Maneiras de Ser - Capítulo 07



MANEIRAS DE SER

DE
WESLLEY FUCHS

ESCRITA POR
WESLLEY FUCHS

DIREÇÃO GERAL
HENZO VITURINO
MIGUEL RODRIGUES

DIREÇÃO DE NÚCLEO
MIGUEL RODRIGUES

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO


ALICE
BEN
CRIS
EVA
FELIPE
FERNANDO
GERALDO
HELOÍSA
JOAQUIM
JORGE
JÚLIA
MARIZA
MIGUEL
NICOLE
PANDORA
ROGER
VITÓRIA


PART:
SECRETÁRIA

CENA 01/ MORUMBI/ EXTERIOR/ DIA
Continuação imediata. Joaquim com Eva nos braços olhando sério.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 02/ MANSÃO DE JOAQUIM/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Eva deitada no sofá, ela abre os olhos, Joaquim a olha sério.
EVA                             — Joaquim!
JOAQUIM                  — (Sério) Roberta!
Eva então fica sem entender a seriedade de Joaquim.
JOAQUIM                  — Você se jogou no carro de propósito ou foi impressão minha, Eva?
Eva reage.
EVA                             — Quê?
JOAQUIM                  — Deu pra ver de longe a falsa cena do atropelamento (T) corrijo, no meu caso foi de perto mesmo, já que o motorista era eu.
EVA                             — (Tentando conter a situação) Joaquim/...
JOAQUIM                  — (Corta) Eu realmente não sei o motivo pelo qual você fez aquela cena ridícula, Roberta (T) eu acho que você está pensando que vida real é novela, porque não é possível que você se dispôs a isso/...
EVA                             — (Corta) Eu é que não estou entendendo o motivo pelo qual você está achando que tudo aquilo ali foi falso (T) você acha mesmo que eu arriscaria a minha vida? Porque eu certamente poderia ter sido esmagada ou arremessada para longe, não tem porquê eu fazer isso.
JOAQUIM                  — O porquê eu não sei, mas o que eu sei é que você sabia que não seria esmagada e muito menos arremessada para longe sendo que eu estava dirigindo em baixíssima velocidade (T) agora você vai me explicar, Roberta. Por que você fingiu aquele atropelamento ali fora?
Reação de Eva: sem saber o que dizer.
CORTA PARA:
CENA 03/ MANSÃO DE PANDORA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Abre em Heloísa já abrindo a porta: Vitória entra e a abraça.
VITÓRIA                     — Amiga do céu, eu nem vou te cumprimentar primeiro, porque rolou um babado forte no colégio hoje.
HELOÍSA                    — (Ainda meio triste) Jura?
VITÓRIA                     — (nem percebeu a tristeza de Helô; dá continuidade) Então, como você sabe hoje foi o primeiro dia dos bolsistas e você acredita que a Vicki e a Marina inventaram de fazer um trote e se deram mal logo com a primeira vítima (ri) a gata deu uma lição de moral nas duas na frente de todo mundo, ela preparou discurso forte que deixou todo mundo impressionado, todo mundo aplaudiu e se deu as mãos como se os bolsistas estivessem lá por uma vida inteira, sério, foi arrasador e o nome da garota é Júlia, te apresento depois e claro que a Marina e a Vicki foram punidas, principalmente a Vicki, porque a Rayssa resolveu de uma vez por todas denunciar aquela falsiane.
HELOÍSA                    — Denunciou?
VITÓRIA                     — Denunciou, amiga. Criou coragem e foi (T) ainda bem senão eu mesma ia fazer isso, apesar que eu dei um empurrãozinho pra Rayssa.
Heloísa sorri, agora Vitória percebe.
VITÓRIA                     — Amiga, tá tudo bem?
HELOÍSA                    — (Lágrimas nos olhos) Não, Vi. Não tá nada bem.
VITÓRIA                     — (Preocupada) O que é que está acontecendo? Que cara é essa?
HELOÍSA                    — Digamos que a minha vida tenha mudado radicalmente por conta de um segredo que os meus pais me esconderam durante uma vida toda (escapa uma lágrima) e se fosse pela minha mãe esse segredo jamais viria à tona, seria tratado como se nunca tivesse ocorrido, entende? Só que o meu pai ele teve coragem suficiente de tomar a decisão de me contar esse segredo.
VITÓRIA                     — Mas que segredo é esse, Heloísa? Eu estou ficando preocupada.
HELOÍSA                    — (Chora) Eu não sou filha do meu pai, Vitória. Eu sou fruto de uma inseminação de sêmen.
Reação de Vitória: surpresa
VITÓRIA                     — Caramba, amiga.
HELOÍSA                    — Agora eu não sei o que fazer, parece que a minha vida virou de cabeça pra baixo (T) a minha mãe surtou foi atrás do meu pai e só Deus sabe o que é que eles conversaram... Se é que essa conversa já não teve um fim (olhando pro relógio) porque ela saiu daqui às 13:03 sendo que ela tinha uma audiência às 14:00... Mas do que jeito que ela estava surtada ela pode ter até esquecido, ou sei lá...
Vitória abraça Heloísa.
VITÓRIA                     — Heloísa, eu quero que você conte comigo pra tudo, sempre que precisar. Eu nunca vou sair do seu lado você sabe disso, eu mesma te contei que você é como se fosse uma irmã pra mim (sai do abraça e olha para Heloísa) mas quem disse que não somos irmãs, não é mesmo? (Sorri) Somos irmãs de pais e mães diferentes, somos irmãs de coração (T) eu quero que você saiba que eu vou estar aqui para tudo que você precisar, pro que deve e vier. Sempre.
HELOÍSA                    — (Sorri) Obrigada, Vi. Conte comigo pra tudo também... Agora eu não sei o que vai ser.
VITÓRIA                     — Eu tenho certeza que o seu pai não te rejeitou porque eu conheço o seu Jorge, ele é um pai maravilhoso e sua mãe logo, logo sai desse (faz aspas) surto dela (T) a vida é feita de momentos e esse momento vai passar assim como tantos outros problemas passaram. Ok?
HELOÍSA                    — (Sorri) Você tem razão. Eu não tenho do que reclamar, o meu pai mesmo disse que nada mudou, até porque ele sempre soube, sempre. Mas a minha mãe eu tenho medo, ela é uma pessoa que não esquece das coisas fáceis, Vitória (T) já tem seis meses dês da traição do meu pai e ela vive remoendo o passado lembrando daquele momento, das palavras, das ofensas, das lágrimas que sempre mais cedo ou mais tarde aparece naquela face dela (T) e a minha mãe passa uma imagem tão dura e forte nos tribunais e nas audiências quando ela está atuando como juíza, sendo que na vida ela é sensível e emocional.
VITÓRIA                     — Porque ela já atingiu o limite dela (T) agora é a hora de você dar apoio para que ela delete toda essa carga negativa que ela acumulou para ela colecionar bons momentos daqui pra frente.
HELOÍSA                    — (Sorri) E eu já sei até como.
Heloísa sorri para Vitória.
CORTA PARA:
CENA 04/ TEATRO/ PALCO – PLATEIA / INTERIOR/ DIA
Vemos Júlia entrando com os textos em mãos.
SONOPLASTIA: Choro de uma menina.
Júlia escuta e ao chegar na primeira plateia vê Cris chorando. Júlia se aproxima preocupada
JÚLIA                          — Está tudo bem, Cris?
Cris repara na presença de Júlia e tenta disfarçar.
CRIS                           — Júlia...
JÚLIA                          — Cris! Está tudo bem?
Cris faz que sim.
JÚLIA                          — Não parece... Fala a verdade, amiga, talvez eu possa te ajudar.
CRIS                           — Você não pode me ajudar, na verdade, ninguém pode.
JÚLIA                          — Mas eu posso te ouvir.
CRIS                           — Júlia, eu/...
Vemos Nicole e Felipe entrando. Cris enxuga as lágrimas rápido e sorri.
NICOLE                      — Fala gente.
JÚLIA E CRIS              — Oi.
NICOLE                      — (Pegando Cris pela mão com carinho) Amiga, hoje a gente ensaia a nossa cena, finalmente, mãe e filha. Ai, ai.
CRIS                                       — (Sorri) Nem me fale, amiga. Ansiosíssima.
NICOLE                      — Vamos bater o texto?
CRIS                           — Vamos!
As duas vão para um canto. Júlia olha para Felipe
JÚLIA                          — Felipe?
FELIPE                        — Sim?
JÚLIA                          — A Cris estava chorando quando eu cheguei aqui, só que ela não quis me falar o porquê!
FELIPE                        — Às vezes ela tem os motivos dela.
JÚLIA                          — Não sei... Ela me pareceu tão profundamente triste, como se estivesse chorando por algo sem solução, sei lá.
FELIPE                        — Você acha?
Júlia faz que sim.
JÚLIA                          — Eu não apenas acho como tenho certeza! Tem alguma coisa muito séria acontecendo com a nossa amiga, Fê.
Na preocupação de Júlia.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
Roger e Felipe acenando como um sinal de “tchau” para Nicole que já está saindo.
NICOLE                      — O ensaio estava ótimo.
MIGUEL                      — Fui.
Os dois saem. Cris guardando o texto em sua mochila, Júlia se aproxima. Roger e Felipe as observam de longe
ROGER                       — Vocês não vem?
JÚLIA                          — Eu só vou ficar mais um pouquinho aqui e eu acho que a Cris também.
FELIPE                        — Ok.
Roger e Felipe saem. Júlia olha para Cris
JÚLIA                          — Está tudo bem, Cris?
CRIS                           — De novo, Júlia?
JÚLIA                          — Eu quero que você saiba que você pode confiar em mim pra qualquer coisa.
CRIS                           — Amiga, eu acho melhor você esquecer que eu estava chorando e tudo mais... (Tentando fugir da conversa) e eu já esqueci pode pah?
JÚLIA                          — (Estranha) Esqueceu?
CRIS                           — Tô indo, miga. A gente se fala depois.
Cris sai. Júlia olha preocupada.
JÚLIA                          — (off) Que cara é essa, mãe?
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 05/ CASA DE MARIZA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Júlia diante de Mariza que está chorando.
MARIZA                     — Nós estamos sem casa, filha. Vamos ser despejados.
JÚLIA                          — (Chocada) Como é que é?
MARIZA                     — Ai, filha, eu não sei nem o que te dizer...
JÚLIA                          — Mãe, tem alguma coisa errada, isso não pode ser verdade, a gente nunca sequer deixou atrasar um mês de aluguel, agora você vem com essa história de despejo?
MARIZA                     — Eu sei, filha. Acontece que o dono da casa decidiu de uma vez por todas que ele vai vender a casa, nós temos em cerca de 30 dias para dar o fora dessa casa (T) agora eu te pergunto, minha filha! A onde nós iremos morar com essa renda que eu recebo mensalmente? Uma renda que mal dá pra colocar comida aqui dentro? Me diz, Júlia. O preço desse aluguel era um preço barato, barato até demais
JÚLIA                          — Mas e o contrato, mãe?
MARIZA                     — Que contrato, o homem não fez contrato nenhum, os pagamentos aconteciam por recibos, filha (T) você tem razão, agora eu tenho a noção de que nem contrato ele fez por que ele já tinha essa ideia antes (chora) e agora? Pra onde a gente vai se não acharmos um lugar por 30 dias? (T) me diz? Hein, me fala? (sugere) em Paraisópolis? Na periferia talvez? (T) pelo visto o nosso destino será a favela, porque eu não tenho renda para bancar um bairro como esse, o bairro do Limão.
Júlia abraça Mariza com lágrimas nos olhos.
JÚLIA                          — Calma, mãe. A gente vai achar uma solução pra tudo isso.
MARIZA                     — Nos livros que eu leio as coisas acontecem tão fáceis, mas na vida real as coisas não são assim (T) muito pelo contrário, na vida real é muita luta e muita batalha para no fim recomeçar tudo do zero quando a gente pensa que estamos no felizes para sempre.
Júlia abraça a mãe ainda mais forte.
CORTA PARA:
CENA 06/ MANSÃO DE JOAQUIM/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Eva e Joaquim. Continuação da segunda cena
EVA                             — (Se senta no sofá) Você quer mesmo saber a real?
JOAQUIM                  — Já era pra você ter contado.
Eva agora começará uma espécie de atuação:
EVA                             — Você não deveria me tratar assim como você está me tratando hoje neste exato momento: com extrema seriedade e arrogância (T) eu até entendo o seu motivo, é por conta do falso atropelamento, mas você não sabe o porquê de eu ter feito isso e eu vou te contar agora (lágrimas nos olhos) Joaquim, dês de que eu coloquei os meus olhos em você pela primeira vez, o meu coração sorriu.
Reação de Joaquim: surpreso.
EVA                             — (Deixando as lágrimas escaparem) Eu me senti no verdadeiro paraíso, parecia que eu tinha ido para outra dimensão em uma dimensão em que só o amor existia (T) e quando eu te olho, Joaquim, parece que eu estou observando uma obra de arte, sabe por que? (Hesita; com emoção) Porque eu te amo. Eu te amo. Eu te amo, eu estou completamente apaixonada por você dês do primeiro momento, dês do primeiro olhar e a primeira característica que são os seus olhos.
Eva então surpreende Joaquim com um beijo, ele então corresponde.
BEN                            — (Off) Pai!!!
O beijo para na hora, os olhares de Eva e Joaquim se dirigem para a escada: onde Bem olha surpreso, chateado e sério.
BEN                            — O que é isso, pai? Você está mesmo beijando a professora Roberta ou é impressão minha?
Eva e Joaquim olham sem saber o que dizer.
CORTA PARA:
CENA 07/ FORÚM/ ESCRITÓRIO/ INTERIOR/ DIA
Pandora organizando uns papéis, a secretária entra
SECRETÁRIA              — Pronto, todos os seus compromissos cancelados, juíza Pandora.
PANDORA                 — (Meio deprimida) Ótimo, amanhã eu dou continuidade normalmente. Hoje eu não estou me sentindo nada bem, eu preciso ir.
Pandora sai.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 08/ VALE DO ANHANGABAÚ/ EXTERIOR/ DIA
Pandora dirigindo o carro aos prantos, às lágrimas escorrem do seu rosto.
PANDORA                 — Caramba... O Jorge destruiu a minha vida.
O sinal abre. Pandora segue a dirigir.
CORTA PARA:
CENA 09/ MANSÃO DE PANDORA/ SUÍTE DE PANDORA/ INTERIOR/ DIA
Heloísa mexendo nas gavetas, procurando por algo, até ela encontrar uma pasta cheia de papeis e vai vasculhando.
HELOÍSA                    — Cadê esse documento?
Heloísa encontra
HELOÍSA                    — (Emocionada) Achei... Achei, encontrei.
Heloísa sorri, vemos Pandora entrar na hora no quarto
HELOÍSA                    — (Surpresa) Mãe?
PANDORA                 — (Séria) Por que você está mexendo nas minha coisas, Heloísa? O que você tanto procura?
HELOÍSA                    — Eu ia te pedir, mas eu tive medo de que você me dissesse ‘não’.
PANDORA                 — Se for o que eu estou pensando a resposta é NÃO.
HELOÍSA                    — (Lágrima nos olhos) Deixa eu viver a minha história, mãe. Pelo amor de Deus/...
PANDORA                 — Você já tem uma história, filha.
HELOÍSA                    — Eu sei que você está magoada com o papai por mil motivos e essa história faz parte desses motivos, mas de qualquer forma, é uma coisa que envolve a mim. É a minha história, é a minha vida. São as minhas origens e você não pode me impedir de querer descobrir quem eu sou.
Pandora se cala, mas seus olhos já revelam as lágrimas de sofrimento de estar passando por esses momentos tão difíceis.
HELOÍSA                    — (Se aproximando de Pandora) A gente vai encarar como se fossemos São Jorge e matar cada dragão. Um por um. Nós vamos encarar a vida de cabeça erguida, mãe. Mas agora eu quero que você viva da melhor maneira possível.
PANDORA                 — (Chora) Mas como? Como eu vou viver da melhor maneira possível com todas essas situações cautelosas que a vida está me pregando?
HELOÍSA                    — Esses não são os nossos primeiros problemas e não serão os últimos.
PANDORA                 — Mas são os piores. Os piores problemas e momentos a qual eu já enfrentei.
HELOÍSA                    — E é por isso que devemos pensar que piores virão, mãe. É a realidade, cada problema que vem é como se fosse o pior, a gente perde o chão, mas ele continua aqui, sem que a gente perceba. A gente vai encarar tudo isso de cabeça erguida e sem derramar mais nenhuma lágrima.
Heloísa abraça Pandora.
HELOÍSA                    — Vamos dar inicio a um novo momento. Um momento de verdades sem segredos e de uma vida melhor (T) amanhã eu começo o meu processo de criação pra Eliza na série e eu não vejo a hora.
PANDORA                 — (Sorri enxugando as lágrimas) E eu tenho certeza que dará um show.
As duas sorriem uma para a outra.
CORTA PARA:
CENA 10/ CASA DE MARIZA/ SALA/ INTERIOR/ DIA
Mariza com a bolsa no ombro. Júlia deitada refletindo.
MARIZA                     — Eu vou ao Supermercado, filha. Aproveito e vejo se tem algum lugar pra alugar.
Júlia concorda. Mariza sai. Júlia então entra no Facebook e vai mexendo, mas não vê animação ali.
JÚLIA                          — Problemas e mais problemas...
No pensamento de Júlia.
CORTA PARA:
CENA 11/ SUPERMERCADO/ INTERIOR/ DIA
Mariza andando em uma das seções, vemos Geraldo passar por Mariza, ela então começa a sentir dores, Geraldo percebe e se aproxima.
GERALDO                  — Está tudo bem?
MARIZA                     — (Tentando disfarçar) É só uma dorzinha na região da cabeça... Umas pontadas fortes, mas não é nada demais.
GERALDO                  — Claro que é algo demais, você precisa de ajuda!
MARIZA                     — Não, senhor. Obrigada, eu já estou bem.
Mariza vai caminhando até desmaiar.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
Mariza sentada em uma cadeira, acordando, Geraldo ao seu lado.
GERALDO                  — A ambulância já está chegando.
MARIZA                     — Não, não precisa de ambulância. Eu estou ótima. Ótima, não precisa.
GERALDO                  — Você desmaiou ali, é claro que precisa.
MARIZA                     — Moço, eu já disse que não precisa...
GERALDO                  — Deixa eu pelo menos pagar um táxi pra você.
MARIZA                     — Realmente não precisa/...
GERALDO                  — (Corta) Eu faço questão.
MARIZA                     — Sendo assim... Eu aceito. Só vou pegar um leite, alguns ovos e farinha que está faltando lá em casa e... (se lembra) Óleo de cozinha!
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 12/ SUPERMERCADO/ FRENTE/ INTERIOR/ DIA
Mariza entra no táxi, Geraldo fecha a porta. O táxi parte. Geraldo olha pro chão e vê o celular dela ali, ele pega.
GERALDO                  — Caramba, o celular dela.
Na preocupação de Geraldo.
CORTA PARA:
CENA 13/ MANSÃO DE PANDORA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
A campainha tocando, Heloísa desce as escadas e abre: Fernando na porta.
FERNANDO               — Oi.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
Heloísa e Fernando frente a frente.
HELOÍSA                    — Eu confesso que eu não esperava pela sua visita.
FERNANDO               — Fiquei sabendo do acidente, na verdade, já era para eu ter vindo antes.
HELOÍSA                    — (Não raciocinando) Obrigada pelo acidente
FERNANDO               — (ri) Pelo acidente?
HELOÍSA                    — (Ri) Pela visita. (T) Como você pode ver eu estou inteira.
FERNANDO               — Pelo menos não manchou sua beleza.
HELOÍSA                    — (Sorri) Então é verdade?
FERNANDO               — O que?
HELOÍSA                    — Você é mesmo apaixonado por mim?
FERNANDO               — Como não ser apaixonado por você, Heloísa? Você é linda, tanto por dentro quanto por fora, sem falar nesse sorriso que parece abrir o mundo. Eu me vejo com você, a cada dia que passa, eu me vejo ao seu lado, pro que deve e vier.
Fernando se aproxima e dá um beijo em Heloísa.
CORTA PARA:
CENA 14/ MANSÃO DE JOAQUIM/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Joaquim e Eva olham fixamente para Ben que desce as escadas sério e olha para Joaquim.
BEN                            — Você está tendo um caso com a Roberta?
EVA                             — (Surpresa; olha para Joaquim) Caso? Eu pensei que você era divorciado/...
JOAQUIM                  — O divórcio ainda não aconteceu. Acontecerá assim que a Claire voltar dos Estados Unidos.
EVA                             — Então você ainda não se divorciou? (Olha para Ben) É melhor eu ir (Olha pra Joaquim) Espero que você tenha entendido o meu lado.
JOAQUIM                  — (Sorri) Depois a gente conversa, com mais calma, talvez depois a gente consegue montar melhor esse quebra-cabeça.
EVA                             — Ok.
Eva saindo (ficando de costa para eles) dá um sorriso satisfeito. Eva saiu. Joaquim olha para Ben
BEN                            — Então não tem mais chances de volta entre você e a minha mãe?
JOAQUIM                  — Eu e a Claire não nos amamos mais, Ben. E isso ficou evidente há muitos anos e ela deu o pontapé inicial ao me trair descaradamente com outro homem nessa casa, ou você se esqueceu?
BEN                            — É claro que não. Eu nunca vou me esquecer.
JOAQUIM                  — Depois ela fugiu do divórcio embarcando para os Estados Unidos sem previsão de volta.
BEN                            — Ela vai voltar. Eu sei que vai
JOAQUIM                  — Eu espero mesmo, porque eu quero dar continuidade a esse divórcio de uma vez por todas.
Na decisão de Joaquim que sobe as escadas. Ben pensativo.
CORTA PARA:
CENA 15/ HOTEL DE LUXO/ SUÍTE DE EVA/ INTERIOR/ DIA
Eva em sua cama feliz da vida.
EVA                             — O meu plano não seguiu o roteiro, mas deu o resultado que eu queria. Caramba, cara. Palmas para mim (ela pega o interfone e interfona) champanhe francês para o meu quarto agora (Desliga) agora eu preciso conseguir ele de vez.
Na determinação de Eva.
CORTA PARA:
CENA 16/ MANSÃO DE PANDORA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Heloísa sai do beijo. Fernando sem entender
HELOÍSA                    — Fernando, eu não/...
FERNANDO               — (Corta) Eu pensei que/...
HELOÍSA                    — (Lágrima nos olhos) Melhor não, Fernando. É muita coisa para um dia só.
FERNANDO               — Está tudo bem?
HELOÍSA                    — Na verdade não. Mas eu não quero comentar sobre isso agora, outra hora eu te conto, já repeti essa história muitas vezes para um dia só.
FERNANDO               — Ok... A gente se vê amanhã na escola.
HELOÍSA                    — Ok.
Fernando dá um beijo no rosto de Heloísa.
FERNANDO               — Eu vou respeitar o seu tempo.
HELOÍSA                    — (Sorri) Obrigada.
Fernando sai. Heloísa fecha a porta, ainda reflexiva.
CORTA PARA:
CENA 17/ SÃO PAULO/ EXTERIOR/ NOITE
Anoitece.
CORTA PARA:
CENA 18/ BAIRRO DO LIMÃO/ EXTERIOR/ NOITE
Planos gerais.
CORTA PARA:
CENA 19/ CASA DE MARIZA/ COZINHA/ INTERIOR/ NOITE
Júlia e Mariza sentadas ao redor da mesa.
JÚLIA                          — Tá tudo bem? Eu estou te sentindo meio pálida.
MARIZA                     — (disfarça) Está tudo bem, filha. Não precisa se preocupar.
JÚLIA                          — É que eu realmente estou te achando pálida demais, mãe. (preocupada) Está tudo bem?
MARIZA                     — Já disse que sim, filha. Agora come esse bolinho de arroz que ele ficou uma delicia.
Alguém bate na porta.
JÚLIA                          — Tem alguém batendo na porta.
MARIZA                     — Tem certeza?
JÚLIA                          — Eu escutei.
Alguém bate na porta.
JÚLIA                          — Aí ó de novo.
MARIZA                     — Vou lá ver quem é.
Mariza se levanta e vai em direção a sala.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 20/ CASA DE MARIZA/ SALA/ INTERIOR/ DIA
Mariza indo até a porta, ela abre e é: Geraldo.
MARIZA                     — O senhor?
Geraldo sorri. Em Mariza surpresa.
CLOSE EM MARIZA
CORTA PARA:

FIM

2 comentários:

  1. Adorei o capítulo, Weslley. Mas o ranço desse Fernando só aumenta, ô nojo...

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  2. Meu nome é olivia Vincent Sou do estado unido, quase tirei minha vida por causa do meu marido que me deixou e parou de atender minhas ligações, respondendo meus e-mails e minhas mensagens. Ele disse que eu estava traindo ele, tentei convencê-lo e implorar, mas ele não vai acreditar ou me responder até que tenhamos uma briga e nos separamos por 6 meses, depois eu percebo que não posso viver sem ele por causa do amor Eu tenho para ele. Eu tentei de tudo para trazê-lo de volta, mas não funcionou para mim, alguns lançadores de feitiços falsos me enganaram e foram embora com meu dinheiro até que eu encontrei um homem chamado Dr. osaze que me aperfeiçoou a lançar um feitiço e eis que meu marido voltou depois de 48 horas, implorando por perdão, fiquei tão surpreso que lançadores de feitiços como o Dr. osaze ainda existam. Se alguém aqui precisar de ajuda, com toda a sinceridade, entre em contato com o Dr osaze hoje mesmo. Sem e-mail: Drosaze@gmail.com ou WhatsApp: (+2348066574752)

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