Episódio 20 - Aconteceu Aos 16



O inicio às vezes é o começo de tudo, sei que essa é uma frase meia obvia, mas eu não poderia deixar de expressar ela, e assim como todo fim tem um começo, nos já saberíamos onde isso iria acabar.
E lá estava nos correndo na madrugada fria de San Jose, ela pegada em minha mão, e eu pegado na dela.
A escuridão não me permitia sentir medo.
O calor de seu corpo não me deixava sentir frio.
Era como se aquela fosse à maratona da minha vida.
E ela estava correndo comigo nesse ultimo percurso.
Passamos pelo lago, depois pelo bosque, e depois de alguns minutos nos chegamos ao nosso destino, a mansão Travel.
– É aqui.
Beth falou enquanto buscava folego para repor.
– Sim, chegamos onde tudo começou.
Eu disse, enquanto buscava oxigênio.
Ficamos parados alguns minutos bolando um jeito de despistar os seguranças, enquanto estávamos parados fizemos uma alto analise da mansão, e percebemos que o antigo casarão agora estar mas moderno, a estatua de SR; Jorge que ficava exposta na frente da casa havia sido tirada, uma tonalidade verde limão com lilás tinha tomado conta das paredes.
Não era mas a mesma casa.
Nem os mesmos donos.
Mudaram a estética da casa.
E talvez a da família também.
– Escute isso Menteu.
Beth me convidava a ouvir um som que saia do interior da casa
– Que musica é essa?
Perguntei, sem entender muito aquele ritmo.
– É Funk Menteu.
Beth me respondia enquanto fazia gestos e descia até o chão.
– Quem escuta Funk em San Jose? Beth
Coloquei a mão no rosto e comecei a rir.
– A família Travel Menteu, ela escuta Funk.
O ritmo da musica era contagiante Beth não parava de seguir o ritmo, ate eu usava passos involuntários dentro e remexia sem perceber.
– Vamos por trás Menteu.
Beth me falou enquanto apontava ao lado oposto da frente da casa.
– Por onde saímos? Naquela noite?
– Isso, sempre deixam as portas abertas quando estão dando estas festas.
– Como sabe disso Dona Beth.
-Uma vez fui da uma festa escondida dos meus pais que tinham viajado, dai pedir dicas para uns amigos mas velhos e eles falaram para manter a porta de tras da casa aberta, pois sempre tem um grupinho que se reuni para fumar um baseado la fora.
– E você deu a festa?
– Não, a vaca da minha vizinha descobriu e ligou para meus pais antes do 1° convidado chegar.
– Que bom então.
– Vamos.
Eles deram a volta na casa, sigilosamente, os arbustos do jardim ajudava perfeitamente nessa locomoção oculta deles dois.
– Veja menteu.
Beth apontava para o quintal da casa, e como ela falou  a porta estava aberta e do lado de fora um grupinho de 9 pessoas fumava um baseado, sugava a fumaça e soprava pra cima, e todos estavam fora de si, falando coisas com coisas e tindo uns dos outros.
– Que coisa é essa meu irmão.
Falava um
– RARARAARARAR
Ria outros.
Eu e Beth caímos na gargalhada vendo aquela sena, e ficamos despreocupados de como iria entrar ali.
– Já fumou maconha Menteu?
– Não Beth, Deus me livre de usar essas porcarias.
– Então tampa o nariz e vem.
– Mas, e eles?
– So é repetir o que eu fizer Menteu.
Saímos em direção a porta, e paramos na roda das pessoas que estavam naquele momento artificial.
Beth começou a andar lenta muito lenta, e eu andei junto com ela, depois ela ria como uma retardada, e eu rir junto com ela.
Agora estávamos a 8 metros da porta dos fundos, e dentro de uma roda com 9 drogados que estava impedindo a entrada.
– Que onda é essa meu irmão
Falou um gordinho enquanto apontava pra mim.
Beth foi para a minha frente e falou.
– Iae Brow, Beleza truta?
– Beleza reeeeee
– reeeeeeeee
Os outros acompanharam.
– Olha o dragão cara, que dragãozinho mas bonitinho, reeeee
Beth interagia com os usuários como se ela fizesse parte do grupo.
Uma fumaça que saia dos cigarros de quatro dos nove drogados cobria todo o cenário.
E em alguns minutos não teve jeito.
Beth não estava encenando.
Eu não estava tendo outro ataca psicológico.
Tudo aquilo era real.
A casa estava diferente, a musica estava lenta, a fumaça era forte
E nos também estávamos drogados.
Enquanto ainda tinha 10% da minha consciência, peguei Beth pelos braços.
– Reeee trutas valeu, valeu reeeeee
Cumprimentei a galera e sair pra dentro da casa junto om Beth.
Coloquei-a no chão e ainda tonta porem quase consciente dos seus atos.
Levava ela para a sala de festa da casa, um braço no meu ombro, e o outro na minha cintura.
– Menteu me de um beijo.
Ela falou
Meu coração parou,
– Só um beijinho vai.
Eu sei que poderia ter aproveitado, mas eu não era nenhum aproveitador de momentos inconvenientes.
– Não Beth, o foco aqui é outro.
– Que menino chato.
Ela disse enquanto soltava o meu ombro.
Chegamos no salão de festas.
Um som auto tomava conta de todo o ambiente.
“ Hoje eu vou parar na gaiola” era um som contagiante.
Olhei para um lado, olhei para o outro, e não vir mas a Beth.
Mas na minha frente a escutei chamando.
– Menteu aqui.
Ela descia ate o chão junto a toda aquela gente.
Corri ate ela e  perguntei.
– O que faremos agora?
Ela gritou em meio a todo aquele barulho e toda aquela gente.
– Entra na Onda Bayber.
Droga, eu já vir essa cena antes.
♫♬♫♬ Hoje eu vou parar na gaiola, ficar de marola. Senta pro chefinho do jeitinho que ele gosta. Vai ficar chapada e vai voltar depois das horas Toma, toma, toma, toma… ♫♬♫♬♫♬♫♬♫♬

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