Memória DNA | Com Amor | Capítulo 26 (3ª Fase)



COM AMOR
- TERCEIRA FASE –

de
MARCUS VINICK
MIGUEL RODRIGUES

direção
MIGUEL RODRIGUES

direção geral
MIGUEL RODRIGUES
HENZO VITURINO

núcleo
DNA – DRAMATURGIA NOVOS AUTORES

Personagens deste capítulo
TAYLA
REJANE
ARTHUR
MARINA
LÍVIA
AUGUSTO
RODRIGO
RICARDO
FERNANDO
CRISTINA
GREGÓRIO
ANGELINA
WILLIAM
RECEPCIONISTA (participação)
EULÁLIA (participação)
CENA 01 . RIO DO JANEIRO. GERAIS. EXTERIOR. DIA

Damos um giro por toda a cidade do Rio de Janeiro em ritmo frenético acompanhado por uma música ambiente e atual. Damos uma volta por vários locais do Rio. Cortamos para o Pão de Açúcar.

INSERIR LEGENDA: 2015

INSERIR LEGENDA: RIO DE JANEIRO.

Damos mais uma volta pelo Rio de Janeiro. Partimos para alguma praia da Zona Sul do Rio de Janeiro, a praia de Copacabana.
CORTE DESCONTÍNUO PARA:

CENA 02. PRAIA DE COPACABANA. EXTERIOR. DIA

TAYLA fotografa uma modelo para um ensaio fotográfico. Acompanhamos a sessão de fotos por alguns instantes. A sessão de fotos termina. TAYLA sorri. Vira-se para a pequena equipe que a acompanha. Dá o sinal.

TAYLA          - Encerrado por hoje.

REJANE       - (aproxima-se da fotógrafa) Já tá indo almoçar?

TAYKA          - (arruma seus equipamentos) Sim... Vou almoçar com o Arthur.

REJANE       - Que milagre é esse?

TAYLA          - (guarda os equipamentos) Eu também estou achando um milagre... O Arthur nunca me convida para almoçar.

REJANE       - Bom almoço, então!

TAYLA          - Você ia me convidar pra almoçar?

REJANE       - Sim, mas você vai almoçar com o seu marido.

TAYLA          - Você vai sozinha?

REJANE       - Não... Vou com a galera.

TAYLA          - Ah... Até amanhã então!

REJANE       - Até amanhã!

REJANE retira-se. TAYLA termina de arrumar seus equipamentos de trabalho. Os coloca no banco traseiro do seu carro. Entra no carro em seguida. Liga o motor e dá a partida rumo ao restaurante.
CORTA IMEDIATO PARA:

CENA 03. RESTAURANTE ANTIQUARIU’S. SALÃO. INTERIOR. TARDE.
TAYLA chega ao Antiquariu’s como havia combinado com ARTHUR. O recepcionista aparece e a recebe.

RECEPCIONISTA     - Boa tarde!

TAYLA          - Boa tarde!... Eu não tenho uma mesa reservada, infelizmente. Eu marquei aqui com meu marido.

RECEPCIONISTA     - O nome dele, por favor?

TAYLA          - Arthur Villary.

O recepcionista analisa o nome na sua lista de reserva. Encontra o nome de ARTHUR VILLARY.

RECEPCIONISTA     - Há uma mesa reservada para o Senhor Villary... Me acompanhe!

TAYLA acompanha o rapaz. Senta-se à mesa que ele havia lhe direcionado. Vinte minutos se passam. TAYLA continua a espera de ARTHUR.

TAYLA          - Que demora!

TAYLA pega o celular. Disca o número de ARTHUR. A ligação cai na caixa postal. Vinte minutos a mais se passam. TAYLA perde a paciência. Vai embora após falar novamente com o recepcionista.
CORTA PARA:

CENA 04. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXTERIOR. DIA/NOITE.
Anoitece.

CENA 05. AP DOS FONTINELLY VILLARY. SALA. INTERIOR. NOITE.
ARTHUR chega ao apartamento. TAYLA aparece à sala. Ao ver ARTHUR, o olha seriamente. ARTHUR percebe que a esposa o olha seriamente.

ARTHUR       - O que houve Tayla?

TAYLA          - Você ainda me pergunta? Você me deixou “plantada” naquele restaurante.

ARTHUR       - Eu tive um compromisso urgente... Pedi para que minha secretária te ligasse ou te enviasse uma mensagem.

TAYLA          - Um compromisso urgente? Eu não recebi a droga da ligação e nem mesmo a mensagem... O que seria mais urgente do que almoçar com a sua esposa, Arthur? Me poupe! E eu criando esperanças de que você estava querendo voltar a se importar com o nosso casamento. Eu estava muito enganada.

ARTHUR       - (já se retirando) Tayla... Eu estou morto de cansado, o dia hoje foi muito cansativo... Eu preciso tomar um banho, comer alguma coisa e dormir.

TAYLA          - É só isso mesmo que você tem feito quando se atira naquela cama.

ARTHUR       - (vira-se para Tayla; a olha seriamente) Eu poderia lhe dar uma resposta, mas não estou nem um pouco a fim de iniciar uma discussão... Com licença!

ARTHUR retira-se. TAYLA indignada senta-se no sofá.
CORTA PARA:

CENA 06. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXTERIOR. NOITE/DIA.
Planos gerais da cidade do Rio de Janeiro. Acompanhamos em ritmo frenético o movimento da cidade carioca à noite. Fazemos uma transição de tempo. AMANHECE. Corremos com a câmera até a fachada de um prédio onde fica localizado o estúdio fotográfico de TAYLA FONTINELLY VILLARY.
CORTA PARA:

CENA 07. ESTÚDIO FOTOGRÁFICO. SALÃO. INTERIOR. DIA.
TAYLA chega. Joga a sua bolsa em cima de uma mesa. Depara-se com sua prima, MARINA. Sorri. Vai ao encontro de MARINA.

TAYLA          - Marina!

TAYLA e MARINA abraçam-se fortemente.

MARINA        - (sorri) Que abraço mais forte!

TAYLA          - Graças a Deus que você já voltou.

MARINA        - Está acontecendo alguma coisa?

TAYLA          - Esse estúdio fica estranho sem você e eu fico sem ninguém para importunar com as minhas reclamações e queixas.

MARINA        - Não fale assim.

TAYLA          - Mas é verdade... Você nem sabe uma que o Arthur me aprontou ontem.

MARINA        - O quê?

TAYLA          - Me convidou para almoçar e acabou me deixando “plantada” no restaurante... Eu praticamente fiquei “criando raízes” naquela cadeira.

MARINA        - Que sacanagem... Aposto que vocês discutiram!

TAYLA          - Eu acabei falando algumas coisas, mas ele não me deu muita atenção. Aliás, não é a primeira vez que ele não me dá atenção, mesmo quando eu digo algo que é para alertá-lo. O meu casamento já está desgastado.

MARINA        - Não diga isso, Tayla.

TAYLA          - Mas é verdade, Marina... Não sei se meu casamento com o Arthur tem salvação.

MARINA        - Acho que você deve pensar muito bem antes de tomar qualquer atitude que vá fazer você se arrepender mais tarde.

TAYLA          - O pior é que você tem razão.

MARINA        - Vocês estão casados há poucos anos, é por isso que eu te aconselho a repensar mais.

TAYLA          - O problema é que eu casei jovem demais, eu devia ter aproveitado mais a minha vida. Mas eu fiz o contrário, eu arranjei uma “sarna para me coçar”.

MARINA        - (fita Tayla) Mas você se arrepende de ter se casado?

TAYLA fica um pouco pensativa. O celular de Tayla dá sinal. Ela olha. Vê que é uma mensagem de LÍVIA.

TAYLA          - É a Lívia. Ela me mandou uma mensagem, convidando a mim e ao Arthur para um jantar na casa dela, hoje à noite.

MARINA        - Mas assim... Em cima da hora?

TAYLA          - Esse é o pior de tudo. A minha vontade é de não comparecer, mas a Lívia é uma pessoa muito legal e nos damos super bem.

MARINA        - Ela é muito legal, mas o marido dela...

TAYLA          - E só de pensar que ele é meu cunhado... Mas eu estou aqui, falando sobre a minha vida e nem perguntei como foi a sua viagem à Orlando.

MARINA        - Não teve aquele entusiasmo, afinal eu estava acompanhada pelo Rodrigo.

TAYLA          - Vocês continuam namorando?

MARINA        - Nós não estávamos namorando, foi apenas algo passageiro. E também, não tínhamos nada a ver um com o outro.

TAYLA          - E quando eu vou te ver realmente apaixonada?

MARINA        - No dia em que aparecer um homem que realmente mexa comigo e esteja dentro de meus requisitos.

TAYLA          - Para o coração, não há requisitos.

MARINA balança a cabeça. Dá um sorriso.
CORTA PARA:

1° INTERVALO COMERCIAL

CENA 08. MANSÃO DOS VILLARY. COZINHA. INTERIOR. DIA.
LÍVIA VILLARY entra na cozinha. Vê que todas as empregadas estão ocupadas preparando o jantar de logo mais à noite. Sorri. Aproxima-se.

LÍVIA            - Querem ajuda meninas?

EULÁLIA       - Não... Capaz...

LÍVIA            - Mesmo assim, Eulália... Veja se tem alguma coisa pra eu fazer.

EULÁLIA       - Dona Lívia, se o Doutor Augusto lhe pega aqui na cozinha, ele não irá gostar nada.

LÍVIA            - Eulália, o Augusto chegar mais cedo hoje, mas não agora... E também, eu não gosto de ficar parada, quando há um jantar importante aqui em casa e todo o serviço acaba ficando nas costas de vocês.

EULÁLIA       - (passa uma tigela com batatas para Lívia) Está bem!

LÍVIA pega uma faca. Começa a descascar os legumes. MARTINA, a outra empregada olha para LÍVIA. Sorri.
CORTA PARA:

CENA 09. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXTERIOR. MAIS TARDE.
Entardecer.

CENA 10. MANSÃO DOS VILLARY. SALA. INTERIOR. TARDE.
AUGUSTO VILLARY chega à mansão. LÍVIA aparece. Os dois beijam-se. AUGUSTO larga a pasta em cima do enorme sofá. Percebe que a esposa está preocupada.

AUGUSTO    - E os preparativos para o jantar?

LÍVIA            - Já está tudo em andamento.

AUGUSTO    - Então por que você está com essa cara?

LÍVIA            - O William saiu antes do meio-dia e não voltou até agora.

AUGUSTO    - Eu disse pra ele ficar em casa.

LÍVIA            - Não adianta, Augusto, ele já não nos ouve mais.

AUGUSTO    - Eu garanto que ele deve estar enchendo a cara por aí.

LÍVIA            - Não fale assim dele.

AUGUSTO    - Então como você quer que eu fale de um cara que vive bebendo?

LÍVIA            - Ele é o nosso filho... Ele está doente.

AUGUSTO    - Doente? Que doença ele tem? O problema do William é que ele não passa de um sem-vergonha.

LÍVIA            - Augusto, você é um homem bem instruído e devia saber que a dependência química é uma doença.

AUGUSTO    - Eu não acredito que seja uma doença, por mais que os médicos digam e até mesmo confirmem. O William não passa de um safado, assim como qualquer outro bebum.

LÍVIA            - Você é preconceituoso!

AUGUSTO    - Eu não sou preconceituoso.

LÍVIA            - (T: olha seriamente para o marido) Você é preconceituoso, sim! (t) Nós temos que ajudar o nosso filho, antes que o pior aconteça.

AUGUSTO    - Ele não quer ser ajudado.

LÍVIA            - Por mais que ele não queira...

AUGUSTO    - (a interrompe) Lívia, eu não vou obrigar um homem de vinte e um anos a fazer o que não quer. A única saída é eu acabar expulsando ele da minha casa.

LÍVIA            - Você não pode fazer isso.

AUGUSTO    - Posso. Eu não vou ficar aturando um marmanjo que não faz nada da vida, que não quis saber dos estudos e que, para ainda completar a desgraça, bebe como um desvairado e incomoda os pais.

LÍVIA            - (T: não contém as lágrimas) O William é o meu único filho, eu não posso deixar de ajudá-lo nesse momento. Ele precisa de alguém que o apoie, que o incentive a se internar em uma clínica e fazer um tratamento. Eu não quero perder outro filho.

AUGUSTO fica a olhando. Balança a cabeça negativamente. Retira-se. LÍVIA chora desesperadamente.
CORTA PARA:
CENA 11. AP DOS FONTINELLY VILLARY. QUARTO DO CASAL. INTERIOR. MAIS TARDE
ARTHUR arruma-se. Ajeita a gravata e passa um perfume. TAYLA ainda está no banho. Os conversam. Ouvimos a voz de Tayla vinda do banheiro.

ARTHUR       - Não estou com a mínima vontade de ir à esse jantar.

TAYLA          - (off) E você acha que eu estou?

ARTHUR       - O Augusto sempre tem que inventar alguma coisa. Ele sabe muito bem que eu odeio essas reuniões familiares.

TAYLA          - É mesmo uma reunião familiar?

ARTHUR       - Ele quer comemorar um contrato muito importante que fechou com uma multinacional. Mas mesmo assim, eu não suporto esse tipo de coisa. Certamente, irei rever alguns parentes lá.

TAYLA sai do banheiro enrolada em um roupão. Seca os cabelos com uma toalha de rosto. Continua a conversa com ARTHUR.

TAYLA          - Ainda bem que você admite que é insuportável rever alguns de seus parentes.

ARTHUR       - O Augusto quer é esfregar na cara de alguns de nossas familiares que ele está fechando um contrato com uma multinacional e que irá ficar mais rico do que já é.

TAYLA          - Principalmente na sua cara.

ARTHUR       - Não, Tayla, eu e o Augusto nos damos muito bem, temos uma ótima relação fraternal; mas eu não gosto de algumas atitudes dele.

TAYLA          - Vocês são exatamente iguais, você não deveria desgostar de algumas atitudes dele.

ARTHUR       - (a olha seriamente) O que você está querendo dizer com isso, Tayla?

TAYLA          - Que vocês dois tem o mesmo temperamento, o que não é nada estranho, afinal são irmãos.

ARTHUR       - Acho que você está enganada.

TAYLA          - (sorri) Tenho certeza que não.

ARTHUR retira-se de saco cheio. TAYLA sorri. Vai arrumar-se para o jantar.
CORTA PARA:

CENA 12. AP DE MARINA. SALA. INTERIOR. TARDEZINHA
A campainha toca. MARINA atravessa a sala do apartamento em direção à porta. Atende. Depara-se com RODRIGO. RODRIGO ao ver MARINA dá um sorriso. A entrega um buquê de flores.

MARINA        - Entre, Rodrigo.

RODRIGO entra. MARINA revira os olhos. Fecha a porta.

RODRIGO      - Hoje, eu resolvi te dar um presente mais tradicional. Gostou do buquê?

MARINA         - Eu nem sei onde vou colocar. Como você mesmo está vendo, não há flores na decoração do meu apartamento, ou seja, vou ter que comprar um vaso.

RODRIGO      - Você não gosta de flores?

MARINA         - Não muito.

RODRIGO      - Mas que mulher não gosta de flores?

MARINA         - Com o tempo, eu fui perdendo o gosto. Quando eu morava em Amsterdã, eu vivia no jardim, eu era uma criança muito pequena... Mas depois de tudo que aconteceu é como se as flores tivessem perdido a graça, tivessem perdido suas cores.

RODRIGO      - Hum... Eu vou levar esse buquê de volta.

MARINA         - Não. Eu já disse que vou comprar um vaso para colocá-lo.

RODRIGO      - (constrangido) Está bem. (t) O que você vai fazer hoje à noite?

MARINA         - Não tenho nada pra fazer, infelizmente.

RODRIGO      - Podemos ir ao cinema.

MARINA         - Vou aceitar o seu convite. Como eu já tomei banho, vou apenas me arrumar. Vou demorar um pouco.

RODRIGO      - (sorri) Eu já estou acostumado com as suas demoras.

MARINA também dá um sorriso. Retira-se. RODRIGO senta-se no sofá. Fica pensativo.
CORTA PARA:

CENA 13. RIO DE JANEIRO. GERAIS
Planos gerais da cidade do Rio de Janeiro. Vemos os movimentos da cidade carioca. Anoitece.
CORTA PARA:

CENA 14. CASA DOS BOAVENTURA. PISCINA. INTERIOR. NOITE.
Numa casa de classe média alta no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ocorre um aniversário. RICARDO BOAVENTURA chama seu pai FERNANDO, sua mãe CRISTINA e seu padrasto GREGÓRIO para ficarem ao seu lado por um instante.

RICARDO     - Esses três aqui, ao meu lado, são as pessoas que eu mais amo em minha vida. Eu agradeço a Deus por Ele ter me dado essa família. E, sem falar, é claro, que eu tenho dois pais; ou seja, na minha adolescência, eu ganhava mesada dos dois e não é qualquer que tem essa oportunidade na vida. (alguns convidados riem. Ricardo continua) Quero agradecer a presença de todos e vamos dançar porque a noite a recém está começando.

CRISTINA dá um forte abraço em RICARDO. O olha. Sorri.

CRISTINA     - Obrigada meu filho, por suas lindas palavras.

RICARDO     - (toca o rosto da mãe) A senhora sabe que eu te amo muito.

GREGÓRIO   - (aproxima-se) Você quase me fez chorar, meu garoto.

RICARDO abraça GREGÓRIO. Olha para FERNANDO que não consegue se conter de emoção. RICARDO larga GREGÓRIO. Aproxima-se de FERNANDO.

RICARDO     - Acho melhor você engolir o choro.

FERNANDO  - Não tem como, meu filho.

FERNANDO e RICARDO se abraçam fortemente. RICARDO olha para os três.

RICARDO     - Eu quero agradecer por tudo que vocês três fizeram por mim. Sem vocês, eu não teria tido essa vida maravilhosa e não teria oportunidade de me tornar alguém na vida. Eu amo vocês.

CRISTINA     - (emocionada) E nós te amamos, meu filho.

RICARDO     - Agora vamos aproveitar a noite e nos divertir!

RICARDO corre para a pista de dança. Junta-se aos demais convidados. CRISTINA, GREGÓRIO e FERNANDO observam RICARDO. Riem.
CORTA PARA:

CENA 15. MANSÃO DOS VILLARY. CORREDORES. INTERIOR. NOITE.
LÍVIA caminha pelos corredores que dá acesso aos quartos. Já está arrumada para o jantar. Antes de descer, dirige-se a um dos quartos. Destranca a porta de um dos quartos. Entra.
CORTA PARA: QUARTO DE BEBÊ
Ao entrar, LÍVIA, tranca a porta novamente. Acende a luz. Percebemos que é um quarto de bebê. Aproxima-se do berço. O toca com afeto. Fica assim por alguns minutos. O clima é quebrado ao ouvirmos batidas na porta. LÍVIA dirige-se à porta. Abre-a. Depara-se com TAYLA. Sai rapidamente.
CORTA PARA: CORREDORES
Tranca novamente a porta. Fala com a esposa de seu cunhado.

LÍVIA            - Tayla!

TAYLA          - Oi, Lívia! (as duas cumprimentam-se com dois beijinhos no rosto. Continua) Me desculpe ter batido na porta, é que eu te vi entrando nesse quarto e...

LÍVIA            - Não tem problema.

TAYLA          - Você está se sentindo bem?

LÍVIA            - Por quê?

TAYLA          - Você parece estar abatida.

LÍVIA            - É preocupação de mãe.

TAYLA          - William...

LÍVIA            - Sim. O William saiu hoje de manhã e não voltou até agora.

TAYLA          - Já ligou pra ele?

LÍVIA            - Já liguei, mas ele não atende.

TAYLA          - Lívia, eu posso te fazer uma pergunta, me prometa que não irá ficar chateada comigo?

LÍVIA            - Pode fazer, Tayla, eu até já imagino o que seja.

TAYLA          - Então por que você e o Augusto ainda não internaram o William em uma clínica? Ele precisa de tratamento urgente.

LÍVIA            - Não adianta você querer ajudar, mas o necessitado não querer ser ajudado.

TAYLA          - E obrigá-lo, não seria uma boa ideia?

LÍVIA            - Eu não queria obrigá-lo, mas estou vendo que não há outra saída.

TAYLA          - E o Augusto?

LÍVIA            - O Augusto quer expulsá-lo de casa.

TAYLA          - Não seria uma boa atitude, o William precisa de apoio.

LÍVIA            - Foi isso que eu ele discutimos hoje, no final da tarde.

TAYLA balança a cabeça negativamente.

TAYLA          - Qualquer coisa que você precisar, pode contar comigo, você sabe disso. Eu até já estou tendo a ideia de conversar com o Arthur... Talvez ele possa conversar com o William.

LÍVIA            - Acho que seria inútil... O William não ouve mais ninguém, Tayla. (T: as duas ficam quietas. Lívia quebra o silêncio) E o seu casamento?

TAYLA          - Lá embaixo, conversamos... Vamos?

LÍVIA            - Vamos!

As duas caminham pelos corredores rumo à escadaria. Conversam fora de áudio.
CORTA PARA:

CENA 16. CINEMA. FRENTE. EXTERIOR. NOITE.
MARINA e RODRIGO já estão de saída. Caminham pela rua. Estão calados. RODRIGO quebra o gelo.

RODRIGO     - Vamos pro meu apartamento?

MARINA        - Não, Rodrigo, eu quero ir pro meu apartamento.

RODRIGO     - Já que você deseja assim, então vamos.

MARINA        - Eu só me esqueci de dizer que quero ir sozinha.

RODRIGO     - Como assim?

MARINA        - Rodrigo, nós temos que ter uma conversa.

RODRIGO     - Antes de termos essa conversa, eu quero dizer que estava tudo bem entre nós dois até um minuto atrás.

MARINA        - Sim. Estava tudo bem. Mas isso não significa que eu queira passar o restante da noite, rolando em cima de uma cama com você.

RODRIGO     - Você está agindo de uma forma estranha comigo, parece estar me recusando.

MARINA        - Acontece que você ainda não percebeu que eu não quero mais nada com você.

RODRIGO     - Então por que você aceitou o meu convite pra vir ao cinema?

MARINA        - Porque eu não tinha nada pra fazer e também porque eu não queria recusar o seu convite.

RODRIGO     - E a viagem que fizemos a Orlando?

MARINA        - Através daquela viagem, eu esperava que fossemos descobrir que realmente temos alguma coisa a ver com o outro e que podíamos até mesmo continuar o nosso relacionamento, mas não... Eu acabei me enganando.

RODRIGO     - Só que eu não me enganei, até mesmo sei que gosto realmente de você e quero transformar nosso relacionamento em algo mais sério... Mas, então, você acabou de me dizer isso e parece que meu mundo está desmoronando.

MARINA        - Não seja dramático, Rodrigo!

RODRIGO     - Marina, eu gosto de você.

MARINA        - Só que eu não sinto a mesma coisa. Eu não quero ficar com uma pessoa por qual não sinto nenhum tipo de afeto, a não ser mesmo um carinho por amizade. (Rodrigo fica com os olhos marejados. Marina continua) Eu poderia te consolar, dizer que você vai encontrar uma pessoa que realmente goste de você, mas eu não vou repetir o texto que muitas pessoas usam quando vão terminar um relacionamento. Não adiantaria de nada.

RODRIGO dá um leve irônico. Balança a cabeça negativamente. Vai embora.
CORTA PARA:

CENA 17. MANSÃO DOS VILLARY. SALA. INTERIOR. NOITE.
LÍVIA conversa com alguns convidados. Vê uma moça chegar e vai à direção dela.

LÍVIA            - Angelina.

ANGELINA    - Dona Lívia.

LÍVIA            - Você sabe onde está o meu filho?

ANGELINA    - Eu e o William já não nos falamos há um bom tempo.

LÍVIA            - Ele não me falou que vocês já não se falavam mais.

ANGELINA    - Na verdade, eu terminei meu namoro com ele.

LÍVIA            - Eu te entendo. Você não iria aguentar a situação dele por muito tempo.

ANGELINA    - Mas ele já está fora de casa há muito tempo?

LÍVIA            - Sim. Desde manhã. Ele nunca ficou tantas horas assim, sumido... Veio com seus pais?

ANGELINA    - Sim. Eu confesso que não queria ter vindo, mas meu pai praticamente me implorou.

LÍVIA            - É normal que você não queira reencontrar o meu filho.

ANGELINA    - Não fique chateada comigo, Dona Lívia...

LÍVIA            - Eu já disse que te entendo. Eu te entendo completamente. No seu lugar, eu também agiria da mesma forma.

LÍVIA retira-se. Volta a dar atenção aos demais convidados. ANGELINA fica circulando a festa.
CORTA PARA:

CENA 18. MANSÃO DOS VILLARY. BIBLIOTECA. INTERIOR. NOITE.
ARTHUR está na biblioteca bebendo uísque. AUGUSTO o vê.  Aproxima-se. Fica observando o irmão.

AUGUSTO - Por que não se junta conosco?

ARTHUR - Até alguns minutos atrás, eu estava conversando com alguns de seus colegas de serviço.

AUGUSTO - Hum... Você está muito inquieto hoje.

ARTHUR - Você também parece não estar legal.

AUGUSTO - E continuo exaltando alegria pelo contrato que consegui fechar com a multinacional. Não posso me deixar levar pelos meus problemas pessoais, sem que antes eu espalhe a novidade e jogue na cara de nossos familiares.

ARTHUR - Eu já sabia que a sua intenção era essa. Você não iria convocar todos para um jantar à toa, sem que tivesse a sua maliciosa intenção por trás.

AUGUSTO - Ainda bem que você me conhece, meu irmão. Agora vamos interagir com os convidados, porque eu preciso falar sobre o meu progresso.

AUGUSTO e ARTHUR se encaminham para junto dos demais convidados.
CORTA PARA:

CENA 19. MANSÃO DOS VILLARY. SALA. INTERIOR. NOITE.
TAYLA está sentada no sofá quando LÍVIA aparece. Senta-se ao seu lado.

LÍVIA            - Por que está excluída?

TAYLA           - Você sabe muito bem que eu sempre fico excluída nessas reuniões de família.

LÍVIA            - Não há apenas familiares, também há colegas de trabalho do Augusto.

TAYLA           - Familiares dos nossos maridos. Não considero essa gente como de minha família.

LÍVIA            - Você não gosta nenhum um pouco deles, não é?

TAYLA           - Não. Nem mesmo o Arthur gosta deles.

LÍVIA            - Falando no Arthur, como anda o casamento de vocês?

TAYLA           - Um verdadeiro tédio. O Arthur, ultimamente, só vive para aquele escritório. Na verdade, sempre foi assim de alguma forma, mas não com tanta intensidade. Nosso casamento está desgastado, o Arthur parece ter perdido a vontade de viver a vida. É raro os momentos em que estamos bem.

LÍVIA            - Você se casou muito jovem.

TAYLA           - É, esse foi o meu problema. Eu não devia ter me atirado no primeiro que encontrei pela frente, mas eu estava realmente apaixonada.

LÍVIA            - Você se arrepende de ter casado então?

TAYLA           - Hoje de manhã, a minha prima me perguntou a mesma coisa.

LÍVIA            - E o que você respondeu pra ela?

TAYLA           - (sorri) Eu acabei não respondendo, porque a minha cunhada me mandou uma mensagem naquele mesmo instante e eu fui salva de responder a pergunta.

LÍVIA dá um sorriso também.

LÍVIA            - Mas você não está salva de responder pra mim.

AUGUSTO aproxima-se de LÍVIA. A olha e fala pra ela.

AUGUSTO     - Já vamos servir o jantar?

LÍVIA olha para TAYLA que dá um sorriso novamente. LÍVIA olha para o marido.

LÍVIA            - Sim, já vamos servir.

AUGUSTO     - Vou fazer o anunciado então.- (Augusto retira-se. Vai ao centro da sala. Altera a voz) Atenção, por favor? (Os convidados o olham) Quero agradecer a presença de todos: meus familiares, meus colegas. E também quero anunciar que o jantar já será servido e peço que todos me acompanhem.

A porta da sala é escancarada violentamente para o susto de algumas pessoas. WILLIAM surge pelado e totalmente embriagado. Burburinhos de pessoas tomam conta da casa imediatamente. Alguns comentam, outros riem. Vemos AUGUSTO transtornado

AUGUSTO     - (chocado) O que é isso?

De forma dinâmica focamos nos rostos de ARTHUR, TAYLA e LÍVIA. No espanto de AUGUSTO... Congela em “AUGUSTO”.

FIM DO CAPÍTULO 26.

Um comentário:

  1. Como pude me estabelecer com meu marido com a ajuda do Dr. Ajayi, o soletrador, tenho 47 anos e três filhos, uma manhã há cerca de 8 meses, meu marido acabou de acordar da cama e a próxima coisa que ele disse foi que deveríamos nos divorciar de que ele não está mais interessado em nosso casamento, essas palavras eu quase desmaiei, implorei com ele e perguntei o que estava errado, mas ele se recusou a dizer qualquer coisa, naquele mesmo mês ele saiu de casa e me deixou sozinha com as crianças e, para ser sincero, não foi fácil para mim, eu até disse à irmã para me ajudar a implorar que ele me perdoasse, se eu o errei sem saber e todos os pedidos caem em ouvidos surdos. Procurei por ajuda de plataformas diferentes, mas tudo falhou até ler um artigo sobre um homem espiritual, um lançador de feitiços chamado Dr. Ajayi, expliquei meu problema a ele e ele me disse para fornecer algumas informações que eu lhe dei, ele me disse que marido não está em seu estado de espírito certo, que ele está sendo manipulado por outra mulher, é por isso que ele está procurando o divórcio, mas ele me disse para não ficar preocupada com o fato de que em três dias todas as minhas preocupações terminarão e para minha maior surpresa depois o feitiço foi lançado pelo Grande Dr. Ajayi, meu marido ligou que ele estava voltando para casa e até me perguntou há quanto tempo ele está longe de casa, eu estou realmente feliz que meu casamento é salvo pelo grande lançador de feitiços chamado Dr. Ajayi, o divórcio nunca acontece, eu recebi uma promoção no local de trabalho, tudo na minha vida está se transformando em bom, e o grande lançador de feitiços, Dr. Ajayi, deve agradecer por tudo isso. Se você está tendo problemas conjugais, se está procurando o fruto do útero, se deseja recuperar seu ex-amante, se deseja números da sorte para loteria, se precisa de um feitiço de proteção, feitiço para riquezas, etc. Você é livre para entrar em contato com o Dr. Ajayi para qualquer tipo de trabalho de feitiço e sempre será grato por isso, porque todos os seus desejos do coração serão atendidos. Você pode entrar em contato com ele no e-mail: drajayi1990@gmail.com ou Whatsapp: +2347084887094.

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