ritmo. Eduardo estaciona rapidamente o carro em
frente ao shopping, podemos perceber que a policia isolou uma boa parte da
calçada, há policiais colhendo depoimentos de pessoas, também podemos avistar
uma ambulância e próximo dela uma maca e em cima desta maca, um saco preto de
necrotério.
Eduardo identifica-se a um policial que cuida o perímetro isolado, mostrando-o
o distintivo, ele aproxima-se da ambulância e quando percebe que há alguém
morto, ele desespera-se. Rapidamente ele abre o saco e fica aliviado quando vê
que não é a sua filha. Instantes. O celular de Eduardo toca. Ele atende-o.Não
podemos ver quem está do outro lado da linha, apenas ouvimos uma voz abafada
por um pano.
Eduardo – (nervoso) Alô.
Seqüestrador – Se você não seguir as minhas instruções a risca a
tua filha morre! Entendeu ou quer que eu envie um desenho por e-mail?
Eduardo choca-se, ele
leva a mão que está livre até o rosto, esfrega-a em volta dos olhos. Instantes.
Ele respira fundo e após com uma calma inexplicável, volta a comunicar-se com o
seqüestrador.
Eduardo – (calmo) E o que eu devo fazer então? Fale, pode-me passar as instruções.
Seqüestrador – Se tu fala pra alguém do teu departamento sobre esse
telefone, tua criança vai parar no caixão (T) Tenho minhas
fontes lá dentro e saberei se tu tenta conta pra alguém.
Eduardo – (passa a língua sobre o lábio superior, suspira em uma tentativa
de controlar o nervosismo) Não falarei para ninguém sobre a nossa
negociação.
Seqüestrador – Agora tu vai volta pra delegacia e fingi que nada
aconteceu, diz pra eles que tua cria tá bem e tá em casa. Não levanta
suspeitas. Quando tu chegar lá, retorno a ligação.
O seqüestrador desliga o telefone, Eduardo guarda-o no bolso e fica imóvel
por alguns segundos. Sua expressão é tensa, seu olhar é confuso e perturbador.
CORTA PARA
CENA 20. PLANOS
GERAIS. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE
Ao som “ Ferver de Peggy Lee”, ficamos com imagens do calçadão de Ipanema a
noite, há pessoas transitando por ele enquanto bebem água de coco, dialogando
umas com as outras, ao fundo vemos o mar, sendo iluminado pela bela lua cheia,
rapidamente ficamos com imagens do Cristo Redentor que nos recebe de braços
aberto e após do Teatro Municipal, onde há uma grande aglomeração de pessoas em
sua frente e saindo do mesmo.
CORTA PARA
CENA 21. RUA EM FRENTE AO DNA .EXT.
NOITE
Começamos com imagens da rua que abriga o acesso para os estúdios da World TV.
Instantes. A rua é escura, mal iluminada, a penumbra é predominante, por detrás
do muro que protege a emissora, conseguimos visualizar luzes ligadas, ouvimos
ruídos, enfim vestígios de que há civilização no local.
Neste instante somos brindados com a visita de um táxi, que começa a percorrer
a rua lentamente, a câmera aproxima-se do carro, e pelo vidro do passageiro
percebemos que Antonia ali dentro está.
O carro para na portaria da emissora, o vidro traseiro abre-se e Antonia
mostra-se para o porteiro que os deixa passar.
Seguimos o táxi, que vagarosamente move-se até a entrada da emissora. Antonia
desce, a vemos pagar o taxista, que em seguida vai embora. Instantes. Antonia
para, respira fundo e após entra nos estúdios.
CENA 22. DNA . ESTÚDIOS. CAMARIM DE
DANILA. INT. DIA
Daniela está próxima do sofá, sorridente, descontraída, com muita leveza e
sensualidade ela desloca-se até um balcão, onde em cima dele há maquiagens e
uma garrafa de champanhe francesa com duas taças. Ela abre-a e serve, após pega
as taças e uma delas, leva para Penélope, que está distraída lendo o twitter
através do tablet.
Danila – (alcançando a taça a Penélope) Como vão as noticias? Já estou
sendo comentada nas redes sociais?
Penélope – (aceita a taça, toma um gole, sorri) E como está...
Danila – (dirigindo-se até o sofá) Falando bem, falando mal, não há
diferença (ri, senta-se no sofá) o importante mesmo é falar,
escrever, estar na mídia (bebe) Você entende não é docinho?
Penélope dirige-se até o sofá, senta-se, larga a taça na mesinha de centro e
sorri cinicamente.
Penélope – Meu bem, essa coletiva foi um golpe de gênio (T) ninguém
escreve sobre outro assunto além desse (T) Largam comentários
como (faz uma voz masculina) “Deixa teu bordel de lado Menelau e vem
me morder e chamar de AU AU”.
Danila larga uma
gargalhada descontrolada e sombria. Seus olhos saem de órbita, seu rosto é
domado por uma inquietude iminente.
Danila – (pretensiosa) Nada mesmo? (franze a testa) Nem uma fofoquinha?
Ou um desses “quem matou fulano”, que só serve pra enche tripa de novela pobre
e fadada ou fracasso?
Penélope – Além de você, só é comentado sobre as eleições
municipais do ano passado.
Danila – (cínica, levanta a mão esquerda na frente de seu rosto e alisa
delicadamente seu anel de brilhantes) Minha opinião sobre a política
no Brasil, é a mesma da irmã Zuleide,(levanta a mão na altura da cabeça,
apenas mexe o dedo em que o anel está inserido, após abaixa-a) há
tanta corrupção ativa e passiva, que às vezes confundo-a com o bate papo
uol.
Danila solta uma gargalhada estridente e irônica, Penélope observa-a
intrigando, quando ouvimos uma batida na porta. Instantes. A megera arregala os
olhos e sinaliza com o dedo indicador para a irmã abrir a porta. Penélope
abre-a e depara-se com Antonia sorridente e confiante.
CLOSES ALTERNADOS
CENA 23. DNA .
ESTÚDIOS. CAMARIM DE DANILA. INT. DIA
Antonia sorri educadamente para Penélope, que a olha dos pés a cabeça e após
fita-a com desprezo.
Penélope – (espreme os olhos) Quem é você?
Antonia – (estende a mão) Antonia, prazer. (sorri)
Penélope – (revira os olhos, pega na ponta dos dedos de Antonia e solta
rapidamente) Prazer, Penélope.
Penélope dá um passo para o lado,deixando a entrada livre para Antonia, que
rapidamente passa e dirige-se até Danila, que está sentada no sofá sorridente.
Ambas trocam olhares. A vilã esboça um sorriso irônico e perturbador, enquanto
a mocinha o retribui de maneira sincera.
Antonia – (alegre) Eu queria muito conhecê-la (T) Sempre
sonhei com este dia!
Danila – (cínica, fitando-a com desprezo) Cuidado docinho, com o
que deseja (sorri) Seu sonho pode virar pesadelo (estrala
os dedos) Como num passe de mágica.
Antonia – (rindo) Isso só acontece com quem tem uma madrasta
malvada em casa.
Danila – (morde o lábio inferior, irônica, sorri)Posso não ser uma
madrasta malvada (T) Mas sou mais letal do que todas essas
“bruxinhas” juntas em uma só. Eu jamais mando um recado, eu mesmo abro o rombo
e o deixo. (sorri)
Antonia – (gentil) Como você é espirituosa...
Danila – (ri) Nem imagina quanto...
Antonia – Bom mas com certeza nos conheceremos durante o período em
que trabalharmos juntas (estende a mão) Prazer, Antonia.
Danila levanta-se
elegantemente, ajeita os seus longos cabelos e após põe uma expressão
sorridente em seu rosto.
Danila – (pega firmemente na mão de Antonia) Danila Menelau, (revira
os olhos, sorri com desdém) Aquela que fará você arrepender-se
amargamente de ter feito este teste (T) Infernizarei a sua
vida dentro e fora deste estúdio, seguirei os seus passos e no seu primeiro
tropeção (encara-a com desprezo, cínica) a destruirei (suspira) e
no final da novela docinho, você implorará de joelhos para fazer algum
comercial de desodorante em creme pra poder ter o que comer no dia
seguinte. (mexe os ombros, sorri, joga seus cabelos no rosto de Antonia
e senta-se novamente, cruza as pernas) Agora que já se
apresentou (encara-a com nojo,olha-a de cima a baixo sem mexer a
cabeça, apenas o olho) A Porta da rua é a serventia da emissora (T) Ponha-se
daqui para fora.
Antonia percebe que Danila nunca esteve brincando, o sorriso some de sua
boca, sua expressão muda completamente, a tensão e o medo predominam sua face.
Ela baixa a cabeça e retira-se do camarim. Penélope aguarda sua saída e após
fecha a porta.
CLOSE EM DANILA QUE SORRI.
CORTA PARA
CENA 24. DELEGACIA DE
POLICIA.ESCRITÓRIO DE EDUARDO. INT. NOITE
Jenifer está sentada na cadeira giratória de Eduardo no sentido contrario ao da
porta. Em seu rosto podemos ver uma expressão confiante, irônica e ao mesmo
tempo perturbadora. Ela fala ao telefone com os seqüestradores de Daniela.
Novamente não podemos ver os malfeitores, apenas ouvimos a voz de um deles
abafada por um pano.
Jenifer – (perversa) Já está com a garota em mãos?
Seqüestrador – Sim, pegamos a vagabundinha de tarde, mas tivemos
que matar a menina que estava com ela.
Jenifer – (altera-se) Que porra é essa? (acalma-se) Fui
muita clara, de maneira nenhum deveriam matar alguém...
Seqüestrador – Se quer melhor, faça você mesma madame.
Neste instante Eduardo entra silenciosamente em seu escritório, Jenifer não
percebe, pois está distraída em seu telefonema.Ele aproxima-se da cadeira e
fita-a com carinho e escuta-a atenciosamente.
Jenifer – Ótimo (T) Vanderlei adorará saber que a
menina já foi levada (sorri) Dentro de horas ele será um homem
livre novamente (T) E quem o libertará será o banana do
Eduardo. (sorri)
Eduardo fica confuso, perturbado, sua expressão é um mix de pavor, misturado
com raiva e ressentimentos. Ele acalma-se, controla-se e rapidamente após a
última palavra ser proferida por Jenifer, mete-se na conversa:
Eduardo – (bravo) Quem está com a minha filha Jenifer?
A confiança some do rosto de Jenifer que cora, ela vira a cadeira e
depara-se com Eduardo encarando-a fixamente. Instantes. Trocam olhares.
Instrumental de tensão ao fundo. Ela deixa o telefone cair no chão.
Eduardo – Anda, fala (T) Ou vai me dizer que o
seqüestrador deu uma tesourada na sua língua via telefone?
CLOSE EM JENIFER
A IMAGEM ESCURECE EM VOLTA DE JENIFER. FLASHES COMEÇAM A SER DISPARADOS. A
IMAGEM ROMPE-SE QUANDO UMA PEDRA É ARREMESSADA EM SUA DIREÇÃO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário