Escrita por
MARCELO MAIA
Original Cyber TV
Às
vezes a vida faz a vida do ser humano de fantoches. Já a maldade de Marion e
maior do que qualquer coisa no mundo.
Até
aonde Marion, é capaz de chegar por dinheiro.
Perso
e Davi, dois filhos, dois irmãos e Dois Destinos.
Tudo se inicia em 15 de Fevereiro de 1990.
Na Cidade de Arujá, São Paulo. No
bairro Novo Horizonte, onde moram pessoas humildes, com caráter e justas.
No bairro não há assaltos e
vandalismo. Não há rondas de polícia, os moradores tem o hábito de sentar na
rua durante à tarde para conversar, jogar assunto fora, ou como diz algumas
senhoras tricotar.
Nada nunca fugiu do normal, até que
na pequena casa azul no final da rua de terra batida, ouvem-se ruídos de uma
briga, mas nota-se que é de família. Aquilo espanta os moradores, onde tudo
começa.
Capitulo 01
Cena 1 / manhã./ Quarto de Marion /
Bairro Novo Horizonte.
Aos gritos Marion,
discute com sua mãe, dona Suzi.
Suzi – Você vai sim Marion, eu não te
criei para virar mulher safada de rua. Quero minha filha uma mulher, enquanto
você tiver debaixo do mesmo teto que seus pais, você nos deve respeito sim.
Marion – sorrindo – E desde quando
você me criou Suzyellen? Até onde eu sei foi meus avós que cuidaram de mim, e
do Bruno, só para refrescar sua memória querida.
Suzi – Não interessa minha filha,
quem se matava trabalhando como domestica para dar o que você comer? Suas
roupas para ir a escola? Quem te ajudava com isso minha filha? É desta forma
que você retribui?
Marion – Não quero retribuir nada
querida mãe, só estou pedindo paz! Ok, ou é tão difícil de entender? Quero ser
a dona da minha vida, você consegue entender isso?
Suzi – Nervosa e aos gritos – Você é
ingrata, mas se você quer tanto viver, vá, mas não se arrepende e volte para o
colo de mamãe, porque aqui não tem vez.
Eu to cansada de você menina, e burra, não estudou, não tem futuro, não tem
trabalho, anda com umas meninas vagabundas. É isso mesmo Marion, porque agora
você já tem ate fama, fama de puta, vagabunda.
Imagina pra mim que sou mãe vê isso. Que situação desgostosa. Seu pai
tem vergonha de você. Eu tenho é dó.
Após ouvir tudo que sua mãe tinha a falar,
Marion abre a porta do seu quarto sorridente e da de cara com sua mãe.
Marion – Falou tudo que você tinha
para falar?
Suzi-
Como pode ser assim meu deus. Ainda debocha da minha cara.
Marion, esgotada e de cabeça quente
sai andando em direção a porta que por sua vez já estava aberta.
Suzi – Nervosa – Onde você vai
Marion... Tô falando com você.
Marion – Suzi, (sorrindo)... Puta vai
pra onde quando ela sai de casa? Porque se eu sou uma Puta, não... Puta é pouco
pra mim, devo ser uma rampera né. Porque
eu gosto, eu amo fazer esquinão e rodar bolsinhas, pegar homem de favela, sabe,
os nóias da rua, eu faço coisas barbaras, que você mãe nem imagina.
Suzi – chorando e nervosa – Minha
filha, não fale isso. Fica gritando o que os vizinhos vão pensar de você.
Marion – Vizinhos? Eu tô pouco me lixando pra esses merdas,
essas porras. São tudo fofoqueiros. Ahhh só para deixar claro, pra vocês em,
essa vai para vocês que cuidam das vidas alheias, que ama falar mal do povo principalmente
de mim. Eu sou uma puta. – olha para os vizinhos que observam tudo no
portão.- É isso mesmo Dona Maria, eu Marion Ferreira sou uma cadela, uma
vadia. Gostou? Quer programa senhor
Martins? Alguém quer me ver nua? ... Eu quero é que vocês moram. É isso mesmo,
moram seu pé de barro. Vermes fofoqueiros.
Suzi,
em seu pior momento de vida, se vê em um túnel sem a luz no final.
Naquele momento, onde todos vê sua filha se difamando de tal maneira, e sabia
que todos os comentários iriam acontecer. Observa sua filha sair de casa com
uma mine saia e rebolando. E ainda houve as críticas dos vizinhos que julgam
sua filha de nomes cruéis e avassalador.
Marion, sorridente continua andando
na rua onde mora e vê todos os seus vizinhos observando e jogando coisas nela.
Jogava fruta, ovo, água e barro
Andando sozinha nas ruas, enquanto os
carros passavam e buzinavam chamando Marion, de gostosa, linda. Ela sorria,
pois o que ela mais queria estava acontecendo, a liberdade de fazer o que
queria.
Marion – Daqui pra frente vai ser
tudo diferente viu Marion, você vai viver e ser feliz, chega desta mesmice,
desta pobreza, dessa lamuria de vida. Acabou, cansei desta vidinha de bairro,
eu quero muito, eu quero o mundo. – Continua andando pela rua sem haver fim,
sorrindo e rebolando, como se tudo estivesse normal, olhando para lojas e
sorrindo.
Um dia depois.
Cena 02 – Centro de Arujá/ Manhã/
Rodoviária Rodrigo Barreto. 07:28H.
Marion, e acordada com um guarda da
cidade lhe chamando.
Guarda- Ei garota,
aqui não pode dormi não. Por favor levante.
Marion – Acorda assustada e se acua
no cantinho do banco, indefesa. – Por que eu não posso moço? Não tô roubando
ninguém. Só estava dormindo, senti sono e não tinha aonde dormir, e nem para
onde ir. (triste).
Guarda – Ok, eu só estou lhe avisando
e pedindo com extrema educação.
Marion – Educação – Sorrindo alto -
Eu já estou na merda, e você quer ser educado, não precisa, pode me humilhar,
minha vida está uma merda mesmo. Nada vai mudar se você brigar comigo. Mas eu
vou sair. Não sou mendiga.
Guarda- Reparando as roupas de Marion
- A senhora está perdida?
Marion – Não senhor, eu moro por aqui
mesmo, mas sou pobre e puta, e fui expulsa de casa. – Sorrindo.
Guarda – Desculpe senhora, mas não
precisava tocar nesse assunto. Mas se puder se retirar.
Marion – Moço estou com fome. Me
ajude a comprar um pão por favor.
Guarda – Olha eu posso até ajudar te
dando esses Cruzeiros, é pouco mas espero que seja para comer. Ao lado direito
tem o mercado MVida, coma algo e depois vá atrás do seu destino. Ou sua família,
não fique na rua, está muito perigoso, alguém pode fazer algum mal a você.
Marion - Ah, só para deixar claro, eu
não sou puta. E que deus lhe abençoae senhor. – pega os Cruzeiros e sai
correndo em direção ao mercado.
Guarda – Vá com deus garota.
Cena 03 – Mercado MVida/ Corredores /
Int./ Dia.
Marion adentra o mercado, e naquele
momento viaja com tudo que vê, pessoas, carrinhos, caixas e computadores, algo
que nunca havia visto em sua vida.
Marion – Olhando para todos os lados,
se deparando com coisas gostosas. Como bolachas que ela não comia à meses.
Refrigerantes, que foi provado somente uma vez em sua vida. Falando sozinha
Marion diz:.
Marion – Senhor. .. Quanta coisa
gostosa, eu nunca comi isso. Eu queria tanto ser rica e poder comer bem.
Atendente – Posso ajudar Mocinha?
Marion – Pode sim, eu to com muita
fome sabe?... E tenho só isso de cruzeiros, será que consigo comprar algo? –
Tira algumas moedas do bolso e aguarda a contagem da atendente.
Atendente – Sim, até da para comprar,
porém a marca inferior mocinha. Que séria no outro corredor ao lado.
Marion – Ata, então pode ser. Você me
leva lá? (observando atentamento todas as glândulas, os produtos e as cores)
Atendente – Claro que sim, favor
venha comigo. (Observa Marion, suspeitando de suas intenções)
Marion – Que lugar lindo. (comentando
com a atendente)
Atendente – Você nunca entrou em um
supermercado?
Marion – Nunca.
Marion, pega os produtos que seu
dinheiro dava para comprar, porém não satisfeita queria mais, queria muito
mais. A atendente saí para dar orientação a outra cliente, Marion, acha a deixa
para voltar ao corredor no qual estava e pegar a desejada bolacha. Porem a
atendente observa tudo e não deixa nada passar, logo avisa os seguranças.
Atendente – Segurança tem uma indigente
metida a ladrona no corredor três que está fazendo um furto.
O segurança imediatamente corre junto
a mais dois rapazes para confiscar os produtos roubados por Marion, que de fato
estava sendo roubado. Ao chegar no
corredor ele grita.
Segurança – Moça, parada onde você
está?
Marion – assustada diz – Você está
falando comigo?
Segurança – Além de ladra e sonsa?
(Todos riem)
Marion – Calma ai, eu sou cliente.
Não sou nenhuma ladrona não, você está
errado me julgando assim, me apostando uma arma. Eu posso processar o mercado e
você, seu merda.
Segurança – Eu tenho fortes provas de
que você estava roubando. Posso lhe revistar provar.
Marion – Mas não vai mesmo. Seu
bosta. (Joga em cima dos seguranças um carrinho com diversos produtos e sai
correndo)
No momento de confusão, todos gritando: - É ladrão, pega ladrão.
Todos assustados, os funcionários do
caixa e no exato momento em que Marion passa correndo pela saída do mercado ela
esbarra em Mohamed, que estava entrado em seu mercado para visita.
Marion – Ao esbarrar – Desculpa aí
tio. – sorrindo.
Assustado, Mohamed observa toda a
confusão. E diz:
Mohamed – Não quero escândalos em meu
mercado. Ela não vai muito longe. Não levou muitas coisas. Deve ser, mas uma
esfomeada. Mantenham a calma senhores... E por favor, alguém chame a polícia.
Ok?
Segurança – Irei chamar sim senhor. –
ofegante.
Mohamed – Ela levou muita coisa?
Segurança – Pelo que vimos não,
acredito que seja apenas guloseimas.
Mohamed – Não levou nada de
importante, dinheiro? Cheques, não furtou nenhum cliente?
Segurança – Não senhor.
Mohamed – Bom, acho que não precisa
chamar a polícia.
Atendente – Eu já chemei a polícia
senhor.
Mohamed – Bom, já que chamou, vamos
aguardar e saber dela o motivo do furto né, até porque ninguém entra em um
mercado para furtar apenas uma bolacha.
Cena 04/ Nas ruas da cidade /
Externo.
Marion andando e sorridente após seu
furto, como se fosse o crime perfeito.
Até passar um carro de policia e parar Marion. E suspeitar da moça.
Policial - Desce gritando do carro e
saca uma arma – Parada, parada e coloca as mãos na parede agora. Vai.
Assustada Marion leva suas mãos na
parede imediatamente, e diz.
Marion – Eu Não fiz nada senhor, pode
me revistar. Eu juro que não fiz nada. – Assustada.
Policial – Recebemos uma denúncia do
Mercado MVida, e você confere com as informações relatadas. Então por favor,
nos acompanhe até a delegacia, Você está presa menina.
Marion – Mas eu estava com fome, não
fiz por maldade, eu fui expulsa de casa. Só queria comer, eu também tenho o
direito, piedade senhor.
Policial – Piedade você né garota vai
estudar, caçar um emprego... Nem deve ter idade e já e vagabundinha malandra de
rua.
Marion – sorrindo - O mundo cismou que sou vagabunda mesmo em.
Policial – Você está debochando da
minha cara menina?
Marion – Se rir for debochar, sim eu
estou debochando dessa sua cara. Porque eu vou dar risada mesmo, não irei para
porque você quer ou acha justo. Você deve me respeitar, eu não sou nenhuma
vagabundinha de rua, fui expulsa, mas tenho família. Você sabia que eu posso
lhe processar.
Policial – Pega Marion pelos braços e
a força e joga dentro do carro. A mesma começa a gritar altíssimo pedindo
socorro, e o Policial diz: - Tarde demais menina, vai pedir socorro na prisão.
O carro sai andando com Marion jogada
na parte detrás do carro de polícia que logo liga a sirene para abrir passagem
até a delegacia.
Marion – Isso sim que é ser tratada
como um bandido.
Policial – Com bandido é pior garota,
você nem imagina.
Marion – Então porque me tratou assim,
tudo isso por causa de uma bolacha?
Policial – irônico – Você comprou?
Marion – Não.
Policial – Então você merece ser
levada a delegacia sim, e por favor garota fique quieta. Eu não quero ouvir a
sua voz no caminha Ok.
Marion – Nossa como ele é autoritário.
– Sorrindo.
Cena 05 – Adentrando a Delegacia /
INT. / Tarde / Centro Arujá.
Marion, sendo segurada pelos braços
entrando na delegacia o 26-°DP de polícia.
Aos gritos.
Marion – Me larga seus brutos. Seus
covardes.
Policial- É melhor a senhora ficar quieta. Tudo pode
piorar pra você menina.
Marion – Piorar... Já tô na merda e
você ainda falam de piorar. Se esta me tirando né?
Policial – Você deveria tratar agente
com respeito, séria o mínimo que você poderia fazer. Mas por desacato hoje você
vai conhecer a sala do delegado que por sinal já está bombando.
Marion – Gritando – ADOOOOOOOORO
FESTAS. – rindo altíssimo.
Os polícias ficam observando a
atitude de Marion que não tem pudor. Fala sem pensar e não liga para as
consequências.
Cena 06 – Sala do Delegado / Interno
/ Delegacia
Policial – Dirigindo a palavra a
Marion – Pode entrar detenta.
Marion – Levanta e vai bem próximo ao
policial – Você sabia que é desagradável seu jeito de falar comigo. Sou uma
dama.
Policial- Na realidade você ainda e uma menina. (Sorri)
Delegado - Falando alto – Marion, pode entrar. Estou lhe aguardando.
Marion – ao ouvir o delegado entra e
diz – Até que fim estou sendo bem recepcionada. Pensei que nem um café iriam me
servir. Você sabia que nem café eu tomei hoje.
Delegado – sendo irônico – Ahhh que
pena Marion. Aqui servimos um cafezinho,
é divino.
Marion – Café desse lugar não me
interessa.
Delegado – Eu ainda não entendo o que
passa na cabeça de uma pessoa tão jovem. Ainda por cima e linda, mas defeca na
vida, o que ainda não me conformo... Por que você foi roubar uma bolacha. Está
em falta na sua casa?
Marion – Na realidade eu nunca tive
em casa. Tenho uma vida de cão em casa. Mas eu sei que tudo vai mudar. Tenho
minha fé.
Delegado – Entendo você menina, mas tem uma pessoa querendo falar com
você. Se você quiser claro.
Marion – Amigos são sempre bem
vindos. (sorrindo)
Delegado – Por favor, chame o senhor
que quer falar com Marion.
O policial sai da sala e vai chamar a
pessoa que o delegado solicitou. Ao
adentrar a sala Marion.
Entra Mohamed.
Mohamed – Olá garota.
Marion – Meu advogado? (olha para o
delegado como vocês são rápidos – sorri)
Delegado – Por favor, garota respeite
o senhor Mohamed.
Marion – Mohamed... (sorrindo) Meu
deus, e eu achando que meu nome fosse estranho.
Delegado – Respeito menina.
Marion – Estou respeitando, só que do
meu jeito.
Delegado – Está errado o seu jeito.
Por favor, se dê o respeito também.
Marion – O que você quer comigo o...
Nome estranho.
Mohamed – Quero falar com você sobre
o roubo.
Marion – O que tem haver o roubo?
(curiosa)
Mohamed – Sou o dono do grupo Mvida,
e você me deve satisfação.
Marion, para com um olhar assustada e
de medo, observa Mohamed e pergunta: O que quer comigo? Vai levar a diante a
denuncia. Foi só uma bolacha.
[CLOSE EM MARION
SORRINDO]
Continua no próximo
capítulo
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