JÚLIO NARRANDO:
Fala sério? Rodrigo não é meu filho! Não vou mentir que
fiquei feliz com essa notícia, principalmente porque eu sei que ele e Lívia não
cometeram nenhum incesto. Mas, algo em mim, bem lá no fundo estava torcendo
para que ele fosse meu filho. Sei lá, a semelhança que ele tem comigo, estava
me apegando com o garoto.
Eu confesso a vocês que estou bastante aliviado com esta notícia,
e que o universo não tá irado comigo, pra ter me colocado nessa pegadinha
macabra. Só que infelizmente, o que aconteceria em seguida na vida desses dois
jovens, me fez questionar seriamente se não era melhor um caso de “irmãos”, do
que isso.
[CENA 01 – LANCHONETE/ DIA]
(Júlio automaticamente também fica feliz)
JÚLIO – Então, quer dizer que os dois não são irmãos.
Então, os dois não cometeram nenhum tipo de incesto e podem criar o filho
deles.
BRUNA – (surpresa dessa vez) Filho? Como assim filho?
JÚLIO – É que... os dois parece que tiveram relações
e não usaram prevenção.
BRUNA – Ah, não. Tantas vezes que conversei com esse
garoto para quando se envolver com alguma menina, se prevenir. Porque coisas
como essas poderiam acontecer.
JÚLIO – É, eu sei. Foi o meu medo também quando
fiquei com você naquele carnaval.
BRUNA – Eu também fiquei com medo de engravida, por
isso tomei uma pílula do dia seguinte.
JÚLIO – Por isso então, que você não engravidou?
BRUNA – Sim!
ROBERTO – Gente, eu sei que o papo de vocês está bom
e que tudo foi esclarecido, mas tem dois adolescentes desaparecidos. Temos que
ir atrás deles.
JÚLIO – Roberto tem razão. Viemos oferecer ajuda e
também saber quais são os lugares favoritos que ele costuma ir. Sei lá, talvez
algum desses lugares possa dar uma dica para onde os dois foram.
BRUNA – Bem, Rodrigo não é muito de sair de casa.
Passa a tarde inteira e a noite aqui na lanchonete, trabalhando com o pai.
ROBERTO – Mas qual é, deve haver algum lugar que ele
costuma ir em momentos de folga? (Bruna fica pensativa, Samuel aparece na
lanchonete)
SAMUEL – Vocês aqui novamente? O que vocês viram no
meu filho para se preocuparem tanto assim?
JÚLIO – Dessa vez não é só o seu filho que
desapareceu. A minha filha também desapareceu.
BRUNA – Eles acham que os dois fugiram juntos, já que
estão namorando.
SAMUEL – Isso explica o porquê dele ter roubado o
caixa da minha lanchonete.
BRUNA – O Rodrigo fez isso?
SAMUEL – Fez. E mais um motivo para ir atrás dele,
quero que ele devolva meu dinheiro.
ROBERTO – Se os dois tem dinheiro, talvez os dois não
estejam dormindo em alguma rua, como imaginamos.
JÚLIO – Mas tenham alugado algum lugar.
ROBERTO – Exato!
BRUNA – Onde?
JÚLIO – Quanto Rodrigo tirou do caixa?
SAMUEL – No caixa tinha uns 800 reais. Porém ele
também pegou o dinheiro que eu ganhei jogando com alguns amigos.
BRUNA – Eu sabia que você tinha ido jogar naquela
noite.
JÚLIO – Quanto você ganhou?
SAMUEL – Uns 2 mil.
BRUNA – (surpresa) Dois mil?
ROBERTO – Com esse dinheiro o máximo que eles podem
ter ido é para alguma pensão, sei lá.
JÚLIO – Tem alguma pensão aqui por perto?
BRUNA – Tem uma a duas quadras daqui, mas não creio
que eles iriam para um lugar tão perto da gente.
JÚLIO – Não custa nada tentar.
ROBERTO – Então eu e o Roberto vamos lá.
SAMUEL – Eu vou com vocês.
JÚLIO – Melhor não. Eu e o Roberto damos conta
sozinho.
SAMUEL – Eu faço questão.
ROBERTO – (tenta evitar confusão, já que os dois
estavam se encarando) Quanto mais ajuda melhor! (Samuel sorri e sai da
lanchonete, seguido por Roberto)
JÚLIO – (se aproxima de Bruna) Não se preocupa,
iremos encontrá-lo.
BRUNA – Eu confio em você! (sorri, Júlio sai da
lanchonete em seguida)
[CENA 02 – PENSÃO/ QUARTO/ DIA]
(Lívia está sentada na cama, com seu celular nas mãos. Sua
vontade é de ligar para seu pai e dizer que está bem, mas tem medo de que o
mesmo tenha colocado algum rastreador para localizá-la. Rodrigo entra no
quarto)
LÍVIA – (coloca o celular ao lado) Conseguiu algum
emprego?
RODRIGO – Não. Todos que procurei hoje, não estão
contratando, ainda mais menor de idade.
LÍVIA – Ninguém disse que seria fácil.
RODRIGO – Eu não vou desistir. Só vou almoçar, e
voltarei para rua. (tira a camisa e caminha em direção ao banheiro)
LÍVIA – Eu estava pensando em ligar para meu pai, sei
lá mandar uma mensagem para ele. (Rodrigo volta para o quarto) Ao menos para
dizer a ele que estamos bem.
RODRIGO – Melhor não. Eu também tenho vontade de
mandar uma mensagem para minha mãe, mas tenho certeza que se contar onde estou,
meu pai saberá e virá atrás de mim. (se aproxima dela) Eu não quero voltar, eu
não sei o que meu pai seria capaz de fazer, se me pegasse depois do que eu fiz.
LÍVIA – Seu pai é tão agressivo assim?
RODRIGO – (abaixa a cabeça, fica em silêncio por um
tempo) Ele é um bom pai, só não gosta de ser irritado. (se afasta dela e volta
para o banheiro) Melhor mudarmos de assunto. Vou tomar banho, logo a gente vai
almoçar. (Lívia continua sentada na cama, pensativa)
[CENA 03 – RUA/ DIA]
(Júlio, Roberto e Samuel estão andando na rua próximo a
pensão que Bruna indicou, Roberto está no meio deles, para evitar qualquer
desavença)
JÚLIO – Talvez Rodrigo decidiu fugir porque não
aguentava mais carregar caixas de cervejas toda noite.
SAMUEL – Ele é meu filho, precisa me ajudar.
JÚLIO – Assim como também precisa estudar, para ter
um futuro, um bom emprego.
SAMUEL – Ah claro, trabalhar em uma lanchonete não é
digno.
ROBERTO – (interrompe, antes que a discussão se
agravasse) Acho que deve ser aquela pensão. (Júlio se apressa e vai para a
pensão)
[CENA 04 – PENSÃO/ COZINHA/ DIA]
(Rodrigo e Lívia se juntam com os outros hospedes para a
refeição)
RODRIGO – (sentando-se à mesa, começa a observar os
outros hospedes) Creio que este seja uma ótima oportunidade para você procurar
seus alunos.
LÍVIA – Tem algumas crianças aqui mesmo. Eu não sei,
não tenho nenhuma relação com nenhum deles. Melhor esperarmos um pouco. (a dona
da pensão se aproxima da mesa)
DONA – Olá, garotos.
RODRIGO – (tentando disfarçar o nervosismo que
surgiu, junto com a dona da pensão) Oi!
DONA – Tudo bem por aqui?
RODRIGO – Sim. Só viemos almoçar.
DONA – Sintam-se à vontade. Seus pais já disseram
quando irão chegar?
RODRIGO – Ainda não. Mas, de acordo com a conversa
que tivemos hoje mais cedo, eles chegarão em poucos dias.
DONA – Que bom. (dar um leve sorriso, ainda com uma
certa desconfiança dos dois adolescentes, se afasta da mesa, Lívia e Rodrigo
ficam aliviados)
LÍVIA – Eu acho que ela está desconfiada de alguma
coisa, Rodrigo.
RODRIGO – Desconfiada de que, Lívia? Relaxa que está
tudo bem. Só não dar bandeira, que vai ficar tudo bem.
[CENA 05 – RUA/ DIA]
(Júlio sai da pensão, logo atrás Roberto e Samuel, triste
por não ter encontrado os garotos)
ROBERTO – Bem, ao menos deixamos a pensão avisada.
Caso eles decidam aparecer por aqui.
SAMUEL – O que eu duvido. A Bruna tem razão, aquele
garoto é esperto. Ele não seria burro suficiente de fugir para um lugar tão
perto da gente. Ele sabe o que aconteceria com ele.
JÚLIO – (fica em frente de Samuel, o encarando) O que
iria acontecer com ele? Você iria bater nele? É isso?
SAMUEL – Só iria ensiná-lo a não pegar dinheiro dos
outros. É errado isso?
JÚLIO – (se afasta dele, ainda sério) Vamos embora,
Roberto. Mais tarde a gente continua as buscas. (se afasta de Samuel que
continua parado no meio da rua, Roberto segue Júlio)
Anoitecendo...
[CENA 06 – PENSÃO/ QUARTO/ NOITE]
(Rodrigo está deitado na cama, olhando para o teto
pensativo. Lívia sai do banheiro e caminha em direção a ele)
LÍVIA – Só foi o primeiro dia. Você conseguirá
encontrar um emprego em breve.
RODRIGO – Não estava pensando nisso.
LÍVIA – (deitando-se ao lado dele) Em que então?
RODRIGO – Estava pensando na minha mãe! Acho que
deveríamos mandar uma mensagem para eles ao menos.
LÍVIA – Eu mando se você mandar? (os dois se entre
olham por alguns segundos, Rodrigo senta-se na cama, assim como Lívia, pegam
seus celulares e começam a digitar)
[CENA 07 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(Júlio está sentado no sofá com seu notebook a sua frente,
Roberto vem da cozinha, com outro nas mãos)
ROBERTO – Cara, até agora nada do Rodrigo entrar na
rede social dele. Para falar a verdade... (sentando-se em outro sofá) ... ele
não entra no perfil dele tem alguns dias já.
JÚLIO – Ele pode não usar muito o perfil dele, mas a
minha filha sim. Ela não é de ficar muito tempo longe do mundo virtual. Logo
ela ficará online. (os dois ficam em silêncio por alguns segundos, até que
chega uma mensagem de Lívia em seu celular) É da Lívia... (levanta rápido do
sofá, animado)
ROBERTO – O que ela mandou?
JÚLIO – “Oi, pai. Estamos bem, não precisa se
preocupar. Rodrigo está cuidado de mim. Não precisam nos procurar, vamos ficar
bem e iremos começar a nossa história sozinhos. Amo você e a mamãe. Beijos.” Vou ligar para ela! (procura o número de
Lívia, coloca para chamar, mas cai na caixa postal)
ROBERTO – Espera, talvez ela tenha bloqueado o seu
número. Vou ligar do meu. Olha, tá chamando. (levanta e caminha em direção à
Júlio)
JÚLIO – Me dá aqui, por favor. (recebe o celular de
Roberto, mas assim que ele coloca no ouvido, cai na caixa postal) Caiu. Vou
ligar de novo. (cai na caixa postal novamente) Tive uma ideia, toma. (devolve o
celular para Roberto, pega o seu e começa a digitar)
[CENA 08 – CASA DE RODRIGO/ SALA/ NOITE]
(Bruna está na sala, com o celular nas mãos, quando também
chega uma mensagem a ela)
BRUNA – “Oi, mãe! Sei que a senhora deve está
preocupada comigo, mas não precisa se preocupar, viu?! Eu estou bem, estou me
tornando um homem de verdade. Garanto para senhora que em breve, terei dinheiro
suficiente para comprar uma casa pra gente e trarei a senhora para morar
comigo. Conhecerá o seu neto ou neta, não sabemos ainda. Enfim, vou ficar bem.
Se cuida viu e diga para o papai que devolverei o dinheiro que peguei da
lanchonete, centavo por centavo”. (sorri ao terminar de ler a mensagem, ficando
mais tranquila) Oh, meu menino. (Samuel entra na sala e ver Bruna sorrindo)
SAMUEL – Você tá falando com o Rodrigo? (anda rápido
até ela, toma o celular de Bruna)
BRUNA – Devolve meu celular, Samuel. (era tarde,
Samuel já havia lido a mensagem)
SAMUEL – Você sabe onde ele está?
BRUNA – Eu não. Ele mandou agora essa mensagem, iria
justamente mandar outra, perguntando onde ele está.
SAMUEL – (se aproxima dela furioso, apertando-a pelo
braço) Me diz a verdade, Bruna. Você sabe onde ele tá?
BRUNA – Você tá me machucando. (Samuel a larga e
tenta se acalmar) Eu não sei onde o Rodrigo está. E mesmo se eu soubesse não
diria para você nesse estado.
SAMUEL – O garoto me roubou. Tenho fornecedores para
pagar.
BRUNA – Por que não vai jogar com seus amigos? Talvez
você ganhe 2 mil de novo. Só não quero que você desconte essa sua raiva no
garoto. Talvez seja por isso que ele tenha fugido, tenha medo de você.
SAMUEL – Ele precisa amadurecer. Tá... (devolve o
celular para ele) ...pergunta onde ele está. (Bruna recebe, mas tem receio de
perguntar com ele ao seu lado, ainda mais naquele estado) Eu tô bem. Estou
calmo agora.
BRUNA – (digita para Rodrigo, envia e aguarda uma
resposta) Vamos ver se ele responde. (senta-se no sofá, Samuel continua em pé e
começa a andar de um lado para o outro, impaciente)
SAMUEL – Ele respondeu?
BRUNA – Ainda não.
SAMUEL – Você não está escondendo nada de mim não,
né? (se aproxima dela, tentando tomar seu celular, Bruna consegue escapar dessa
vez)
BRUNA – Eu não estou escondendo nada. Talvez ele só
não quer mais mandar mensagem.
SAMUEL – (volta a ficar irritado) Ele acabou de
mandar uma pra você.
BRUNA – Ele mandou para que eu não ficasse
preocupada.
SAMUEL – Eu não sei por que perco tempo com esse
garoto ainda. (sai de casa)
BRUNA – (aliviada por estar sozinha) Me responde
filho, por favor!
JÚLIO NARRANDO:
Apesar de nunca ter recebido uma mensagem de Rodrigo naquela
noite, Bruna ficou aliviada por saber que os dois estão bem. Eu também fiquei,
porém o que eu queria mesmo era saber onde eles estavam. Tentei localizar o
celular de Lívia, mas infelizmente não consegui. Esses garotos são mais
espertos do que imaginamos, não seria uma tarefa fácil encontrá-los.
Mas eu queria tê-los encontrados. Queria tê-lo salvado! Se
eu tivesse apoiado a relação deles naquele dia, os dois não teriam fugido e
Rodrigo não teria feito o que fez. E quem sabe, tudo o que aconteceria em
diante pudesse ter sido evitado.
Amanhecendo...
[CENA 09 – SHOPPING/ QUARTO/ DIA]
(Rodrigo está andando em um shopping procurando por emprego
e após sair de uma loja de tecnologia, passa por uma lanchonete, olha pela
vidraça e encontra seu pai conversando com uma outra mulher e uma menininha de
aparentemente 8 anos. Ele se esconde antes que seja visto por Samuel,
observa-os e estranha o jeito que os dois trocavam carinho com as mãos. Rodrigo
logo sai dali)
[CENA 10 – PENSÃO/ QUARTO/ DIA]
(Rodrigo entra no quarto furioso)
RODRIGO – Eu não acredito que ele fez isso com minha
mãe. Eu não acredito!
LÍVIA – O que houve, Rodrigo? Você chegou cedo!
RODRIGO – Não vai acreditar, Lívia. Encontrei meu
pai, conversando com uma outra mulher em uma lanchonete próxima daqui. Não
acredito que meu pai tem outra família.
LÍVIA – Talvez você tenha se enganado. Você tem
certeza do que viu?
RODRIGO – Eu vi ele, uma mulher e uma menina. Os dois
ficavam trocando carinhos. Minha mãe tem que saber disso. (pega o celular e
digita algo)
LÍVIA – (levanta, caminha até ele, segura sua mão que
o impede de continuar digitando) Será que é uma boa ideia?
RODRIGO – Minha mãe precisa saber o que ele anda
fazendo.
LÍVIA – E se você estiver enganado? E se sua mãe
brigar com o seu pai, ele se irritar e agredir ela. (Rodrigo se preocupa, apaga
o que digitou)
RODRIGO – Você tem razão.
LÍVIA – E sem contar, que foi muito arriscado o que
você fez. Imaginou se seu pai te ver?
RODRIGO – Preciso logo arrumar um emprego. Sem contar
que o dinheiro que sobrou só dá para mais dois dias.
LÍVIA – Eu tô pensando em me aproximar daquela senhora
que mora com os netos. Posso começar a dar algumas aulas particulares para
eles, podemos garantir mais alguns dias aqui.
RODRIGO – Já é um começo!
[CENA 11 - C.E.
RICARDO ALVEZ/ QUADRA/ DIA]
(Júlio entra na
quadra de esporte e caminha em direção a Bruna na arquibancada)
JÚLIO – Que bom que você veio.
BRUNA – Sua filha também te mandou uma mensagem?
JÚLIO – Mandou. O Rodrigo também?
BRUNA – Sim.
JÚLIO – Precisamos encontrá-los, Bruna. São nossos
filhos, são duas crianças tentando agir como adultos.
BRUNA – Mais um motivo pra você ter achando que o
Rodrigo era seu filho.
JÚLIO – Como assim?
BRUNA – Rodrigo pode ter apenas 16 anos, mas a
mente dele, as atitudes que ele toma, é de um adulto. Se você pensa que ele é
igual esses garotos da idade dele, que preferem sair por aí, curtir, pegar
geral... ele não é assim!
JÚLIO – Eu na idade dele era assim. Queria
diversão, saia para festas com o Roberto, pegava geral... (ri, Bruna também)
Posso dizer que, comecei a amadurecer depois que Lívia nasceu. A primeira vez
que a segurei no colo, vi que naquele momento eu precisava ser um exemplo para
ela.
BRUNA – As coisas são assim. Alguns amadurecem com
o passar dos anos, outros já precisam ser maduro antes mesmo do tempo. (fica um
curto silêncio entre os dois, Júlio se afasta)
JÚLIO – Alguma sugestão de como encontrá-los?
BRUNA –
Sabe que não.
JÚLIO –
Como assim?
BRUNA –
Me responde uma coisa. Você confia em sua filha?
JÚLIO –
Confio, claro que confio.
BRUNA – Eu confio no Rodrigo. E se os dois nos disseram
que estão bem, devemos acreditar.
JÚLIO – Então a sua sugestão é ficarmos parado e
deixar os dois por aí?
BRUNA – A minha sugestão é não afastarmos eles
mais da gente. Se a gente for atrás, mais distante eles vão querer estar da
gente. Deixa que com o tempo, eles irão nos procurar. Afinal, até para um
adulto não é fácil criar um bebê. (os dois riem)
Mais Tarde...
[CENA 12 –
SHOPPING/ TARDE]
(Rodrigo voltou
para o mesmo shopping que viu seu pai conversando com outra mulher. Acreditando
que não teria mais perigo voltar lá, já que seu pai teria voltado para a
lanchonete, ele continuou procurando emprego por lá, isso em um andar acima do
anterior. Rodrigo entra em loja em loja, e as resposta são quase sempre as
mesmas, é menor de idade, não tem experiência, estava quase desistindo de
encontrar um emprego por ali. Rodrigo decide fazer sua última tentativa em uma
loja de brinquedos, para sua infelicidade, ele acaba encontrando alguém que não
devia)
RODRIGO – (andando pelos brinquedos, ver algumas
crianças brincando e se imagina daqui alguns anos com seu filho ou filha,
sorri. Como estava distraído, acaba esbarrando em alguém) Desculpa, eu não
vi... você?!
SAMUEL – Olha só. Se não é o ladrãozinho! (Rodrigo
começa ficar assustado com o jeito furioso que Samuel estava ficando, pensa em
sair correndo, mas acaba sendo segurando por Samuel) Eu te peguei, moleque. Você
não vai fugir dessa vez!
Continua no Capítulo Sete...
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