Episódio 27 - Aconteceu Aos 16




As variações da vida nos leva a refletir sobre cada segundo que nos é dado, inclusive a necessidade em fazer tudo que der vontade no hoje, pois quando a vida passar diante dos nossos olhos talvez seja tarde se arrepender do que não fez de bom.
Dentro daquela cozinha eu vir o demônio em pessoa fora de sua casa, porem ele queria se familiarizar com o local e trazer a sua casa para dentro do ambiente.
Pietro estava congelado, e eu não parava de olhar a movimentação dele.
- Menteu, tampa a passagem de gás.
Pietro falava pra mim ainda com dificuldade.
- Tampar a passagem? Cara ele estar preste a acender o fosforo,   todos nos vamos morrer.
Eu disse.
- Não Menteu, confia em mim, Tampa a Passagem, Agora.
Pietro me falou, logo em seguia correu em direção ao “Conde Drácula”.
- Pietrooooooo
Eu gritei sem muito resultado.
Corri em direção ao fogão, com muita dificuldade devido a grande nuvem de ar que estava circulando o local eu acabei me agachando, tirei a camiseta gradativamente, molhei ela na torneira da pia e fiz uma espécie de bloqueio impedindo a passagem do gás.
- Parece que estancou.
Falei.
Fiquei de pé e olhei e vir a alguns metros de distancia logo depois de dois armários, dos paradoxos que me fez mudar minha vida.
De um lado eu tinha um cara que me fez enxergar o  quanto e bom estar vivo, de como e bom entender o outro, em Pietro eu tinha encontrado uma espécie Humana diferente eu encontrei nele uma amizade verdadeira , e foi com ele que eu conseguir entender a necessidade em ser HUMANO.
Um pouco mais na frente eu me deparava com uma criatura Perturbadora, uma pessoa sem vida, sem semblante de coragem, porem que botava terror por onde passava e mesmo eu sem saber quem de fato ele era,  me assustava e me fazia ver o lado mas obscuro da vida, ao lado dele eu me sentia acuado, eu me sentia preso, eu não me sentia gente.
Eram duas versões de mim.
Eram dois lados da minha personalidade.
E se eu estava ali eu estava prestes a presenciar a maior briga da minha vida, e eu me sentir culpado de não poder fazer nada.
Corri em direção a Pietro, deixei meus medos e traumas de lado, e fui como um soldado pronto  para a guerra fui sem armas e sem camisa, mas fui.
- Você não vai lutar só cara.
Falei ao me aproximar de Pietro e colocar a mão em seu ombro.
- Sei que não Menteu, mas é necessário que eu lute só, eu já fiz muita burrada nessa vida cara e se tem alguma forma de consertar tudo, eu sei que a chance é essa.
Ele me falou, enquanto não tirávamos os olhos do cara de preto que continuava a procurar algo dentro do armazém.
- Eu ultimamente aprendi a viver com os maiores defeitos da minha vida Pietro, você me fez entender que a nossa vida não pode ser vista só pelo lado mau, se acha que não fez nada de certo na vida, fique sabendo que eu me tornei um projeto certo ao seu lado. Eu não posso te deixar lutar essa minha luta, eu luto mais você.
Eu me levantei, e ele se levantou junto comigo, o que nos impedia de entrar era apenas uma pequena porta de vidro que dava acesso ao armazém de suplementos.
- Desculpa Menteu, mas eu tenho que Lutar por você.
Pietro Me empurrou, e eu cair de costa para o chão, ele correu e travou a porta de Vidro, e do lado de dentro do armazém através da porta de vidro eu conseguir interpretar os seus lábios que se mexiam em passos Lentos.
- Salve os Outros MENTEU.
Levantei-Me Tremulo e corrir em direção à porta, olhei para ele e com lagrimas nos olhos eu falei enquanto ele me olhava do lado de dentro do armazém.
- Obrigado DARKNESS.
- Por nada, SPRING.
Ele virou de costas e se foi.
O cheiro dentro da cozinha estava forte de mais, como não havia nenhuma passagem de ar para escapar o gás, eu estava me sentindo dentro de uma câmara de gás como as de Hitler.
Sair em direção ao pátio de alimentação, e lá o tumulto ainda estava acontecendo.
O cenário era triste, sem vida, e de desespero.
Eu tentei conter todos, me esquivando dos murros, das cadeiradas e ate de algumas facas caseiras que tinham confeccionado para a “rebelião”.
Tentei incansavelmente.
- Para, está vazando gás vamos morrer.
- Temos que sair pessoal- vamos Morrer.
Eu gritava na tentativa de alguém me escutar.
Mas quando se está na guerra, infelizmente ninguém escuta uns aos outros.
Na guerra, ou se mata ou morre.
Havia um espaço livre depois de alguns entulhos, era uma mesa de tamanho proporcional, eu não pensei duas vezes e corri ate ela, eu subir nela e em um ângulo de 360° Graus, eu poderia contemplar a toda aquela confusão.
Eu vir que estava cercado de pessoas, a minha perna tremeu e minha fala não saiu, tentei chamar a atenção de todos, mas não tive muito sucesso.
Então fossei a garganta, uma, duas, ate que o grito saiu.
- Escutem.
As ondas de vibração saíram da minha boca, e todos pararam e olharam para mim.
 Minha cabeça rodou, e minha mente não me deixava pensar, parece contraditório mais foi o que me aconteceu.
Estavam todos ali parados, e eu vir todos apontando para mim.
- Calado Gordo.
- Fica na sua seu Louco.
- Desce dai Cabelo de pipoca.
- Calado, Calado, Calado.
Todos gritavam e apontavam o dedo pra mim, parecia uma orquestra musical.
E rodei, e a cada reflexão nos olhos deles me fazia ficar no chão da mesa, e desci, desci  e desci e de joelhos  cobrir meu rosto.
Eu me vir como da primeira vez, mas não era uma vitrine de uma loja, era gente de carne e osso, pessoas falhas e humanas, que dependiam de mim para ajuda-las não só a escapar da morte, mas para encontrar a verdadeira luz.
E foi o que fiz, e não fiz só por mim.
Fiz pela Beth, Pelo Fred, pelo Pietro, pela minha mãe, eu fiz o que deveria ter feito há muito tempo.
Que era ouvir meu coração.
Busquei forças e com a mão no peito eu me erguir novamente, e tomei de novo o meu espaço, respirei e olhei e vir que não tinha ninguém me olhando e nem acusando, eles estavam triste e esperando o meu posicionamento de fala. Então falei.
- Eu sou Menteu Spring, estou aqui há poucos dias, mas eu verifiquei uma coisa, verifiquei que estou na frente de diversas pessoas problemáticas eu verifiquei que estou à frente de dezenas de jovens desacreditados de si mesmo, e por mais que eu não tenha cometido nada pra estar aqui.
Todos olhavam um para os outros intrigados com minhas ultimas falas.
 - Isso, eu não comete nada para estar aqui, o meu único problema foi ter fulgido diversas vezes de mim, diversas vezes desse mundo, o meu único crime foi ter deixado o meu coração parado e ter feito a minha mente Pulsar em seu lugar, Mais sabe eu aprendi que quem mantem há vida é o coração, e não a mente, e mais eu tenho defeitos, eu aprendi que tenho sentimentos, aprendi que tenho vontades, eu aprendi que sou humano e esse combo de qualidades e defeitos fazem parte do que eu chamo de Projeto de Gente.
Estavam todos atentos.
- Eu deixei que minha escuridão me assombrasse eu permitir que minhas emoções se afastassem, e eu dei passe livre para que minha mente me dominasse, e tudo isso que me aconteceu não foi só devido a droga da despersonalização,  Isso vai além dessa droga de doença que eu escondo de todos, isso vai refletir diretamente em nos como seres humanos.
O cheiro de gás estava mais forte do lado de fora da cozinha, além do cheiro eu pude notar, pois algumas pessoas estavam cobrindo o nariz.
- O que eu quero dizer é que todos aqui estão feridos, magoados e sem rumo na vida, mas morrer não é a solução, eu fugir diversas vezes dos meus medos e não tive coragem de enfrentar o maior deles que é a morte. Então seja lá quem causou esse sacrifício humano, eu quero que vocês entendam que se nos se matarmos estaremos matando a pessoa errada, pois sempre tem uma melhor versão de nos, então vamos, vamos todos bate naquelas correntes com toda a nossa força e ir além desses portões, vamos de cabeça erguida mostrar para a vida que nos não temos medo de vivê-la.
Eles me olhavam em silencio.
Ate que o magrão de tatuagem bateu palmas e veio em minha direção, depois mais uma, mais outra e todos estavam me aplaudindo.
Todos correram para abrir a porta, e com algumas barras de ferro conseguiram romper aquilo tudo, e saíram correndo pelo corredor principal, olhei pra trás e pensei em voltar, mas o cheiro estava forte e não me permitia continuar ali.
No pátio de saída estavam repletos de guardas armados, ambos com as armas pra cima, foi ai que um homem se posicionou e falou.
- O Show acabou, de joelhos, todos.
- Tem gente lá dentro, precisam salvar o Pietro.
Eu gritava.
- Vai ser só mais um verme que vai morrer depois de você.
Ele apontava a arma pra mim enquanto falava.
- Quem começou essa rebelião?
Um silencia, ate que eu me levantei.
- Foi eu.
E de pé eu presenciei diversas armas em minha direção, e pela primeira vez na historia eu sentia que não estava só.
- E eu.
O carinha de tatuagem se levantou também.
- Eu também.
Mas outro.
-E EU.
- Eu também.
E eu, eu, eu também...
E todos estavam de pé do meu lado.
Eu ergui a cabeça e falei.
- Sabe por que não podemos morrer agora? Porque somos protagonistas das nossas  vida.
Correm.
Gritei.

2 comentários:

  1. Nossa, o segredo dele era a droga da Despersonificacao, eu tava lendo esses dias sobre essa noticia, ela nos faz ver as coisas distorcidas do q elas sao.

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