CENA 1.
EXTERNA – EMPRESA POSITIVO – JARDIM – MANHÃ.
NA
CONTINUIDADE...
MURILO:
ATÉ QUE ENFIM APARECE, DANIEL. FIQUEI PREOCUPADO. PENSEI QUE NÃO VINHA.
DANIEL:
(SEMPRE OLHANDO PRA SORAIA) ME ATRASEI UM POUCO.
MURILO:
BOM, JÁ QUE ESTÁ AQUI, DEIXE TE APRESENTAR. SORAIA, MINHA NOIVA.
DANIEL:
(SURPRESO) NOIVA?
MURILO:
É. A MINHA MINA CARA. LEMBRA QUE FALAVA SEMPRE DELA PRA VOCÊ? HOJE FINALMENTE
VOCÊ CONHECE A MULHER DA MINHA VIDA.
DANIEL
FICA DESOLADO COM A REVELAÇÃO. MURILO INOCENTE DA SITUAÇÃO, BEIJA SORAIA.
MURILO:
E EM BREVE SERÁ MINHA NOIVA. ENTÃO? VAMOS FALAR COM DR. CÁSSIO?
DANIEL
POR ALI, SEM JEITO.
CENA 2. INTERIOR.
EMPRESA POSITIVO. SALA DE CÁSSIO. MANHÃ.
SORAIA
ENTRANDO.
SORAIA:
COM LICENÇA, DR. CÁSSIO. O CANDIDATO A VAGA DE MOTORISTA.
CÁSSIO:
AH SIM. MANDE ENTRAR.
DANIEL
ENTRA. SORAIA SAI.
CENA 3.
INTERIOR. SALA DE SORAIA. MANHÃ.
SORAIA
MEIO DESOLADA, TRISTE. MURILO PERCEBE.
MURILO:
O QUE FOI, MEU BEM? QUE CARINHA É ESSA?
SORAIA:
NADA MURILO. TOU CHEIO DE SERVIÇO. NÃO SE PREOCUPE. ESTOU BEM.
CENA 4.
INTERIOR. SALA DE CÁSSIO. MANHÃ.
CÁSSIO E
DANIEL JÁ EM CONVERSA.
CÁSSIO:
VOCÊ É AMIGO DO MURILO. ELE TEM SE DEMOSTRADO UM EXCELENTE FUNCIONÁRIO. JÁ
APRONTOU ALGUMAS, MAS É PASSADO. BOM, PELO QUE SEI VOCÊ NÃO TEM EXPERIÊNCIA NO
CARGO.
DANIEL:
É. EU TENHO UM CARRO, MAS É DIFERENTE DE SER UM PROFISSIONAL DE TRABALHO.
CÁSSIO:
EXATAMENTE. E O QUE EU EXIJO DE UM FUNCIONÁRIO É DEDICAÇÃO, DESEMPENHO E
PONTUALIDADE.
DANIEL:
SIM, SENHOR. O SENHOR PODE TER A TOTAL CONFIANÇA EM MIM. EU DAREI O MELHOR DE
MIM, NESSE SERVIÇO.
CÁSSIO:
MUITO BEM RAPAZ. EU GOSTEI DE VOCÊ. ESTÁ CONTRATADO.
DANIEL:
PUXA, DOUTOR. ESTOU MUITO FELIZ E AGRADECIDO.
CÁSSIO:
AGRADEÇA AO MURILO.
DANIEL:
DE QUALQUER FORMA, MUITO OBRIGADO.
DANIE
SAI.
CENA 4.
INTERIOR. SALA DE SORAIA. MANHÃ.
SORAIA
ALI, ESCREVENDO. APARECE DANIEL.
DANIEL:
DEU CERTO. DR. CÁSSIO ME ACEITOU COMO MOTORISTA.
SORAIA:
PARABÉNS. O MURILO ME FALOU QUE TINHA UM AMIGO QUE PRECISAVA DE UM EMPREGO, E
LOGO PENSEI NESSE CARGO. ESPERO QUE TENHA GOSTADO.
DANIEL:
SE EU GOSTEI? AGORA PERCEBE QUE NASCEMOS UM PARA O OUTRO? O DESTINO NOS UNIU
MAIS UMA VEZ!
SORAIA:
POR FAVOR, NÃO ME COMPLIQUE MAIS. ESTOU NAMORANDO SEU AMIGO, MURILO. E NÓS
VAMOS NOS CASAR.
DANIEL:
E NÃO SABE O QUANTO SOFRI AO SABER DISSO. DESDE AQUELE DIA QUE EU TI VI NA
PRAÇA... NÃO CONSEGUI TIRAR DA MINHA MENTE. (SORRI) EU GOSTARIA DE LHE VER
NOVAMENTE.
SORAIA
MEIGA, SORRI.
DANIEL:
EU PRECISO DESSE ENCONTRO. POR FAVOR?
SORAIA:
DANIEL, É IMPOSSÍVEL!
DANIEL;
SÓ MAIS UMA VEZ. HOJE. AONDE QUISER.
SORAIA
MEIO INDECISA. OLHA PRA ELE SINGELA.
SORAIA:
TUDO BEM. MAS, PERCA AS ESPEREANÇA SE PENSA QUE VAI ACONTECER ALGO A MAIS.
DANIEL:
TE VER NOVAMENTE JÁ É ALENTO AO MEU CORAÇÃO.(SORRIDENTE) SE SOUBESSE O QUANTO
ESTOU FELIZ POR ENCONTRAR VOCÊ.
DANIEL
VAI SAIR, VOLTA-SE, ACENA PRA SORAIA E SAI. ELA SORRI.
CENA 5.
INTERIOR. EMPRESA POSITIVO. SALA DE MURILO. MANHÃ.
MURILO
POR ALI. APARECE SORAIA.
SORAIA:
MURILO, PRECISO SAIR. JÁ PEDI PERMISSÃO AO DR. CÁSSIO. ELE ME LIBEROU.
MURILO:
ACONTECEU ALGUMA COISA? PROBLEMA COM SEU IRMÃO?
SORAIA:
NÃO. É COISA MINHA.
MURILO:
(DESCONFIADO) VERDADE? NÃO ESTÁ ME ESCONDENDO NADA?
SORAIA:
CLARO QUE NÃO, MEU BEM. É COISA RÁPIDA. LOGO ESTAREI DE VOLTA.
MURILO:
E O DANIEL?
SORAIA:
(SEM JEITO) O QUÊ QUE TEM?
MURILO:
O EMPREGO, SORAIA.
SORAIA:
AH SIM. DEU TUDO CERTO COM ELE. PRECISO IR.
SORAIA
DÁ UM BEIJO EM MURILO E SAI. ELE ALI PENSATIVO.
CENA 6.
INTERIOR. CASA DE CÁSSIO. SALA. MANHÃ.
LUANA NO
SEU NOTBOOK, APARECE JOANA.
JOANA:
LUANA... TENHO UMA SURPRESA PRA VOCÊ.
LUANA:
ADORO SURPRESAS.
JOANA
SAI, E LOGO VOLTA COM GUSTAVO, SEU FILHO.
JOANA: O
GUSTAVO, MEU FILHO. NÃO TINHA DITO PRA VOCÊ QUE ELE VINHA PASSAR UMA TEMPORADA
CONOSCO?
LUANA
FINGE GOSTAR DA CHEGADA DE GUSTAVO. ELE INOCENTE, SE APRESENTA.
GUSTAVO:
TUDO BEM, LUANA?
LUANA:
(FINGIDA) SIM. TUDO.
GUSTAVO:
MINHA MÃE FALA MUITO EM VOCÊ. É VERDADE QUE VOCÊ ESTUDA NUM COLÉGIO SÓ PRA
GAROTAS?
LUANA: É
VERDADE. POR QUE?
GUSTAVO:
NÃO, POR NADA. SÓ ACHEI CURIOSO.
JOANA:
BOM, JÁ QUE FORAM APRESENTADOS, VOU DEIXAR VOCÊS CONVERSANDO.
JOANA
SAI. LUANA ESTÁ VISIVELMENTE ENTEDIADA COM A PRESENÇA DE GUSTAVO, PORÉM, ELE
NÃO PERCEBE.
GUSTAVO:
ACHO QUE VOU GOSTAR DAQUI. É UMA CASA MUITO GRANDE. VOCÊ NUNCA SE PERDEU AQUI
DENTRO?
LUANA:
(GROSSA) NÃO. EU NÃO SOU TÃO IMBECIL ASSIM.
GUSTAVO
FICA SEM JEITO.
GUSTAVO:
DESCULPA. EU SÓ QUIS...
LUANA:
GAROTO... VER SE ME DEIXA QUIETA E SOZINHA AQUI NO MEU CANTO, TÁ LEGAL?
GUSTAVO:
TAMBÉM NÃO PRECISA SER TÃO GROSSEIRA. EU SÓ QUERO FAZER AMIZADE COM VOCÊ.
LUANA: E
QUEM DISSE QUE QUERO SER SUA AMIGA? VER SE TE ENXEGA MULEQUE.
GUSTAVO:
EU NÃO SOU MULEQUE!
LUANA:
É, SIM! NÃO SEI ONDE MEU PAI ESTAVA COM A CABEÇA QUE ACEITOU A JOANA TRAZER
VOCÊ AQUI PRA CASA.
GUSTAVO:
OLHA AQUI, GAROTA... NINGUÉM NUNCA ME TRATOU ASSIM.
LUANA:
VAI VER QUE SÃO TUDO DA SUA LAIA. GENTE POBRE E CAFONA.
GUSTAVO:
PRO SEU GOVERNO MINHA AVÓ É DONA DE UM ASILO PRA IDOSOS NA ITÁLIA. ELA É UMA
MULHER MUITO BOA E CARIDOSA COM AS PESSOAS, E TEM SEU BELO EXEMPLO DE CIDADÃ
CULTUADA EM VÁRIAS PARTES DA EUROPA.
LUANA
CAI NA RISADA.
GUSTAVO:
DO QUÊ VOCÊ TÁ RINDO?
LUANA:
DONA DE UM ASILO PRA IDOSOS?! QUE COISA BREGA. SUA VÓ SÓ PODE SER UMA VELHA BEM
CAQUÉTICA, QUE RESOLVEU ABRIR ESSE ASILO PRA NÃO FICAR SOZINHA.
GUSTAVO:
OLHA AQUI, GAROTA, RESPEITA A MINHA VÓ, TÁ LEGAL? EU NÃO VOU TOLERAR ESSE TIPO
DE COMENTÁRIO SOBRE ELA.
LUANA:
FIQUE VOCÊ SABENDO QUE EU FALO O QUE EU QUISER E NA HORA QUE BEM ENTENDER. POR
QUE A BOCA É MINHA, E A CASA TAMBÉM. OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM.
GUSTAVO:
GAROTA RIDÍCULA!
LUANA:
(OFENDIDA) O QUE FOI QUE VOCÊ DISSE? REPETE SE TEM CORAGEM?
GUSTAVO:
EU DISSE QUE VOCÊ É UMA GAROTA RIDÍCULA. E DIGO MAIS: RIDÍCULA, ARROGANTE E
PATRICINHA.
LUANA
NÃO SE CONTENTA E METE UMA TAPA FORTE EM GUSTAVO QUE ELE CAI AO CHÃO, COM A MÃO
NO ROSTO.
LUANA:
LUGAR DE POBRE É AÍ NO CHÃO. SE PENSA QUE SÓ PORQUE MOROU NA EUROPA... SEU MODO
DE VIDA AQUI SERÁ IGUAL, ESTÁ ENGANADO. EU NÃO GOSTO DE VOCÊ. E NÃO QUERO SER
SUA AMIGA.
LUANA
SAI. GUSTAVO CHORA.
CENA 7.
INTERIOR. CASA DE ESTELA. SALA. MANHÃ.
MARÍLIA
ESCREVENDO UMA CARTA. GIGI ALI DO SEU LADO.
MARÍLIA:
VOCÊ ENTREGA ESTA CARTA PARA O TONY? NÃO DEIXA A MAMÃE VER.
GIGI:
CLARO, QUERIDA. VOCÊ SABE QUE PODE CONTAR COMIGO. (T) MAS E AÍ, COMO TÁ O CASO
DE VOCÊS? TEU PAI É MESMO PADRASTO DELE?
MARÍLIA:
É.
GIGI:
QUE BABADO FORTE AMIGA.
MARÍLIA:
AI GIGI. EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER. MINHA MÃE JÁ ME PROIBIU DE VER O TONY DE
NOVO. EU NÃO SEI SE VOU SUPORTAR. AGORA MAIS ESSA. ELA ACHA QUE MEU PAI PODE
INFLUENCIAR NO NOSSO RELACIONAMENTO.
GIGI:
MAS ISSO É UMA BOA. SEU PAI APOIANDO O NAMORO DE VOCÊS, A COISA ANDA.
MARÍLIA:
PELO CONTRÁRIO. MINHA MÃE ACHA QUE O TONY VAI FAZER COMIGO O MESMO QUE MEU PAI
FEZ COM ELA.
GIGI:
VAI ME DESCULPAR, MARÍLIA... MAS TUA MÃE TEM HORAS QUE É MUITO CARETA. DEUS ME
LIVRE. ELA DEVIA ERA TE INCENTIVAR E TORCER PRA QUE TUDO DER CERTO ENTRE VOCÊS.
MARÍLIA:
ELA NÃO ENTENDE QUE EU MORRO PELO TONY SE FOR PRECISO.
GIGI:
TAMBÉM NÃO EXAGERA, MARÍLIA.
MARÍLIA:
MAS É VERDADE, GIGI. EU MORRO PELO TONY. ELE ATÉ JÁ PENSOU EM FUGIR COMIGO.
GIGI:
FUGIR? E VOCÊ, O QUE DISSE?
MARÍLIA:
ACHEI PRECIPITADO DA PARTE DELE. MAS SE EU SOUBESSE QUE AS COISAS IAM ANDAR
DESSA FORMA TERIA FUGIDO MESMO.
GIGI:
MALUQUINHA VOCÊ, HEIN!
MARÍLIA:
SOU. PELO TONY EU FAÇO TUDO. TUDO MESMO.
GIGI RI,
INCRÉDULA.
CENA 8.
EXTERIOR. RUAS. PRACINHA DO BAIRRO. MANHÃ.
A CÂMERA
SEGUE OS PASSOS DE UMA MULHER CAMINHANDO PELAS RUAS. ATÉ QUE VAI ABRINDO E
MOSTRAMOS SORAIA SUBINDO A PRAÇA. LOGO A FRENTE VEMOS DANIEL SENTADO. AO VER
ELA, SE LEVANTA.
DANIEL:
ESSE JARDIM FICOU MAIS FLORIDO COM SUA PRESENÇA. ATÉ O SOL SE ESCONDEU SOBRE AS
NUVENS, OFUSCADO POR SUA BELEZA.
SORAIA:
(MEIGA) NÃO DIGA ISSO. SÓ VIM POR QUE QUERO TIRAR ESSA HISTÓRIA A LIMPO. NÃO
PENSE QUE SOU DESSSAS MULHERES QUE SE ATIRAM NO PRIMEIRO HOMEM QUE VER.
DANIEL:
JURO QUE NÃO PENSEI. MAS TENHO A CERTEZA QUE SE VEIO, É PORQUE POSSO TER UMA
ESPERANÇA. (ELE VAI SE APROXIMANDO DELA) E TENHO A CERTEZA QUE VOCÊ É A MULHER
DA MINHA VIDA. NÃO HÁ MENOR DÚVIDA.
SORAIA:
EU ACREDITO NO QUE DIZ SENTIR POR MIM. MAS VOCÊ NÃO PODE TER ESSA CERTEZA.
SORAIA:
IMPOSSÍVEL ISSO ACONTECER, DANIEL. EU NAMORO O MURILO, SEU AMIGO.
DANIEL:
NÃO IMPORTA! O QUE EU SINTO, ISSO SIM, IMPORTA. DESDE QUE TE VI PELA PRIMEIRA
VEZ, EU... EU NÃO SEI, MAS... ALGO FORTE... UM GOZO... UMA ALEGRIA SEM TAMANHO
INVADIU MEU PEITO. E ESSA ALEGRIA É VOCÊ, SORAIA.
SORAIA
SAI PARA O LADO, TENSA. DANIEL ABRAÇA ELA POR TRÁS, CARINHOSO. SORAIA NÃO
REAGE.
DANIEL:
(FALANDO NO OUVIDO DELA, CARINHOSO) ISSO... ISSO QUE SINTO POR VOCÊ... É AMOR!
SORAIA
SE VIRA. E OS DOIS SE BEIJAM. TEMPO NELES.
NISSO
CORTA PARA...
FIM DO CAPÍTULO 29
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