De Volta Pra Casa - Capítulo 23



Novela de Eric Carvalho Cattin

Capítulo 023

NO CAPÍTULO ANTERIOR...


CAMPELLO/ SALA VITÓRIA/ DIA/ instrumental suspense
VANESSA ENTRA E NÃO ENCONTRA NINGUEM NA SALA, ELA LIGA PARA MIGUEL.

VANESSA (ao telefone) – Oi meu amor tenho novidades! Vitória está desesperada para fechar um contrato de uma construção em uma cidade chamada Pedra Rosa, disse que se não fechar esse contrato a Campello corre o risco de falir!

MIGUEL (ao telefone) – Ótima noticia Vanessa!

VANESSA (ao telefone) – Tem mais, ela fará um evento beneficente no fim de semana.

MIGUEL (ao telefone) – Beneficente? A Vitória fazendo caridade?

VANESSA (ao telefone) – Mas não é o que parece, ela faz esse evento só para arrancar dinheiro dos milionários que vão ao tal evento, e disse que esse dinheiro é como se fosse uma renda extra para a Campello, e que as entidades carentes não veem a cor do dinheiro! Eu se fosse você viria para o Brasil o quanto antes, isso pode ajudar na sua vingança contra ela!

MIGUEL (ao telefone) – É o que vou fazer eu vou para o Brasil e vou está nesse evento beneficente! Chegou a hora deu voltar para o Brasil, chegou a hora deu ir “DE VOLTA PRA CASA”! (ele desliga)

MIGUEL COMEÇA A ARRUMAR SUAS MALAS... ELE EMBRACA PARA O BRASIL RUMO AO RIO DE JANEIRO... HORAS DEPOIS... ELE DESEMBARCA NO RIO DE JANEIRO TOMA UM TAXI E SEGUE...
MIGUEL PASSA EM FRENTE A CAMPELLO

MIGUEL – Motorista pare um minutinho por favor! (ele desce e fica olhando para a faxada da construtora Campello) Chegou a minha hora Vitória eu vou te tomar tudo, vou acabar com sua vida assim com fez com a minha! Vou te deixar na sarjeta!


FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO VINTE E TRÊS...


MIGUEL (entra novamente no taxi) – Pode seguir para o Leblon!

CONSTRUÇÃO ABANDONADA/ RIO DE JANEIRO/ DIA/ instrumental tenso triste
JULIA E CLARISSE COMEÇA A USAR A DROGA QUE COMPRARAM

JULIA – Vai logo Clarisse preciso muito de um teco, essa parece ser boa mesmo.

CLARISSE – Calma Jú vou fazer umas carreiras bem grandes (risos), é hoje que vamo fica louconas!

CLARISSE CHEIRA A PRIMEIRA CARREIRA, LOGO EM SEGUIDA É JULIA QUE SE SENTE ALIVIADA.

JULIA (agitada) – Poe mais uma ai, essa é muito boa mesmo meu Deus que maravilha!

CLARISSE – Vai com calma ai Jú, isso não pode ficar indo toda hora assim, vamo curtir sacou?

JULIA – Verdade você tem razão, já matamos aula mesmo, agora bora curtir o dia! (risos)

IMAGENS (câmera lenta) DAS DUAS CAMINHANDO ABRAÇAS E RINDO PELAS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO, PESSOAS FICAM COM MEDO DA SITUAÇÃO DAS DUAS E SE AFASTAM.

MANSÃO NEGRINI/ SALA
LANA RECEBE UM TELEFONEMA DO COLÉGIO DE JULIA

LANA – Ela não foi hoje? O que? Já faz dois dias que ela não vai a aula?  Ok obrigado. (ela desliga) Alfredo o que a Julinha está aprontando, já faz dois dias que ela não vai ao colégio, ela sai daqui com a bolsa dizendo que está indo para o colégio mas na verdade está matando aulas. Vou ter que contratar um segurança ou um motorista para leva-la e busca-la todos os dias!

ALFREDO – Se me permite senhora, eu acho que a Julinha está se envolvendo com pessoas barra pesada como aquela Clarisse, aquela menina é má influencia para nossa Julinha.

LANA – Não, eu acho que não! Clarisse é filha da Maria Marta Ferrarez, é uma família muito tradicional aqui do Rio, eu acho que minha filha está com algum namoradinho.

ALFREDO – Eu não acredito que seja namoradinho, Julia chega em casa transtornada mal fala com vocês, ela anda muito revoltada senhorita, me desculpe mas acho que Julia está usando drogas.

VITÓRIA ENTRA NA SALA

VITÓRIA (raiva) – Mais que despautério é esse? Um serviçal falar que minha neta usa drogas! Saia daqui Alfredo antes que eu te coloque no olho da rua, serviçal abusado!

ALFREDO – Me desculpe senhora, com licença! (ele sai)

VITÓRIA – Lana minha filha você não pode deixar um serviçal falar assim de sua filha!

LANA – Mãe ele é como se fosse da família!

VITÓRIA (nervosa) – Nunca mais repita isso minha filha, ele é apenas um empregado que já passamos da hora de demitir, jamais chegará perto de ser um membro de nossa família. O que está acontecendo dessa vez com Julia?

LANA – Ela não está indo ao colégio, está matando as aulas e não faço a mínima ideia de onde ela esteja indo.

VITÓRIA – Simples minha filha, coloque um detetive atrás dela e descobrirá por onde anda sua filha rebelde, filha quem é só poderia dar nisso mesmo, bom vou para meu quarto tomar um belo banho que estou exausta! Bye bye querida.

LANA – Preciso saber o que Julia anda aprontando!

MELISSA CHEGA À MANSÃO E ENTRA NA SALA

MELISSA (abraça Lana) – Oi amiga que saudade, você sumiu. O que houve? Está com uma cara preocupada aconteceu alguma coisa?

LANA – Oi Melissa, é Julia  que não cansa de me dar trabalho já não sei mais o que fazer, olha vou te dizer oh fase difícil essa tal de adolescência.

MELISSA – Imagino, por isso não arrumo filhos. (risos)

LANA – Chegou hoje de viagem?

MELISSA – Ontem na verdade, mas estava muito cansada por isso nem vim vê-la, mas trouxe muitos presentes para você amiga!

MELISSA ABRAÇA LANA E ENTREGA ALGUNS PRESENTES, AS DUAS SEGUEM CONVERSANDO.

PEDRA ROSA/ CASA LUCIA/ DIA/ instrumental tenso
ANDER VAI ATÉ A COZINHA PARA TOMAR CAFÉ DA MANHÃ E DEPARA-SE COM TIÃO DEITADO NO SOFÁ

ANDER – O que está fazendo aqui Sebastião?

TIÃO – Bom dia pra você também gazela, é bom que levantou que já passa um café pra mim.

ANDER – Eu não vou passar café nenhum não sou seu empregado, e para de me chamar de gazela!

TIÃO SE LEVANTA E SE APROXIMA DE ANDER

TIÃO – E se eu continuar a te chamar de gazela, vai fazer o que GAZELA?

ANDER PARTE PRA CIMA DELE, LUCIA CHEGA E SEGURA O FILHO

LUCIA – Para meu filho, deixa ele, vai para o colégio que hoje é seu primeiro dia e você não pode chegar atrasado! Pegue esse dinheiro aqui (ela entrega o dinheiro) e tome seu café da manhã na rua, vai meu filho.

ANDER – Eu não acredito que a senhora vai permitir que esse homem volte a morar aqui com a gente mãe.

LUCIA – Meu filho vai para a escola depois conversamos!

ANDER SAI E BATE A PORTA COM RAIVA

LUCIA – Qual é a sua hein Tião? Vai infernizar a vida do meu filho também? Já não basta a minha que você faz um inferno agora vai fazer a do Anderson também?

TIÃO – Eu apenas pedi para que ele passasse um café pra mim, apenas isso e outra você educou esse menino muito mal, garoto preguiçoso que não faz nem um café, na idade dele eu já cortava cana com meu pai!

LUCIA – Eu já disse para não se meter na vida do meu filho! Eu criei ele sozinha e nunca precisei de você não vai ser agora que vou precisar! Eu vou pro meu salão trabalhar e você se vira com o café! (ela sai)

TIÃO FICA FURIOSO E DA UM MURRO NA PAREDE.

COLÉGIO E FACULDADE RIBEIRO DE SÁ/ PÁTIO/ DIA/ som Don´t Give Up On Me – Andy Grammer
ANDER CHEGA NO PÁTIO E FICA ENCANTADO COM A ESTRUTURA ELE SENTASSE NO BANCO DO PÁTIO, NANDA CHEGA POR TRÁS DELE E TAPA SEUS OLHOS

NANDA – Adivinha quem é?

ANDER (sorri) – Nanda?

NANDA O ABRAÇA

NANDA – Que bom te ver aqui Ander, espero que esteja na minha turma.

ANDER – Nem eu acredito que vou estudar aqui Nanda, realizei meu sonho.

NANDA – Você não parece tão empolgado assim, o que houve?

ANDER – Apareceu um grande problema em minha vida, sabe o Sebastião?

NANDA – Sebastião? Sebastião o seu pai?

ANDER – Exato! Acredita que ele está lá em casa?

NANDA (chocada) – Meu Deus Ander, mas ele não estava preso?

ANDER (revoltado)  Estava, mas já foi solto e está de volta, quase nos pegamos agora de manhã, ele já chegou me provocando nem perguntou como estou, ele nunca tinha me visto e já chega me atacando feito um macho grotesco, eu sempre quis ter um pai, mas ter esse homem como pai eu preferia ser órfão, bom mas deixa isso pra lá quero curtir essa faculdade aqui. (sorrindo)

NANDA – É isso ai garoto! Ai Ander disfarça olha quem está vindo ali, o Gabriel Ferrão.

ANDER – Ai Nanda é aquele que você tanto fala que é o amor da sua vida?

NANDA – Ele mesmo, não olha agora!

GABRIEL PASSA COM SEUS AMIGOS POR ELES, E PARA. (instrumental tenso)

GABRIEL– Espera ai galera, parece que a Nanda arrumou uma amiguinha nova! Não vai nos apresentar Nanda?


INTERVALO – ABERTURA DA NOVELA


ANDER – O que disse ai?

GABRIEL – Olha a amiguinha da Nanda fala!

NANDA – Para de ser ridículo Gabriel, deixa meu amigo em paz!

ANDER – É cara vaza não quero confusão com ninguém!

GABRIEL – Qual é seu zé ruela vai pagar de machão pra cima de mim favelado?

NANDA – Vai embora Gabriel deixa ele quieto.

ANDER – Eu já disse que não quero confusão garoto, segue seu caminho e me deixa em paz vai!

GABRIEL O PEGA PELO COLARINHO

GABRIEL – Escuta aqui sua bicha, quem manda aqui sou eu tá entendendo? Então é melhor ficar pianinho se não eu quebro tua cara rapá! Minha faculdade não entra viado não tá ligado? Tu vai da meia volta e sair por aquele portão ali.

ANDER – Eu não vou sair, eu vou estudar aqui a faculdade não é sua!

NANDA – Parem com isso gente!

GABRIEL – Vai me enfrentar mesmo boiola?

ANDER COSPE NO ROSTO DE GABRIEL

ANDER – Eu não vou abaixar a cabeça pra você!

GABRIEL LIMPA O CUSPE E DA UM MURRO NO ROSTO DE ANDER QUE CAI NO CHÃO, E PARTE PRA CIMA DELE COM SOCOS E CHUTES. O SEGURANÇA OS SEPARA.

GABRIEL – É melhor sair dessa faculdade seu favelado, se não vou fazer da sua vida um inferno! (ele sai)

NANDA ABRAÇA ANDER

NANDA – Você está bem? Você não pode enfrentar o Gabriel, ele é o filho do prefeito de Pedra Rosa e se acha o dono do mundo, agora que você fez isso ele vai te infernizar!

ANDER – Como pode gostar de um cara desse Nanda? Cara ridículo homofóbico e preconceituoso, mas fica tranquila, dessa faculdade eu não saio e muito menos vou abaixar a cabeça pra esse idiota! Vamos pra sala que já estamos atrasados.

NANDA E ANDER SEGUE PARA A SALA DE AULA.

PEDRA ROSA/ HOTEL DONA VERUSKA
CREUZA PEGA UM ENVELOPE.

CREUZA – Ué acho que entregaram essa correspondência no endereço errado.

DONA VERUSKA – Por que criatura?

CREUZA – Tá no nome de um tal de Paulo Rocha, mas nunca ouvi falar nesse nome aqui por perto.

DONA VERUSKA (toma da mão dela) – Me da aqui essa correspondência e vai ver se todos os quartos estão limpos, principalmente daquela lambisgoia da Shakira do Paraguai, vai logo criatura!

CREUZA – Ihhh ta bom já vou! (ela sai)

DONA VERUSKA RASGA O ENVELOPE JOGA NO LIXO RESPIRANDO ALIVIADA.
ALEX ENTRA NO HOTEL

DONA VERUSKA – Pois não?

ALEX – Bom dia senhora... Sou um representante da construtora Campello e temos uma oferta pra fazer a senhora!

DONA VERUSKA (desconfiada) – Oferta? Que oferta? Oferta de que?

ALEX – A nossa construtora está com planos de construir um edifício de luxo nessa cidade, e exatamente aqui onde está seu hotel, e com isso a Campello está oferendo a senhora quinhentos mil reais pelo prédio, o que a senhora acha?

DONA VERUSKA – Escuta aqui rapaz, eu não vou vender nada pra ninguém pega esse dinheiro e enfie na cara dessa Campello ai, e trate de se retirar do meu estabelecimento!

ALEX – Vou deixar meu contato aqui com a senhora, se mudar de ideia é só entrar em contato! Passar bem!

DONA VERUSKA – Eu hein palhaço, que construir edifício de luxo aqui o que!

ALEX (andando pela praça) – Bando de favelados orgulhos, já é a quinta que recusa a oferta, Vitória vai me esganar!

TIÃO CAMINHA BEBADO PELA PRAÇA E VAI ATÉ O SALÃO DE LUCIA QUE ESTÁ LOTADO. (instrumental tenso)

TIÃO – Oi muiézada, que bando de muié bonita.

LUCIA – O que você quer aqui Tião, vai embora!

TIÃO ENTRA E DERRUBA UMA BANDEJA DE ESMALTES NO CHÃO

TIÃO – Vim agradecer o café que você me fez! E sabe como? Assim!

TIÃO COMEÇA A JOGAR TODOS OS PRODUTOS DAS PRATELEIRAS NO CHÃO, AS CLIENTES FICAM COM MEDO E SAEM CORRENDO, TIÃO PEGA UMA DAS CADEIRAS E JOGA CONTRA O ESPELHO QUE ESTILHAÇA.

LUCIA (aos prantos) – Para Tião! Para!

TIÃO – Agora você vai aprender a me obedecer!

ELE SAI DO SALÃO, LUCIA SENTA-SE NO CHÃO AOS PRANTOS (instrumental triste) LOGO EM SEGUIDA LEVANTA-SE E COMEÇA A LIMPAR TODA A SUJEIRA.

MANSÃO NEGRINI/ QUARTO DE VITÓRIA
ALFREDO ENTRA COM TUDO, VITÓRIA ESTÁ NA BANHEIRA

VITÓRIA (espantada) – O que é isso? Acabou de vez o respeito? Não está vendo que estou no meu banho?

ALFREDO – Eu estou cansado já de ser humilhado por você em frente as pessoas!

LANA E MELISSA CONVERSAM NA SALA

LANA – Amiga espera um minutinho preciso tomar uma ducha para ir para a Campello, você me espera é rapidinho e já te dou uma carona?

MELISSA – Claro vai lá eu te espero sim!

QUARTO VITÓRIA

VITÓRIA – Ah você está cansado? É só pedir sua demissão e ir embora daqui, não vejo ninguém aqui te forçando a ficar, pelo contrário pra mim quanto mais longe você for melhor! J á estou cansada mesmo de olhar para essa sua cara de merda! Seria muito bom se desaparecesse e nos deixasse em paz!

MELISSA OUVE, E VAI ATÉ A PORTA DO QUARTO DE VITÓRIA E FICA OUVINDO A CONVERSA.

ALFREDO – Você se acha a dona do mundo e da razão não é Vitória? Mas eu cansei disso tudo vou jogar aos quatro ventos seu passado podre!

VITÓRIA – Faça isso seu idiota que te coloco na cadeia, fora que quem vai acreditar num energúmeno feito você, que não tem eira nem beira, um favelado que mora de favor na mansão de Vitória Campello Negrini? Só um idiota como você para acreditar nisso.

ALFREDO – Pode ter certeza de que faço um escândalo e todos vão acreditar em mim!

VITÓRIA – O que você está querendo com isso Alfredo? Vamos diga de uma vez, é um aumento um extra?

ALFREDO – Eu quero o que eu sempre quis Vitória!

VITÓRIA – Não estou entendendo, espero que não seja o que estou pensando, por que se for meu querido é resposta é a mesma e será sempre a mesma!

ALFREDO – Então você está disposta a enfrentar a tempestade que vai pairar sobre sua casa? Porque vou contar a todos a todos mesmo, que você era uma prostituta de quinta que fazia programas em troca de droga e comida, e que foi eu quem te tirou das ruas e te apresentou ao otário do Olavo Negrini, e que você enganou ele a vida inteira dizendo que Lana era filha dele, mas na verdade a filha era minha! E então Vitória vai mesmo querer me desafiar?

MELISSA (chocada) – Meu Deus do céu, a poderosa Vitória Campello Negrini era uma prostituta? E a songa monga da Lana é filha do mordomo? Isso é bom demais pra ser verdade, o Alex precisa saber disso o quanto antes, se bem que eu posso tirar um bom dinheiro com essa história! É Vitória seus dias de paz estão contados!


FOCO EM MELISSA


CONGELA IMAGEM



Sobe os créditos ao som instrumental suspense


        Fim de capítulo


"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"

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