Episódio 26 - Aconteceu Aos 16



Oito dias antes
A prisão nos faz ver como sentimos falta da liberdade, e estou me referindo a liberdade de estar livre e poder ir onde quiser com seus próprios pés, Diferente da prisão mental que te da tabu, padrões, e deveres a seguir.
Menteu foi pego e estava preso aguardando o seu julgamento, o presidio que ele ficou estava a alguns Km da cidade de San Jose, o ambiente era meio triste, não pelo espaço e nem pela estrutura, eu observei todos os detalhes, e cheguei a conclusão de que o nosso comportamento esta ligado diretamente a forma pela qual nos disciplinam.
Tinha matador, estuprador, drogado, assaltante, diverso crimes reunidos em um só lugar, mas o que me chamou mais a atenção foi que eram diversos crimes cometidos por jovens, jovens de 12 e 17 anos, era uma variação inteira de crimes cometidos por jovens.
Jovens sem sonhos e sem expectativa de vida.
Jovens frustrados e desacreditados de si próprio.
Jovens mortos e com semblantes enterrados a sete palmos abaixo da terra.
Já se passou 8 dias que Menteu aguardava o seu julgamento, a sua mãe não foi acionada do ocorrido, porem, alguém pagou um advogado para Ele, que se comunicou com ele nesse percurso de tempo, e tinha falado para ele que logo mais daqui a oito dias o seu julgamento sairia.
Menteu tinha ganhado a confiança de todos dentro do presidio devido a noticia que havia se espalhado de que ele tinha matado uma pessoa, e ganhou uma amizade incomparável com o tal do Pietro.
-Seu julgamento vai sair em breve né?
Disse Ele.
- Sim, o advogado me acionou e  daqui a oito dias falaram se saiu daqui ou se fico.
Menteu Respondeu.
- E você Pietro, não se ver longe daqui?
- Para ser sincero, não cara, a vida lá fora é dura as prisões aqui dentro se tornou meu abrigo.
- E do que tem medo lá fora?
- Spring, Eu tenho medo de que o passado volte a ser o meu presente.
- Mas isso não e motivo para querer ficar aqui, você não estar lutando contra ele, se continuar aqui só comprovara que você estar fugindo do passado, e se escondendo do seu presente.
Eles estavam próximo ao pátio, ambos estavam tomando banho de Sol, Menteu sentado em um banco de pedra, e Pietro escorado nas grades de proteção.
- E quem disse que eu quero Lutar?
Disse Pietro enquanto se abaixava com as costas ao lado das grades.
- A minha mente me diz isso, e meu coração me certifica.
- A nossa mente nos engana às vezes sabia? 
- Sim, sei, mas e o coração? Ele também mente?
- Não, mas ele nos Magoa.
Menteu olhou para ele e eu pude perceber que ele estava se identificando com aquela frase, Pietro baixou a cabeça e ambos ficaram com a cabeça no sol.
Já era meio dia, todos estavam prontos para o almoço, Menteu e Pietro estavam sentados juntos como sempre, era uma tarde comum naquele lugar, exceto por um motivo.
Uma discursão tinha começado, um menino alto de tatuagem tinha virado a bandeja de um dos presos, a substância pegajosa que estava concentrada no prato foi arremessada a metros de distancia.
Todos correram para ver a briga.
O outro rapaz era magro, um pouco menor que o de tatuagem, cabelo grande e marcas de brinco na orelha.
- Vem seu idiota.
O de tatuagem o convidava para brigar.
- Vou, vou sim marginal.
O outro responde.
-BRIGAAAAAAAAA
Todos gritaram e fizeram uma roda como de um rinkg de Box, e o tumulto começou lutava um dois três, e agora todos estavam se esbofeteando.
Os guardas se deslocaram rapidamente para combater o tumulto, mas não obtiveram muito sucesso, pois os rádios que servia para comunicar com os que estavam do lado de fora havia sido danificados.
Menteu se levantou e correu com Pietro para o lado de fora do refeitório, porem as portas de acesso ao corredor estavam bloqueadas com uma espécie de cadeado caseiro.
Foi ai que eu me toquei, Menteu  e Piedro também.
- Não é uma briga Pietro
Menteu falou enquanto tentava quebrar o cadeado.
-Não Menteu, Não é uma briga.
Pietro olhava para ele assustado.
- É uma rebelião.
Falaram os dois juntos.
O senário era de guerra, armas caseiras tinham sido improvisadas, os Guardas estavam perdendo espaço devido o numero reduzido de soldados, e Menteu e Pietro estavam perdidos em meio Aquela briga.
- O que faremos agora?
Pietro perguntou.
- Não sei, mas deve haver alguma saída me siga.
Eles voltaram para o refeitório, e agachados se dirigiram para a cozinha na esperança de encontrar alguma janela de ar que desse acesso ao lado do pátio.
E ao chegar lá eles encontraram e sentiram.
Não a janela de ar como esperavam.
Mas uma cortina de gás que se estendia por toda a cozinha.
E ao olharem para o fogão  que por sinal era bem antigo, eles observaram que a torneira tinha sido arrancada da conexão traseira do fogão.
- Porra, esta vazando gás.
- Corre Pietro, vamos lá fechar vai matar todo mundo asfixiado.
Menteu falou, enquanto se preparava pra correr e com a mão tampando o nariz.
- Não Menteu, Fogões não tem vida própria para desconectar as mangueiras na hora que quiser alguém provocou isso, alguém quer matar todo mundo.
Pietro falava enquanto sentia dificuldade de respirar e torcia.
- Mas quem quer da um fim em todo mundo?
Menteu falava enquanto olhava pra Pietro.
- Não sei, mas talvez ele saiba.
Pietro apontava em direção ao almoxarifado da cozinha, e virmos quando os olhos de Menteu Clareou e refletiu na imagem.
Era ele.
Com sua capa preta, mas dessa vez ele não estava com um buque de flores.
Ele estava possuindo em suas mãos algo diferente.
Era uma pequena caixa de fosforo.
Eles pararam no tempo, e aquela cena ficou congelada em suas mentes como um bloco de gelo. Mas estavam prestes a descongelar com o fogo que a por vir.
Depois deu conto pra vocês. 

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