O Vidente - Capítulo 30



O VIDENTE
UMA NOVELA DE NATHAN FREITAS
CAPÍTULO 30
DIREÇÃO GERAL DE DRAMATURGIA #DNA
HENZO VITURINO

CENA 1. EXTERIOR. RUAS. PRACINHA DO BAIRRO. MANHÃ.
NA CONTINUIDADE...
SORAIA: IMPOSSÍVEL ISSO ACONTECER, DANIEL. EU NAMORO O MURILO, SEU AMIGO.
DANIEL: NÃO IMPORTA! O QUE EU SINTO, ISSO SIM, IMPORTA. DESDE QUE TE VI PELA PRIMEIRA VEZ, EU... EU NÃO SEI, MAS... ALGO FORTE... UM GOZO... UMA ALEGRIA SEM TAMANHO INVADIU MEU PEITO. E ESSA ALEGRIA É VOCÊ, SORAIA.
SORAIA SAI PARA O LADO, TENSA. DANIEL ABRAÇA ELA POR TRÁS, CARINHOSO. SORAIA NÃO REAGE.
DANIEL: (FALANDO NO OUVIDO DELA, CARINHOSO) ISSO... ISSO QUE SINTO POR VOCÊ... É AMOR!
SORAIA SE VIRA. E OS DOIS SE BEIJAM. TEMPO NELES.
CENA 2. INTERIOR. CASA DE CÁSSIO. ÁREA DE SERVIÇO. MANHÃ.
VICENTE ESTÁ DANDO REPAROS NA BATERIA DO CARRO QUE ESTÁ SOBRE UMA MESA. GUSTAVO APARECE POR ALI, TRISTE E COM A MÃO NO ROSTO.
VICENTE: E AÍ, GUSTAVO? TÁ GOSTANDO DA CASA?
GUSTAVO: ODIANDO.
VICENTE: UÉ, PENSEI QUE VOCÊ... (PERCEBE QUE O ROSTO DE GUSTAVO ESTÁ VERMELHO) O QUE FOI ISSO NO SEU ROSTO?
GUSTAVO: (TENTANDO DISFARÇAR) NADA NÃO.
VICENTE: COMO NADA? ME CONTA! (E SACA LOGO) FOI A LUANA?
GUSTAVO BALANÇA A CABEÇA QUE SIM.
VICENTE: EU SABIA! ELA TE BATEU, FOI?
GUSTAVO: EU SÓ QUERIA QUE ELA FOSSE MINHA AMIGA. MINHA MÃE CONTOU MARAVILHAS DELA. E ME RECEBE DESSE JEITO.
VICENTE: CALMA. SENTA AQUI. ME CONTA DIREITO O QUE ACONTECEU?
GUSTAVO: ELA CHAMOU MINHA VÓ DE CAQUÉTICA E DISSE QUE EU ERA POBRE E CAFONA.
VICENTE: POBRE NÃO É DEFEITO E NEM MUITO MENOS UMA DOENÇA, GUSTAVO.
GUSTAVO: NO MEU CASO É!
VICENTE: MUITA GENTE VER A POBREZA COMO UMA FALTA DE CONDIÇÃO FINANCEIRA. MAS O QUE ELES NÃO SABEM É QUE O QUE MOVE DE VERDADE O SER HUMANO É O AMOR.
GUSTAVO: MAS HOJE O AMOR AO DINHEIRO FALA MAIS ALTO, VICENTE. SERÁ QUE EU SÓ POSSO SER AMIGO DE ALGUÉM QUE SEJA POBRE?
VICENTE: MAS VOCÊ NÃO É POBRE. SEU PAI NÃO TE DEIXOU UMA HERANÇA? SUA MÃE ME DISSE QUE ELE LHE DEIXOU UMA BOLADA.
GUSTAVO: MAS QUE SÓ POSSO USUFRUIR QUANDO ESTIVER DE MAIOR. E ATÉ LÁ, MUITA COISA PODE ACONTECER. ENQUANTO ISSO... MINHA VÓ TEM O PA... O PA... COMO É MESMO QUE CHAMA?
VICENTE: O PÁTRIO E PODER. OU SEJA, ELA É SUA TUTORA.
GUSTAVO: POIS É. ENQUANTO ISSO... VOU TER QUE SER TRATADO COMO UM NINGUÉM.
VICENTE: NÃO FALA ASSIM. SUA MÃE GOSTA DE VOCÊ. EU TAMBÉM. EU SOU SEU AMIGO, NÃO SOU?
GUSTAVO: É.
VICENTE: POIS ENTÃO? DEIXA ESSAS BOBAGENS DE RIQUEZA OU POBREZA PRA LÁ. ISSO UM DIA PASSA. E VOCÊ VAI VER QUE O AMOR VAI PREVALECER.
GUSTAVO: EU DEVIA TER FICADO LÁ. A LUANA NÃO GOSTA DE MIM. E VOU SER UM EMPECILHO PRA ELA AQUI DENTRO.
VICENTE: NÃO ESQUENTA. ELA COM O TEMPO VAI APRENDER A GOSTAR DE VOCÊ.
GUSTAVO: SEI NÃO. (T) VICENTE, PROMETE NÃO CONTAR NADA PRA MINHA MÃE? QUERO QUE ELA PENSE QUE EU E A LUANA NOS DEMOS BEM. TÁ LEGAL?
VICENTE: TÁ LEGAL.
GUSTAVO SAI.
VICENTE: COITADO DO POBRE MENINO RICO.
CENA 3. INTERNA. ESCRITÓRIO DE MIGUEL. RECEPÇÃO. MANHÃ.
TECA SE DESPEDE DE UMA CLIENTE. APARECE ARMANDO.
TECA: ARMANDO? QUE SURPRESA BOA.
ARMANDO: PASSEI AQUI SOMENTE PRA LHE VER. E SABER SE PODE IR ALMOÇAR COMIGO NO CLUBE.
TECA: Ô ARMANDO. INFELIZMENTE NÃO VOU PODER. O LUIS CARLOS VEM ME BUSCAR PARA IRMOS AO SHOPPING.
ARMANDO: (SEM JEITO) SHOPPING? LEGAL.
TECA: VOCÊ NÃO QUE IR CONOSCO?
ARMANDO: NÃO, NÃO. IMAGINA! EU NÃO QUERO ATRAPALHAR VOCÊS.
TECA: AGRADEÇO O CONVITE. FICA PRA PRÓXIMA, TÁ?
ARMANDO: TUDO BEM.
ARMANDO SAI. MIGUEL APARECE E VER ARMANDO SAINDO.
MIGUEL: ESSE RAPAZ GOSTA MUITO DE VOCÊ.
TECA: ARMANDO TEM SIDO MUITO GENTIL COMIGO. É UM AMIGO E TANTO!
MIGUEL: ACHO QUE ELE NÃO PENSA ASSIM.
TECA: POR QUE DIZ ISSO DOUTOR MIGUEL?
MIGUEL: TECA, QUANDO UM HOMEM TEM MUITO AMIZADE COM UMA MULHER, DAS DUAS, UMA. OU ELE É GAY OU É GAMADO NA MULHER. MAS COMO ELE NÃO DÁ PINTA DE SER O PRIMEIRO... NA CERTA ELE ESTÁ GOSTANDO DE VOCÊ.
TECA: AH DOUTOR MIGUEL. IMAGINA. QUER DIZER QUE NÃO PODE EXISTIR AMIZADE ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER?
MIGUEL: CLARO QUE PODE. MAS NESSE CASO, NÃO. VAI POR MIM. EU SEI O QUE TOU DIZENDO. ESSE RAPAZ ESTA GOSTANDO DE VOCÊ, TECA.
TECA: SERÁ?
MIGUEL: BOM, SE ELE AINDA NÃO SE DECLAROU DEVE SER PORQUE VOCÊ NÃO PARA DE FALAR NO LUIS CARLOS. O COITADO VER QUE NÃO TEM CHANCE ALGUMA. DE DEZ PALAVRAS QUE FALA, NOVE É LUIS CARLOS.
TECA: EU AMO O LUIS CARLOS, DOUTOR MIGUEL. ELE É UM HOMEM COMPLETO.
MIGUEL: (RI) TÁ VENDO? NÃO EXISTE HOMEM PERFEITO, TECA. LEMBRE-SE DISSO. UMA MULHER APAIXONADA É CAPAZ DE COISAS INCRÍVEIS. A PAIXÃO CEGA. E ESSE POBRE RAPAZ DEVE ESTÁ CEGO DE PAIXÃO POR VOCÊ. DA MESMA FORMA QUE VOCÊ PELO LUIS CARLOS.
TECA: AH DOUTOR. MAS SÃO SITUAÇÕES DIFERENTES. EU NÃO POSSO CONTROLAR MEU CORAÇÃO, E NEM MUITO MENOS PROIBIR O ARMANDO DE GOSTAR DE MIM.
MIGUEL: É AÍ QUE MORA O PERIGO, TECA... NÃO TER AUTOCONTROLE SOBRE SI MESMO. ÀS VEZES PENSAMOS QUE ESTAMOS FAZENDO A COISA CERTA, QUANDO NA VERDADE ESTAMOS AGINDO POR IMPULSO OU MOVIDO PELA RAZÃO. E QUANDO PERCEBEMOS JÁ É TARDE DEMAIS PRA VOLTAR ATRÁS.
TECA: O SENHOR TEM RAZÃO.
MIGUEL: PENSE NO QUE TE FALEI. BOA TARDE E ATÉ AMANHÃ.
TECA: BOA TARDE, DOUTOR.
MIGUEL SAI. TECA PENSATIVA.
CENA 4. EXTERIOR. TAKES DE FORTALEZA. TARDINHA.
STOCK-SHOTS.
CENA 5. EXTERIOR. CLUBE SATURDAY. TARDINHA.
TONY SENTADO NUMA MESA, A BEIRA DA PISCINA. APARECE GIGI.
GIGI: TONY?
TONY: GIGI? ENTÃO, ALGUMA NOVIDADE? A MARÍLIA VAI PODER VIR FALAR COMIGO?
GIGI: INFELIZMENTE, NÃO, TONY. A MÃE DELA PROIBIU DE VOCÊS SE ENCONTRAREM.
TONY: QUE DROGA! MAS VOCÊ ENTREGOU O BILHETE QUE EU MANDEI?
GIGI: SIM. ENTREGUEI. MAS A DONA ESTELA VIU E TOMOU E ACABOU RASGANDO O TAL BILHETE. DESCULPA, TONY.
TONY: ELA NÃO MANDOU NENHUM RECADO?
GIGI: (MENTINDO) NÃO. NENHUM. E TEM MAIS: A DONA ESTELA CONTRATOU UMA PESSOA PRA VIGIAR VOCÊS DOIS.
TONY: O QUÊ? ISSO TÁ FICANDO RIDÍCULO. ELA TÁ PENSANDO QUE EU E A MARÍLIA SOMOS CRIANÇA PRA SER TRATADO DESSA MANEIRA?
GIGI: CALMA, TONY.
TONY: COMO, CALMA? JÁ ME PROIBIU A TORTO E A DIREITO DE VER A MARÍLIA, AGORA UM PESSOA PRA NOS VIGIAR? MALUQUICE!
TONY SAI PARA O LADO. GIGI SE APROXIMA DELE, POR TRÁS.
A PARTIR DAQUI GIGI COMEÇA A DEMONSTRAR SEU LADO VILÃ. FALSA, MENTIROSA E DISSIMULADA. PARA MARÍLIA ELA É AMIGA, SOLIDÁRIA E CARINHOSA.
GIGI: QUANDO A GENTE AMA ALGUÉM NÃO QUER FICAR LONGE UM MINUTO SEQUER. EU SEI COMO A MARÍLIA DEVE ESTÁ SE SENTINDO.
TONY OLHA PRA ELA, MAS NÃO PERCEBE SUA INTENÇÃO.
TONY: VOCE DEVE ESTÁ ASSIM DE HOMENS CAINDO AOS SEUS PÉS, NÃO É?
GIGI: (SEM JEITO) CLARO QUE NÃO. IMAGINA.
TONY: VOCÊ FALA DE UM JEITO DE COMO SE ESTIVESSE GOSTANDO DE ALGUÉM.
GIGI: TOU MESMO. MAS ELE NEM SABE QUE EU EXISTO. QUER DIZER, SABE. MAS TÁ DE OLHO EM OUTRA. (T) ESPERO QUE DÊ TUDO CERTO PRA VOCÊS. A MARÍLIA É MINHA AMIGA E GOSTO DEMAIS DELA.
TONY: DEUS TE OUÇA. NÃO SEI POR QUE ELA NÃO ME MANDOU UM BILHETE QUE SEJA. TEM CERTEZA, GIGI? A MARÍLIA NÃO ME MANDOU NENHUM RECADO?
GIGI: CLARO QUE NÃO, TONY. SE TIVESSE JÁ TERIA LHE ENTREGADO. O QUE SEI É ISSO QUE ESTOU LHE DIZENDO.
TONY: DROGA. TUDO BEM, GIGI. OBRIGADO.
TONY SAI. GIGI SORRI FALSA.
GIGI: SABE QUANDO VOCÊ E A TONTA DA MARÍLIA IRÃO SER FELIZES? NUNCA!
CENA 6. INTERIOR. CASA DE ESTELA. QUARTO DE MARÍLIA. TARDINHA.
MARÍLIA DEITADA NA CAMA, TRISTE. APARECE GIGI.
MARÍLIA: GIGI? ENTÃO, FALOU COM O TONY?
GIGI: FALEI.
MARÍLIA: ENTREGOU O BILHETE A ELE?
GIGI: ENTREGUEI AMIGA. MAS...
MARÍLIA: MAS... O QUE? FALA!
TONY: ELE NEM DEU ATENÇÃO. FALOU QUE SE CONTINUAR ASSIM, ELE VAI EMBORA DE VEZ PARA SÃO PAULO.
MARÍLIA: EMBORA? POR QUÊ?
GIGI: DISSE QUE NÃO AGUENTA MAIS ESSA SITUAÇÃO.
MARÍLIA: NÃO PODE SER. EU MORRERIA SE O TONY FOSSE EMBORA, GIGI. ELE NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO.
GIGI: E DISSE TAMBÉM QUE SE VOCÊ O AMA DE VERDADE IRIA COM ELE. ERA UMA PROVA DE AMOR.
MARÍLIA: EMBORA PRA SÃO PAULO? LONGE DA MINHA MÃE, DA MINHA FAMÍLIA? TA VENDO GIGI, AONDE CHEGOU ESSA SITUAÇÃO? SÓ POR CAUSA DA CARETICE DA MINHA MÃE.
GIGI: CALMA, MARÍLIA. TALVEZ ELE FALOU SEM PENSAR, SÓ PRA VER QUAL SERIA SUA REAÇÃO.
MARÍLIA: E AGORA PRESA NESSE QUARTO. SÓ ME FALTAVA ESSA. VOU VIVER ASSIM DE MANDAR RECADO AGORA.
GIGI: CALMA, QUERIDA. SABE QUE PODE CONTAR COMIGO, NÃO É.
MARÍLIA: NÃO SEI O QUE SERIA DE MIM SE NÃO FOSSE VOCÊ GIGI. OBRIGADA, AMIGA.
GIGI: DE NADA. ESTOU AS ORDENS.
MARÍLIA ABRAÇA GIGI. ELA SORRI FALSA.
CENA 7. EXTERIOR. RUAS DA CIDADE. TARDINHA.
CARMELA COMPRANDO UM SANDUÍCHE NUMA BARRAQUINHA. VAI SENTAR NUMA MESA. ARMANDO SURGE POR ALI. VER ELA E SE APROXIMA.
ARMANDO: OI?
CARMELA: (SEM RECONHECER) OI.
ARMANDO: TUDO BEM?
CARMELA: TUDO.
ARMANDO SENTA. CARMELA ESTRANHA.
ARMANDO: NÃO TÁ LEMBRADO DE MIM?
CARMELA: E DEVIA? MAS SUA CARA NÃO É ESTRANHA.
ARMANDO: NOS CONHECEMOS NO CONSULTÓRIO DO DR. MIGUEL.
CARMELA: (LEMBRANDO) AH SIM. AGORA LEMBRO. VOCÊ É AMIGO DA MINHA TIA TECA. TUDO BEM?
ARMANDO: SIM.
CARMELA: (OFERECENDO O SANDUICHE) ESTÁ SERVIDO?
ARMANDO: NÃO. OBRIGADO. EU ACABO DE VIM DO CLUBE.
CARMELA: VOCÊ ESTÁ SEMPRE AQUI NA CIDADE?
ARMANDO: SIM. EU ALUGUEL UM QUARTO NA MESMA CASA EM QUE A TECA, SUA TIA, TAMBÉM MORA.
CARMELA: QUE LEGAL. VOCÊ TRABALHA EM QUÊ?
ARMANDO: EU TRABALHAVA NUMA EMPRESA DE COSMÉTICOS. MAS ESSA SEMANA HOUVE UM CORTE NO QUADRO DE FUNCIONÁRIOS, E EU ENTREI NO MEIO.
CARMELA: PUXA, QUE PENA.
ARMANDO: POIS É. AINDA TENHO UMAS ECONOMIAS E TÁ DANDO PRA PAGAR O QUARTINHO ONDE MORO. MAS TOU PENSANDO PRA ONDE IR QUANDO ACABAR.
CARMELA: MAS NÃO GRILA COM ISSO, NÃO. AQUI É CHEIO DE EMPRESA. LOGO, LOGO VOCÊ ENCONTRA UM.
ARMANDO: QUEM SABE, NÉ.
CARMELA TERMINA O SANDUICHE. VAI PAGAR A CONTA.
CARMELA: BOM, FOI UM PRAZER TE VER NOVAMENTE.
ARMANDO: O PRAZER FOI MEU. QUALQUER DIA DESSES QUERO QUE VÁ AO CLUBE COMIGO.
CARMELA NÃO GOSTA DO CONVITE. VER COMO UMA CANTADA.
CARMELA: (IRRITADA) COMO É? TÁ ME ACHANDO COM CARA DE MULHER OFERECIDA? SOU UMA MOÇA DE FAMÍLIA. VAI CONVIDAR AS TUAS NEGA.
ARMANDO: CALMA. EU NÃO QUIS OFENDER. FOI APENAS UM CONVITE DE AMIZADE.
CARMELA: SEI MUITO BEM QUE TIPO DE AMIZADE É ESSA.
ARMANDO: VOCÊ É SEMPRE ASSIM, GORDINHA?
CARMELA: (MAIS OFENDIDA) ME CHAMOU DE QUÊ?
ARMANDO: (INOCENTE) GORDINHA.
CARMELA SE ENCHE DE RAIVA, PEGA UM SANDUICHE DA MÃO DE UMA PESSOA POR ALI E METE NA CARA DE ARMANDO. PEGA MOSTARDA E O CATCHUP SOBRE A MESINHA E DESPEJA TODA NELE. CARMELA MONTA EM ARMANDO, JÁ NO CHÃO, TODO SUJO.
CARMELA: ISSO É PRA VOCÊ APRENDER A RESPEITAR UMA MOÇA DE FAMÍLIA. IDIOTA!
CARMELA SE LEVANTA E SAI. ARMANDO AO CHÃO, SENDO AJUDADO PELAS PESSOAS QUE ALI ESTÃO.
 CENA 8. EXTERIOR. RUAS. PRACINHA DO BAIRRO. TARDINHA.
CONTINUAÇÃO...
DANIEL E SORAIA AOS BEIJOS. ELA SE DESFAZ E SAI PARA O LADO.
SORAIA: JÁ TÁ QUASE DE NOITE. O TEMPO PASSOU E NEM PERCEBI.
DANIEL: PRA VOCÊ VER QUE ATÉ O TEMPO NOS AJUDA. (T) NÓS NÃO ESTAMOS COMETENDO NENHUM CRIME, SORAIA.
SORAIA: COMO NÃO? SE EU SOU NOIVA DO SEU AMIGO. NÃO POSSO TRAIR A CONFIANÇA DO MURILO. AI MEU DEUS.
DANIEL: MAS EU SINTO QUE VOCÊ SENTE ALGO POR MIM.
SORAIA: NÃO VENHA ME COMPLICAR MAIS AINDA, DANIEL.
DANIEL: SE VOCÊ E O MURILO AINDA NÃO SE CASARAM, TÁ EM TEMPO. E ALGUMAS ESCOLHAS NOS LEVAM A FELICIDADE. OUTRAS, NÃO. E ESSE É O CAMINHO DA NOSSA FELICIDADE, SORAIA.
SORAIA: (SORRI) VOCÊ FALA TÃO... BONITO. ADORO OUVIR VOCÊ FALAR ASSIM.
DANIEL: ENTÃO, SORAIA? O QUE TE PRENDE? SE VOCÊ NÃO É FELIZ COM O MURILO... O QUE ADIANTA LEVAR EM FRENTE ESSA HISTÓRIA? FICA COMIGO! VAMOS VIVER ESSE AMOR.
SORAIA: É TUDO TÃO NOVO, DIFERENTE. ACONTECEU TÃO RÁPIDO, QUE EU... NÃO SEI COMO DIZER.
SORAIA VAI SAINDO, DANIEL PEGA EM SEU BRAÇO.
DANIEL: PROMETE QUE VAI PENSAR EM TUDO QUE TE FALEI?
SORAIA: (DEPOIS DE UMA PAUSA. SUSPIRA) PROMETO. (SORRI)
ELA SAI, MAS VOLTA PRA DANIEL E O BEIJA. NESSE INSTANTE APARECE MURILO E VER A CENA, FICA ARRASADO.
MURILO: SORAIA?          
SORAIA E DANIEL SE SOBRESALTAM.
SORAIA: (SEM SABER O QUE FALAR) MURILO? EU POSSO TE EXPLICAR.
DANIEL: MURILO...
MURILO ESTÁ TRANSTORNADO.
MURILO: CALA ESSA BOCA, SEU CANALHA.
MURILO METE UM SOCO EM DANIEL QUE ELE CAI SOBRE UNS ARBUSTOS. CÂMERA VAI DE SORAIA A MURILO, POR ÚLTIMO EM DANIEL COM A MÃO NA BOCA, SANGRANDO.
NO CLIMA TENSO, CORTA PARA...

FIM DO CAPÍTULO 30

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