Escrita por
Marcelo Maia
Original Cyber TV
Cena
01 – Manhã/ Nova casa de Marion / Garagem / Ext.
Família de Marion aparece no portão de sua casa, em uma rua
calma, com diversas casas. Pouco movimento, de longe vê uma pessoa andando e
duas crianças brincando.
Suzi – Filha?
Marion – De costas para rua, lavando o quintal - Nossa que susto.
Beto – Minha filha que saudade. – com o semblante triste.
Marion - Saudades?... Você está
de brincadeira né? Vocês nunca fizeram muita questão de estar comigo por perto,
e agora vocês tem saudades?
Suzi – Porque não acredita na gente? Estamos falando isso de coração.
Marion – Vocês saíram de Arujá para me falar isso? Piraram foi? ...
Muito sem noção. – Sorrindo.
Ruth – Oh minha irmã não fala assim com agente.
Marion – rindo altíssimo - Você quer que eu fale como Ruth? Vocês
querem o que? Viu que estou com grana né? Olha minha casa! Viu minha vida
mudou.
Suzi - Ajuda agente minha filha, eu clamo por ajuda, estamos passando
fome, sem água, sem dinheiro, estamos comendo o pão que o diabo amassou.
Marion – Jura?... Você ficou louca Suziellen, você se lembra de o que
você fez? Levei fama de vagabunda, fui presa, imagina eu fui presa isso
mesmo... EU FUI PRESA, vocês entendem? Passei fome, necessidade, sem roupa sem
documentos. Ai do nada você vem atrás de mim? Querendo o que? Posso adivinhar?
Mais já lhe aviso, NÃO, eu não irei lhe ajudar.
Bruno – Somos sua família.
Marion – Minha família está dentro de mim. Vocês acabaram pra mim, eu
só quero ver vocês bem longe de mim. Sumam daqui.
Suzi – Vocês é minha filha, poderia ajudar agente.
Marion – Você e burra Suzi, eu não tenho mais família ok? Vocês não
existem mais pra mim.
Suzi – Dói muito ouvir isso de uma filha?
Marion – Foi o que você quis pra sua vida querida mamãe. Você escolheu assim. Tudo poderia ser
diferente, mas você preferiu me humilhar, me enxotar de casa, como um lixo
qualquer.
Beto – Pelo menos água você pode dar pra gente minha filha?...
Estamos andando a horas.
Marion – Ahh vocês querem água?
Óbvio que eu darei. – Marion vai até a torneira liga a mangueira que
jogada no chão estava e pergunta:- Querem muita água?
Beto - Sim minha filha. – Todos fazendo burburinhos.
Marion – Claro papai tome água. – Marion, com a mangueira joga água em
seus pais e irmãos e todos começam a correr de frente do portão da casa de
Marion.
Suzi – gritando – Você pode até ter dinheiro hoje, mas continua a
mesma sem coração, em honestidade e amor.
Marion – Isso mesmo mamãe, continuo a mesma vagabunda de sempre. –
entra em casa e observa sua família ir andando rumo ao ponto de ônibus. E
questiona.
Marion – como será que esse povo achou meu endereço – surge a dúvida.
Bom vou me arrumar para extorquir aquele velho babão.
SEIS
MESES DEPOIS ...
Cena
02 – Noite / Hospital Ipiranga Maternidade / Int. / Sala de parto.
Marion – aos gritos, chorando, Marion observa tudo dentro da sala de
parto, os equipamentos, e os médicos conversando, com um olhar de dor, não
param de pensar na felicidade de ter seu filho aos seus braços. – Senhor, como
isso dói, tira essa criança de dentro de mim.
Médico - Senhora, se você continuar gritando serei obrigado a seda-la.
Marion – gritando – Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh - Nasce o primeiro filho de Marion.
Médico - Parabéns Mamãe, é um lindo menino. Um belo varão.
Marion – Chorando – Meu filho. Meu anjo Davi. Eu quero vê-lo.
Médico – Parabéns. Entrega Davi nos braços de Marion.
Imediatamente Marion beija seu filho e diz.
Marion – Eu amo você, você é a garantia do meu futuro.
05
Minutos depois.
Marion – Enfermeira... Por favor, estou sentindo muitas dores, Isso não
pode ser normal?
Enfermeira
– Sim senhora. Logo isso irá se
estabilizar calma.
Marion - Mas algo está errado enfermeira, está doendo muito. Eu não
estou aguentando de dor, pelo amor de deus me ajude.
Enfermeira
– Calma senhora. Irei chamar o obstetra
para verificar.
Marion – Ahhhhhhhhhhh, ta doendo, senhor esta doendo demais.
Médico entra correndo e diz – Faça contrações novamente para descobrir.
Marion – Que dor doutor. Parece que estou morrendo aos poucos. Dói
demais.
Médico – Descobri o motivo. – médico nervoso e chamando a sua equipe.
-Equipe a postos, teremos uma nova vida.
Marion – sem forças – Doutor... (Desmaia, virando o rosto para o lado.)
Enfermeira
– Ela desmaiou doutor, deixamos assim?
Médico – Será melhor para ela, pois a pobre está sofrendo muito.
E vem novamente o barulho de criança recém-nascida chorando,
séria o segundo filho de Marion.
Todos da equipe comemoram a vitória do nascimento de mais uma
criança. Gêmeos idênticos. Lindos e saudáveis.
Médico – Ótimo trabalho equipe. – Feliz.
DEZ
MESES DEPOIS...
Cena
03 – Mansão de Mohamed / Sala / Manhã/ Int.
Marion – Vamos logo meu amor.
Mohamed – Vamos sim, já estamos atrasados.
Marion – As malas já estão no carro. Por favor, Governanta, arrume o Davi no carro.
Mohamed – E cadê Perso? – Preocupado.
Marion – Sorrindo – Verdade ele tem que ir junto.
Mahamed – Você não ia deixar meu filho né?... Não ficou maluca?
Marion – Jamais iria esquecer o meu filho.
Mahamed – Deus. – Leva as duas mãos para céu.
Cena
04 – Dentro do Avião/ Tarde/ Int.
Diversos
acentos já com os passageiros abordo, todos quietos e Marion observa tudo.
Quando o avião levanta voo.
Marion, observando pela janela e diz.
Marion – Agora sim começa a minha nova vida, sinto que daqui para frente
será tudo diferente. – Sorriso de canto.
Mohamed – Falou comigo garota?
Marion – Já esta na hora de você para de me chamar de garota, afinal eu
sou a mão dos seus filhos não é... E só estava pensando alto, tão alto quanto
este avião. – sorrindo.
Mohamed – Entendo... Boa viagem pra gente.
Marion – Amém. – Continua observando a paisagem.
Horas depois.
Welcome Arábia Saudita/Bem vindo ao Marrocos.
O Avião aterrissa na Arábia Saudita.
Ao sair do portão de desembarque, Mohamed que em mãos estava com
uma pequena mala, vê sua família, e já se emociona.
محمد - الأب تفوت.
حبيب
- هالي، ابني مثل هذا الصبي الخاص بي؟
Tradução:
Mohamed - Pai que saudades.
Habib - Haly, meu filho como esta meu garoto?
[Off] –
Começam a conversar, muito sorriso e alegria durante o reencontro. É
apresentado os netos de Habib, e aos demais familiares.
Cena 05 – Manhã/ Palácio
Mahaj / Int.
Palácio
Mahaj, é uma homenagem de Habib, para sua esposa Mahaj, que lhe deu a maior
alegria, seu filhos.
Marion – Esposo, que casa é essa? – Completamente
extasiada.
Mohamed – Não é uma casa, mas sim um palácio Marion.
Gostou?
Marion – Eu estou abismada, e tudo isso e seu também?
Mohamed – Faz parte da minha herança sim. Por quê?... Mas
eu não quero isso, já tenho muito no Brasil. Esse palácio tem o nome da minha
mamadi, Mahaj.
Marion – Porque seus herdeiros também têm direito. Ou não
tem?
Mohamed – Você só fala em dinheiro? Pelo amor de Alah
Marion. Não quero mais ouvir uma palavra sobre dinheiro Ok? Aproveite o
passeio, nosso país é rico em detalhes.
Marion – Alah tem que ver nossos filhos e meu futuro. –
Sorrindo.
Mohamed – Quero e exijo que você respeite minha Mamadi,
ela é conservadora ao extremo e já bem de idade. Não aceito que você use esses
pedaços de panos. Antes de conhecê-la você irá receber um banho de loja. E sem
reclamar.
Os
dois adentram ao palácio e é dado o início as festas de comemorações.
“E que festa, muito luxo, músicas típicas
tocando, diversas dançarinas, cobras também roubando a cena, ouro espalhado por
todo canto, todos sorrindo e comemorando. Comida em fartura, bebidas, cada mesa
mais bonita que a outra. Um lindo banquete. A mais pura beleza.”
Marion começa a reparar os fuxicos e as conversas
paralelas com Mohamed entre a família e amigos.
Todos olham para Marion, que imediatamente começa a
mostrar entojo pela cultura local e as danças.
Marion – Chama Mohamed e ele vai até ela – Que palhaçada
é essa desse povinho ficar me olhando e me encarando, e você que não diz nada.
Mohamed – Esse povo e minha Família Marion. E você não
está apta a nossa cultura.
Marion – Não sei se você se lembra, mas eu sou brasileira
Ok? Não nasci para essa cultura estranha de vocês.
Mohamed - Você sabia que somos assim Marion. Vestimos-nos
assim, andamos assim, dançamos e falamos desta forma. O que esperava? Aproveita
e muda essa sua cara, você esta assustando meus familiares. É para você ser bem
agradável, se não te jogo no primeiro avião de volta ao Brasil.
Marion – Problema deles. Eu quero ir embora daqui o mais
rápido possível.
Mohamed – Em breve querida. [...] cadê Perso?
Marion – Se estressa – Você só pensa nesse menino, o que
ele tem de especial que o Davi não tem?
Mohamed – Eu vejo luz no olhar de Perso. Provavelmente me
puxou, diferente de Davi. Que tem o mesmo sangue ruim seu. Isso é lametavel.
Marion – Cale a boca Mohamed, respeite meu filho.
Mohamed – Alah proteja essas crianças quando eu for
embora.
Marion – Que deus lhe ouça.
UMA SEMANA DEPOIS...
VOLTARAM AO BRASIL
Cena 06 – Mansão de Mohamed / Tarde / Aruja / Quarto / Int.
Mohamed – Nervoso e aos gritos com Marion – Eu não aceito meus filhos na
creche. Isso é inadimissivel.
Marion – Esqueceu que foi eu quem pari essas crianças?
Mohamed – Mas se você diz que eu sou o pai, eu devo participar.
Marion – Ahhh nossa... Olha o papai do ano. Toma vergonha na sua cara
seu velho nojento.
Mohamed – Me respeita sua baixa... Você tem que dar graças a deus que
achou uma trouxa pra te sustentar. E deu
o golpe perfeito.
Marion – Esta me chamando de Golpista velho? – com cara de ódio.
Mohamed – Entenda como quiser. Mas uma coisa eu digo, quero o DNA dessas
crianças, hoje em dia esta tudo avançado, logo irei descobrir. Eu preciso saber
se sou realmente o pai dessas crianças.
Marion – Você não acredita em minha palavra Mohamed? – com um olhar de
ódio.
Mohamed – Sorrindo e debochando de Marion – Jamais acreditei em
você. Eu só te ajudei porque você era
uma vagaba de rua e senti dó de você.
Nem de mulher eu gosto, se acha que iria querer você uma rampeira? Você
é baixa e quando se trata de dinheiro eu tenho mais nojo de você. Mas eu não
quero ver essas crianças nas ruas igual e você. Seu passado me enoja.
Marion – nervosa e tremula com os dentes travados – Cala sua boca seu
velho nojento.
Mohamed – Vai fazer o que em Marion, me matar? Você é burra mesmo...
Pensa se você me matar ficará sem o seu luxo, porque toda as lojas e o meu
dinheiro ficará para meus filhos, tanto esses pequenos quanto os já criado.
Ahhh so para deixar claro, eu sei do seu caso com o Marcelo. Você acha que sou
tão burro assim? – rindo alto – Realmente você me subestima muito.
Marion – assustada cai sentada na poltrona – Mentira, você está
blefando!?
Mohamed – Marion, você precisa amadurecer, anda vendo muitas novelas das
seis horas. Não se esquece de que as melhores vilãs estão no horário nobre...
Eu fiz exame e você me dopou. Transou com o primeiro cretino e diz que o filho
e meu. – começa a bater palma – Parabéns, você não e tão burra, ótimo plano,
mas você esqueceu de uma coisa. Subestimou-me, e hoje está aí sem nada. Eu vou
tirar tudo de você. Da sua belíssima mesada até o teto onde você mora sua
safada cretina.
Marion – sorrindo – Você não seria maluco. Eu acabo com você.
Mohamed – Quero te ver na sarjeta. – Olhar fixo. Sai do quarto bate a
porta e vai andando, disposto a deixar Marion sem nada na vida.
Marion – com sangue nos olhos – Quem vai pra sarjeta e você seu verme.
Eu tenho nojo de você velho. – gritando, abre a bolsa e... Suspense.
[Continua
no capítulo 04]
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