JÚLIO
NARRANDO:
Agora
complicou tudo, isso para não dizer aquela palavrinha com “f”. O garoto
responsável por engravidar minha filha, é o mesmo garoto que pode ser meu
filho. Como eu vou conseguir resolver uma situação dessa? Só que eu precisava
resolver isso, se não essas duas crianças estarão perdidas.
Independente
de qualquer coisa, eles precisam de um norte, de alguém que os guie. Mas
naquele momento, eu não poderia ser o norte deles. Eu infelizmente não poderia
ajudá-los.
[CENA
01 – C. E. RICARDO ALVEZ/ QUADRA – SALA DOS PROFESSORES/ DIA]
(Roberto
e Júlio continuam observando Rodrigo e Lívia abraçados na entrada da quadra.
Júlio está chocado com essa série de notícias em tão pouco tempo)
ROBERTO – Eu não sei o que você fez pra tá passando por isso
maninho, mas você está com um grave problema para resolver ali. (Júlio vai
rápido em direção aos dois e os separa)
JÚLIO – (autoritário) Larga, chega de abraço.
LÍVIA – Esse é o Rodrigo, pai!
RODRIGO – Eu amo sua filha senhor, e vou assumir o filho que ela
espera.
JÚLIO – Ama? Você a ama?! (começa ri, e os dois estranham)
RODRIGO – Não consigo ver graça nisso.
LÍVIA – Também não papai, e não estou entendo por que o senhor
está agindo dessa maneira. Minutos atrás parecia que o senhor nos apoiaria.
JÚLIO – Vocês não podem namorar, isso é um erro.
RODRIGO – O senhor permitindo ou não, não vai fazer com o que
sentimos desapareça.
JÚLIO – Garoto, não vai ser eu que vai obrigar vocês dois
ficarem separados. Vai ser a vida!
LÍVIA – Do que você está falando, pai?
JÚLIO – (Júlio pensa em contar a verdade ali na hora, mas sabe
que não seria o momento, ainda mais sabendo que sua filha estava gravida, e
isso poderia trazer problemas) Vamos embora Lívia, em casa conversaremos. (pega
no braço dela, e começa a levá-la para fora da quadra)
RODRIGO – Eu amo a sua filha, o senhor e ninguém vai nos afastar.
(Júlio continua andando com Lívia, até chegarem na sala dos professores)
LÍVIA – (quase chorando, confusa) O senhor pode me explicar
agora o que foi isso? Por que o senhor agiu daquela maneira? (Júlio estava
andando de um lado para o outro da sala nervoso)
JÚLIO – Você não pode namorar esse garoto, filha. Vocês não
podem ficar juntos.
LÍVIA
– Por que não?
JÚLIO
– Não podem simples assim. E não se
preocupa que iremos encontrar uma forma de resolvermos a sua gravidez.
LÍVIA
– (decepcionada) Eu esperava essa atitude
da minha mãe, não do senhor. (sai da sala chorando, Júlio continua em pé,
também arrasado com está situação)
Mais Tarde...
[CENA
02 – LANCHONETE/ TARDE]
(Rodrigo
está meio desligado no trabalho, seu pai percebe e não gosta nada)
SAMUEL
– (jogando o pano nele) Oh, garoto. Tem
mesa te chamando ali.
RODRIGO
– Estou indo! (caminha até a mesa, anota
alguns pedidos e volta para o balcão, coloca o pedido na frente de seu pai,
senta-se no balcão e volta a ficar pensativo)
SAMUEL
– (pega o pedido, repara Rodrigo mais uma
vez desligado) Você quer fazer o favor de voltar para o trabalho, do que ficar
aí sentado sem fazer nada. (Rodrigo ouve o que o pai disse, mas continua no
balcão) Se eu voltar da cozinha e você continuar aí, vou te colocar para
trabalhar na base dos tapas. (vai para cozinha, Rodrigo se irrita, levanta do
balcão mas vai direto para sua casa, deixando a lanchonete sozinha)
[CENA
03 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ TARDE]
(Lívia
está em seu quarto, deitada na cama mexendo no celular, quando recebe uma
ligação de Rodrigo)
LÍVIA
– (sentando-se, atende o celular) Oi!
RODRIGO
PELO TELEFONE – Onde você está?
LÍVIA
– No apartamento do meu pai.
RODRIGO
PELO TELEFONE – Nossos pais nunca irão
aceitar nosso relacionamento, então o melhor é sairmos daqui.
LÍVIA
– Sairmos daqui? Como assim, Rodrigo?
RODRIGO
PELO TELEFONE – Estou em casa arrumando
minha mochila. Se você quiser, a gente pode fugir! (Lívia fica surpresa com a
proposta e fica sem saber o que dizer) Eu sei que é uma ideia maluca, mas é a
única que temos agora. Eu vi como o seu pai reagiu ele não vai permitir nossa
relação. Os meus então... Meu pai nem adianta ter conversa. Minha mãe talvez
nos apoiaria, mas a melhor solução que eu vejo é de fugirmos. (Lívia continua
em silêncio) Eu sei que é pedir muito, mas prometo a você que não irei deixar
faltar nada, principalmente para está criança. Assim que encontrarmos um lugar
para ficar, irei procurar um trabalho, e montaremos nossa família. (Lívia
continua em silêncio, Rodrigo se preocupa) Lívia, você está aí ainda?
LÍVIA
– Estou. É que essa sua ideia, é um pouco
absurdo até para mim. Para onde vamos? Como vamos sobreviver, querendo ou não
somos de menor, Rodrigo.
RODRIGO
POR TELEFONE – Eu trabalho. Irei procurar
um emprego, podemos alugar uma casinha pequena só para gente. Eu só não quero
que me afastem de você. Que me afaste do nosso filho.
LÍVIA
– (emocionada, sem saber o que fazer.
Pensa por alguns segundos, e no fundo ela acha que Rodrigo está certo. Do jeito
que o pai dela reagiu hoje pela manhã, nunca aprovariam a relação deles) Onde a
gente se encontra?
RODRIGO
POR TELEFONE – Na praça, perto da escola.
LÍVIA
– Está bem. Irei pegar algumas peças de
roupas que tem aqui na casa do meu pai, e daqui meia hora a gente se encontra
lá.
RODRIGO
POR TELEFONE – Estarei te esperando! (Lívia
desliga, fica alguns segundos pensativa, se realmente tomou a decisão certa.
Levanta, caminha até o guarda roupa e tira algumas roupas)
[CENA
04 – C. E. RICARDO ALVEZ/ SALA DOS PROFESSORES/ TARDE]
(Júlio
está tentando montar sua próxima aula, só que os problemas não querem deixar
sua cabeça)
JÚLIO
– (fechando o caderno e jogando ao lado)
Droga! (Roberto entra na sala)
ROBERTO
– Então? Alguma decisão do que vai fazer
daqui para frente?
JÚLIO
– Não. Cara, eu não sei o que fazer. Não
sei como resolver isso. Os dois são meus filhos, e se envolveram... (não tem
coragem de falar, mas gesticula com as mãos) ... não quero nem pensar nisso.
ROBERT0O
– (senta na frente dele) Posso ter me
enganado, talvez o Rodrigo nem seja seu filho.
JÚLIO
– Como assim? Claro que é. Ele é filho da
minha anja, tem a mesma idade que ficamos.
ROBERTO
– Sim, mas sei lá... talvez eu tenha me
enganado. Vai que ela se envolveu com outros caras naquele carnaval, e também
não se preveniu. Tenho pensado muito nisso, você precisa conversar com a anja.
JÚLIO
– Ela foi até a minha casa mesmo,
conversar comigo. Só que eu estava ocupado, não pude conversar com ela.
ROBERTO
– Então, talvez ela foi lá para te
explicar que o Rodrigo não é seu filho.
JÚLIO
– (pensativo) Será? Bem... (levanta-se)
... se realmente ele não for meu filho, não posso desaprovar a relação dos
dois.
ROBERTO
– (levanta e se aproxima de Júlio) Você
precisa conversar com ela. A felicidade desses garotos que está em jogo.
Anoitecendo...
[CENA
05 – LANCHONETE/ NOITE]
(Júlio
entra na lanchonete, e repara que ela está vazia)
JÚLIO
– (se aproxima do balcão, onde está
Samuel) Estão fechando mais cedo hoje?
SAMUEL
– Nosso filho sumiu, estamos procurando
por ele.
JÚLIO
– Como assim sumiu? (Bruna entra na
lanchonete)
BRUNA
– Ele voltou, Samuel? (não olha para
Júlio)
SAMUEL
– Não. Encontrou ele na rua?
BRUNA
– Não. Visitei a casa de alguns amigos
dele, só que eles também não têm ideia de onde o Rodrigo está.
SAMUEL
– Eu vou matar aquele moleque!
JÚLIO
– (olha sério para Samuel) Nem pense em
tocar nele comigo aqui.
BRUNA
– Júlio? Desculpa não ter falado com você,
é que o Rodrigo sumiu. Estamos preocupados para onde ele tenha ido.
JÚLIO
– Qual foi a última vez que vocês o viram?
SAMUEL
– Ele estava aqui trabalhando comigo. Eu
fui para a cozinha, trazer um pedido e quando eu voltei, ele tinha sumido.
JÚLIO
– Ele não está na casa de vocês? Não tem
ideia de onde ele pode ter ido?
BRUNA
– Não, não sabemos de nada, Júlio. Ontem
ele me parecia nervoso, preocupado com alguma coisa. Parecia que ele queria me
falar algo importante, só que acabei não dando muita importância.
JÚLIO
– (segura a mão dela) Ei, a culpa não é
sua. Não pense isso. (Bruna repara que Júlio está perto demais dela, Samuel
está olhando para os dois sério, Bruna se afasta)
BRUNA
– Vamos ter que ir até a delegacia. E
anunciar que nosso filho desapareceu.
SAMUEL
– Eu vou com você. Estava fechando mesmo a
lanchonete. (sai detrás do balcão e começa a fechar os portões da lanchonete,
aproveitando que estão um pouco sozinhos, Júlio se aproxima de Bruna)
JÚLIO
– Eu queria conversar com você antes.
BRUNA
– Agora não dá, Júlio. Meu filho
desapareceu, o que eu mais quero no momento é encontrá-lo. (vai para a cozinha.
Júlio caminha até a saída)
JÚLIO
– (olhando para Samuel) Se vocês encontrarem
ele, por favor, me avise.
SAMUEL
– (se aproxima dele) Agradeço a sua
preocupação com meu filho, mas não é necessário. (volta para a lanchonete e
fecha a última grade. Júlio fica alguns segundos olhando para ela, depois vai
embora)
[CENA
06 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(Júlio
chega em casa ainda preocupado com o desaparecimento de Rodrigo. Caminha até o
sofá, senta-se e olha para o teto. Alguns segundos nesta posição, levanta-se e
chama por Lívia)
JÚLIO
– Lívia! (indo até o quarto dela) Lívia,
cheguei! (abre a porta, e o encontra vazio) Lívia? (procura pelo quarto, vai
até o banheiro e outra preocupação aparece) Ah, não... (corra até o guarda
roupa dela, e encontra um pouco vazio) Essa não, esses garotos não fizeram
isso. (sai do quarto de Lívia e procura por Lívia pelo apartamento inteiro)
Lívia! Lívia, cadê você. Filha? (volta para a sala) Eles não podem ter feito
isso, não podem. Esses cabeças duras. (pega o celular e liga para Roberto)
Cara, vem aqui rápido. Preciso da sua ajuda.
[CENA
07 – CASA DE RODRIGO/ SALA/ NOITE]
(após
irem na delegacia, registrarem o desaparecimento de Rodrigo, Bruna e Samuel
retornam para casa, já que a polícia só pode procurá-lo depois de 24 horas)
SAMUEL
– Perdemos tempo indo até a delegacia.
Aqueles caras não fazem nada.
BRUNA
– Registramos o desaparecimento do
Rodrigo, se ele não retornar até amanhã, eles farão o trabalho que têm de
fazer.
SAMUEL
– Eu estou te falando, se eu encontrar
esse moleque, mas vou enchê-lo de pancadas, que ele nunca mais irá pensar em
fazer algo parecido.
BRUNA
– Você não irá fazer nada. Talvez seja por
essas agressões, que ele tenha feito isso. Por medo de você.
SAMUEL
– Eu estou apenas fazendo o meu papel de
pai e educá-lo. Mas claro, se você fizesse seu papel de mãe direito, eu não
precisaria me preocupar com isso.
BRUNA
– Esses seus métodos de educação são
pré-históricos. Eu não vou permitir que você volte a tocar no meu filho
novamente.
SAMUEL
– Se ele aparecer novamente nessa casa, e
quando eu continuar sendo o líder desta família, vocês terão que viver sobre as
minhas regras. E quem não estiver à vontade, a porta da rua estará sempre
aberta. Se quiser sair de casa igual seu filho, vá... mas depois não venha
batendo na minha porta querendo abrigo.
BRUNA
– (olha para ele com desprezo) Eu não sei
mesmo o que eu vi em você para ter aceitado esse casamento. (vai para o quarto,
Samuel continua em pé na sala, furioso)
[CENA
08 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(Júlio
está andando de um lado para o outro, Roberto o observa)
ROBERTO
– (surpreso) Quer dizer que algumas roupas
da Lívia sumiram do guarda-roupa? E que ela não está em casa, assim como o
Rodrigo?
JÚLIO
– Os dois fugiram, é óbvio. Sabe-se lá
onde os dois estão. Minha filha grávida.
ROBERTO
– Você tentou ligar para ela?
JÚLIO
– Já. Só cai na caixa postal.
ROBERTO
– Pensa em contar para a mãe dela?
JÚLIO
– Não. Por enquanto não. Primeiramente
preciso pensar, para onde esses dois devem ter ido. Por isso te chamei aqui,
para que você me ajudasse.
ROBERTO – Tá, vamos pensar com calma.
Se fossemos dois jovens, inconsequentes e quiséssemos fugir de nossos pais, que
impedem nossa relação, para onde nos iriamos? (os dois começam a pensar, até
que Júlio lembra-se de algo)
JÚLIO
– Eu tive uma ideia. Vem comigo. (os dois
saem de casa, apressados)
[CENA
09 – RUA/ NOITE]
(Júlio
está dirigindo seu carro, pelas ruas próximas ao colégio. Ele imaginou que o
local que os dois poderiam de combinar para se encontrarem seria pela aquela
área. A vontade de Júlio é sair do carro e ir de casa em casa, mostrando foto
dos garotos, para caso alguém tenha os vistos. Porém era tarde da noite, ele
não queria perturbar ninguém)
ROBERTO
– Eu não vejo ninguém, Júlio. Sei lá, mas
acho que se eles tivessem combinado de se reunirem aqui, certamente já estão
longe. E também não sabemos que horas os dois fugiram de casa.
JÚLIO
– Vamos só dar mais algumas voltas em
algumas ruas, Roberto. Eles devem ter deixado alguma pista ou até mesmo estarem
por aí, dormindo em alguma calçada.
ROBERTO
– Você acha que eles estão dormindo na
rua?
JÚLIO
– Os dois são adolescentes, não tem
dinheiro. Alugar um hotel 5 estrelas, eles não vão. (os dois ficam em silêncio,
e voltam a prestar atenção nas ruas)
JÚLIO
NARRANDO:
Eu
no fundo queria acreditar que os dois estão bem. Que talvez tenham encontrado
algum lugar para passarem a noite. Talvez tenham encontrado alguma alma
caridosa, que ao ver que são duas crianças perdidas, ofereceu ajuda. Prefiro
acreditar nisso do que imaginá-los dormindo em alguma calçada, no frio e ainda
mais com a Lívia naquele estado.
Talvez
Roberto tenha razão e Rodrigo não seja meu filho. Sendo assim eu não poderia
proibir a relação dos dois. Eu tenho que apoiá-los, tenho que mostrar para eles
que não estão sozinhos e que podem contar comigo. Mas e se... e se tudo for
verdade, e os dois apenas cometeram um erro.
Amanhecendo...
[CENA
10 – PENSÃO/ QUARTO/ DIA]
(Lívia
acorda abraçada com Rodrigo, que continua dormindo tranquilamente. Ela consegue
sair dos braços dele, sem acordá-lo. Levanta da cama e vai até o banheiro. Minutos
depois, retorna para o quarto, senta-se na cadeira e observa Rodrigo, que
acorda em seguida)
LÍVIA
– (sorri) Bom dia!
RODRIGO
– Bom dia. Espero acordar muitos outros
dias assim, com o seu sorriso lindo, junto com seu bom dia. (levanta da cama,
caminha até ela e a beija) O seu e do nosso filho. (passa a mão na barriga
dela)
LÍVIA
– Será que não devíamos ligar para os
nossos pais, dizer para eles onde estamos?
RODRIGO
– Não. Eles podem rastrear nosso telefone,
e podem nos achar. Ninguém pode nos encontrar, Lívia.
LÍVIA
– Mas então, qual será o próximo passo?
ROBERTO
– Bem, o dinheiro que eu peguei da
lanchonete do meu pai, vai nos garantir ao menos uns 4 dias nessa pensão.
Durante esse tempo, espero ter conseguido arrumar um emprego.
LÍVIA
– Será que a dona da pensão não ficará
desconfiada, por dois adolescentes estarem morando sozinho esse tempo todo?
ROBERTO
– Acredito que não. Ela caiu no nosso
conto de que nossos pais estariam chegando de viagem do Japão. Qualquer coisa,
a gente inventa outra desculpa. (vai para o banheiro, Lívia continua
preocupada)
LÍVIA
– Quanto você tem ainda?
ROBERTO
– (respondendo do banheiro) Relaxa, não se
preocupa que eu dividi o dinheiro ontem. Vai ficar uma pequena reservar, caso
não consiga encontrar um emprego durante esses 4 dias.
LÍVIA
– Se você quiser, eu posso procurar
emprego com você também. Sou ótima em matemática, posso dar algumas aulas
particulares.
ROBERTO
– (saindo do banheiro) É uma boa ideia.
Você poderia até oferecer essas aulas para o pessoal da pensão mesmo.
LÍVIA
– Foi o que eu pensei.
ROBERTO
– Então nosso dia vai ser esse. Você
verificará se tem alguém precisando de aulas de matemática na pensão, enquanto
eu vou dar uma volta na rua, ver se tem alguém contratando adolescentes.
LÍVIA
– (levanta e caminha até ele) Quem diria
que ser adulto é tão fácil. (os dois sorriem e se beijam)
ROBERTO
– Vamos tomar café?
LÍVIA
– Vamos! (Roberto volta para cadeira, pega
sua camisa que estava pendurada nela, a veste e os dois saem do quartinho)
[CENA
11 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ DIA]
(Roberto
está na sala, aguardando Júlio para os dois retornarem as buscas)
ROBERTO
– Ainda bem que o diretor nos liberou para
procurarmos os garotos.
JÚLIO
– Sim. Agora vamos, Roberto, não podemos
perder tempo.
ROBERTO
– Ok. Onde você quer ir primeiro.
JÚLIO
– Antes de iniciarmos nossas buscas, vamos
passar em um outro lugar antes. (Roberto fica curioso que outro lugar seria
este e sai com Júlio do apartamento)
[CENA
12 – LANCHONETE/ DIA]
(Bruna
está sentada em uma das mesas, com o celular nas mãos, com esperança de que
Rodrigo ligue ou mande alguma mensagem para ela. O carro de Júlio estaciona em
frente a lanchonete, os dois entram e caminham até Bruna)
BRUNA
– Bom dia!
JÚLIO
– Bom dia!
ROBERTO
– Bom dia.
BRUNA
– Se vieram saber do Rodrigo, ele ainda
não apareceu.
ROBERTO
– Nós sabemos! A filha do Júlio também
desapareceu.
BRUNA
– A sua filha? Como? Você acha que tem
alguma relação o desaparecimento dos dois?
JÚLIO
– Tenho certeza, porque os dois são
namorados. (Bruna fica surpresa, e vendo a cara dela, Júlio imagina que seja
pelo o mesmo motivo que ele também ficou, dos dois serem irmãos) Eu te entendo,
eu também fiquei com essa mesma cara. Eu sei que não pode acontecer nada entre
os dois, pois são irmãos...
BRUNA
– Espera, irmãos?
JÚLIO
– Sim. Lívia e Rodrigo são irmãos?
BRUNA
– Você acha que Rodrigo é seu filho?
JÚLIO
– Eu acredito que sim. Ele se parece
comigo, tem a mesma idade da última vez que nos encontramos...
BRUNA
– (começa a ri) Por essa eu não esperava,
de verdade.
ROBERTO
– Você ri de uma situação séria dessa?
BRUNA
– Desculpa, de verdade. Seria séria se
realmente fosse verdade.
JÚLIO
– E não é? O Rodrigo não é meu filho?
BRUNA
– Claro que não. De onde vocês tiraram
está ideia? (levanta em direção ao balcão) Pode ficar tranquilo, Júlio, que o
Rodrigo não é o seu filho! (tanto Júlio e Roberto ficam surpresos com o que
Bruna revela para eles)
Continua
no Capítulo Seis...
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