Maneiras de Ser - Capítulo 10



MANEIRAS DE SER

DE
WESLLEY FUCHS

ESCRITA POR
WESLLEY FUCHS

DIREÇÃO GERAL
HENZO VITURINO
MIGUEL RODRIGUES

DIREÇÃO DE NÚCLEO
MIGUEL RODRIGUES

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO


CRIS
FERNANDO
FRED
GERALDO
GIOVANNA
HELOÍSA
JORGE
JÚLIA
MARIZA
PANDORA

CENA 01/ CASA DE MARIZA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE  
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Júlia desesperada, Mariza acorda com dores fortes na cabeça
JÚLIA                        — Mãe, eu vou ligar pra ambulância agora.
MARIZA                   — (Tentando impedir) Nem pensar, filha (mente) eu cai e bati a cabeça no chão e/...
JÚLIA                        — (Pegando o celular) Eu já vou ligar pra ambulância, mãe. Não tem porque você ficar sentindo essas dores fortes na cabeça.
Mariza se levanta e pega o celular da mão de Júlia
JÚLIA                        — (lágrimas nos olhos) Por que eu não posso cuidar de você? Porque a gente não descobre os motivos desses dores de uma vez por todas.
MARIZA                   — Porque eu já disse que não é nada demais, filha (T) eu caí e desmaiei, foi só isso, eu bati com a cabeça no armário e acabei desmaiando, filha. Só isso, não é nada com que você precise se preocupar, está tudo bem, como eu disse foi só um tombo.
JÚLIA                        — (Cai uma lágrima) Vamos no hospital fazer um checape pelo menos, pra ver se tá tudo ok.
MARIZA                   — Filha, eu tenho pavor de hospital e você mais do que ninguém sabe disso (T) Afinal de contas, foi lá que o seu pai faleceu, você se lembra? Na cama de um hospital, há três anos atrás, vítima de uma cirrose horrível que não foi causada por bebidas alcoólicas e sim pela maldita hepatite que ele teve naquele tempo.
JÚLIA                        — Mas mãe eu ainda acho que esses sintomas que você anda sentindo são muito estranhos, tem que ter alguma explicação.
MARIZA                   — Em primeiro lugar filha, eu realmente sei o que eu tenho: preocupação, medo, desespero (T) eu estou sentindo essas três sensações horríveis ao mesmo tempo com medo de perder essa casa a qualquer momento. (T) Agora chega, Júlia. Já está tarde, vamos pra cama.
JÚLIA                        — Eu só quero que você me faça uma promessa por gentileza: se você por alguma hipótese sentir essas dores novamente, você promete pra mim que a gente vai procurar um médico imediatamente?
MARIZA                   — (Sem hesitar; direta) Eu prometo, filha. Agora vamos pra cama, já são (olha pro relógio) dez da noite. Amanhã você precisa acordar cedo pro colégio.
JÚLIA                        — (Corrige) Amanhã é sábado.
MARIZA                   — (fugindo) Boa noite, Júlia.
Mariza sai. Júlia olha preocupada.
CORTA PARA:
CENA 02/ SÃO PAULO/ EXTERIOR/ DIA
Amanhece.
CORTA PARA:
CENA 03/ MANSÃO DE PANDORA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Pandora apressada, arrumada para trabalhar, vemos que ela procura algo, detalhar que seus óculos escuros estão em sua cabeça. Heloísa desce as escadas
HELOÍSA                  — (Descendo as escadas) Bom dia, mãe.
PANDORA                — (Com pressa) Bom dia, filha.
HELOÍSA                  — Eu pensei que você não fosse trabalhar hoje, afinal de contas, foi isso que você disse ontem.
PANDORA                — (Ainda procurando) Pois é, filha. Mas infelizmente ocorreu um imprevisto e eu realmente não posso deixar essa audiência pra outro dia, é uma audiência seríssima por sinal.
HELOÍSA                  — (Curiosa) Tá procurando o quê? As chaves do carro?
PANDORA                — Meus óculos de sol, está um calor enorme lá fora de acordo com a temperatura.
HELOÍSA                  — (Ri) Mãe, eles estão na sua cabeça.
Pandora então coloca a mão sobre a cabeça e dá uma risadinha, ela então coloca os óculos.
HELOÍSA                  — Está tudo bem mesmo?
PANDORA                — (Sorri) Está tudo ótimo, filha. Depois da nossa conversa eu fiquei mais tranquila diante daqueles assuntos todos (T) Agora, eu preciso que você tenha paciência para lidar com a minha crise emocional.
HELOÍSA                  — (Sorri) Eu vou te ajudar a passar por essa crise emocional.
PANDORA                — Assim espero. Bom, filha. Eu vou indo, beijos.
Pandora abre a porta para sair e se depara com Jorge que estava prestes a tocar a campainha, Heloísa olha surpresa, já Pandora reage séria.
CORTA PARA:
CENA 04/ METRÔ/ INTERIOR/ DIA
Júlia entra e de cara avista Fernando, ela então se aproxima.
JÚLIA                        — Fernando?
FERNANDO             — (Sorri) Oi Júlia. Tudo bem?
JÚLIA                        — (Sorri) Tudo! (T)
FERNANDO             — Você está diferente.
JÚLIA                        — (Dá um sorriso; fica meio sem graça) Eu acho que eu tô mudando, Fernando... Eu comecei a me arrumar mais, a me dedicar na escola e no teatro 10 vezes mais, só que... Eu estou me sentindo diferente.
FERNANDO             — Mas qual seria o motivo pra tanta mudança?
JÚLIA                        — Talvez eu queira me renovar, ser alguém melhor. Mas vamos mudar um pouco de assunto? Eu queria falar sobre/...
FERNANDO             — (Corta) Do nosso beijo?
JÚLIA                        — Você me beijou por impulso, né? Pra esquecer de vez a Heloísa?
FERNANDO             — Eu não vou mentir mais pra você. Muito pelo contrário, eu quero deixar as coisas às claras, Júlia (T) eu sentia que você tinha uma alto-estima muito baixa, sendo que você é uma das garotas mais lindas que eu já vi, chega no nível da Heloísa, e a sua baixa alto-estima me deixava preocupado com você, talvez esse foi um dos motivos pelo qual eu tenha te beijado, mas tem mais um motivo: eu nunca me senti amado por ninguém e com você foi diferente, foi com se você tivesse/...
JÚLIA                        — (Corta) Te dado esperança que o problema nunca foi você em relação a Heloísa. O problema é que a Heloísa não sente o mesmo (T) Afinal de contas, esse também o meu medo, Fer... De que você não sinta nada por mim, a não ser amizade/...
FERNANDO             — A Heloísa e eu ficamos há muito tempo atrás, mas precisamente no nono ano, a onde estávamos começando a adolescência assim por dizer e dês daquele dia eu nunca mais consegui tirar a Heloísa da minha cabeça.
JÚLIA                        — Entendi.
Silêncio. Até que Fernando resolve falar:
FERNANDO             — Mas eu quero muito tentar com você, Júlia.
Reação de Júlia: felicidade.
FERNANDO             — Pra onde você está indo?
JÚLIA                        — Pro meu curso de auxiliar administrativo.
FERNANDO             — Eu estou indo pra minha aula de desenho, briguei com o meu pai e peguei um metrô (T) Mas eu falto um dia no meu curso pra gente poder conversar. Você pode faltar?
Júlia sorri.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 05/ AVENIDA PAULISTA/ EXTERIOR/ DIA
Júlia e Fernando andando e conversando.
JÚLIA                        — Então você está disposto a tentar a ter um namoro sério comigo?
FERNANDO             — Eu acho que a gente não se conhece muito bem, então eu acho que a gente pode ir ficando por esse tempo, se a gente se der bem a gente inicia um namoro, se não der certo, seguimos com um relacionamento afetivo.
JÚLIA                        — (Sorri) Vai ser uma boa tentativa. Eu acho que temos muito o que aprender um com o outro.
FERNANDO             — Eu acho que temos muito o que viver um com o outro, porque olhando pra você, Júlia, eu sinto que as coisas tendem a melhorar e se você for a garota que eu penso que você pode ser, eu tenho certeza que esse namoro tem tudo pra acontecer.
Júlia beija Fernando.
JÚLIA                        — Vamos ver o que esses dias ficando tem a nos dizer.
FERNANDO             — Eu espero que tenha um ótimo resultado.
Fernando e Júlia se beijam.
CORTA PARA:
CENA 06/ MANSÃO DE PANDORA/ SALA DE ESTAR/ INTERIOR/ DIA
Pandora diante de Jorge. Heloísa desce as escadas e se aproxima
PANDORA                — O que é que você está fazendo aqui, Jorge?
JORGE                       — Eu vim falar com a minha filha (T) na verdade eu vim falar com vocês duas, é sobre algo que eu escondi até de você, Pandora.
HELOÍSA                  — Do que é que você está falando, pai?
JORGE                       — Eu estou falando que eu sei quem é o seu pai biológico, filha.
Reação de Pandora e Heloísa.
PANDORA                — Como é que é? Que história é essa? (T) A Heloísa é fruto de uma inseminação artificial, Jorge (T) você mais do que ninguém sabe disso, agora você vem com essa história de que conhece o pai da Heloísa sendo que o doador é anônimo.
JORGE                       — Qual é mesmo o número do doador, Pandora?
PANDORA                — Doador 189.
JORGE                       — Que possuí as minhas características que as minhas não é mesmo?
HELOÍSA                  — (Lagrimas nos olhos) Eu realmente não estou te entendendo, pai.
JORGE                       — Eu quero te dizer, filha. Que o seu pai na verdade, o doador 189, na verdade é o meu irmão mais velho que mora em Los Angeles e que você conhece Pandora.
Reação de Pandora.
PANDORA                — Mas como isso... (Se embaralhando; sem palavras) isso não... (T) Eu...
JORGE                       — Eu sei que é difícil de entender, Pandora (T) mas foi algo que você mesma fez questão. Você queria que a Heloísa fosse uma mistura de suas características com as minhas (T) e tem alguém melhor do que o meu irmão? (T) que aliás eu pedi que escondesse esse segredo esse tempo todo, porque eu sabia que você/...
PANDORA                — (Lágrimas nos olhos) Jamais aceitaria! (T) Mas é exatamente isso, Jorge, eu jamais aceitaria e você me prega uma peça dessas.
HELOÍSA                  — Então você está querendo me dizer que eu sou filha do meu próprio tio? (T) o meu tio de Los Angeles, o tio Fred. É isso?
JORGE                       — É isso, filha, é justamente isso e... E eu peço perdão por ter escondido esse segredo durante esses anos todos, Pandora e... E Heloísa.
HELOÍSA                  — Pai, eu... Eu preciso ficar sozinha (T) eu nem sequer consegui digerir por completo essa história de inseminação agora cai essa bomba no meu colo pra me fazer refletir sobre outras mil e uma situações que ocorrem na minha vida.
JORGE                       — (Limpa uma lágrima que cai) Mas por favor, filha, me ligue que você estiver melhor. Eu vou embora, se você precisar conversar, Pandora.
PANDORA                — (Corta; nervosa) Mas é claro que a gente vai conversar (T) Assim que eu voltar da audiência eu vou direto pro hotel onde você está hospedado e nós teremos uma conversa decente e séria. Você ouviu bem? Agora deixa eu ir que eu realmente estou bastante atrasada.
Pandora sai apressada. Heloísa enxuga uma lágrima que cai de seus olhos e olha para o seu pai
JORGE                       — Eu sei que não está sendo fácil, filha. Mas eu não quero que exista segredos em sua vida envolvendo as suas verdadeiras origens.
HELOÍSA                  — Obrigada por me dar acesso a minha verdadeira história.
JORGE                       — Eu só estou fazendo o meu papel de pai, Helô (T) me dá um abraço antes de você refletir um pouco?
Heloísa faz que sim e se aproxima de Jorge e o abraça.
JORGE                       — Eu te amo, filha.
HELOÍSA                  — Eu também te amo, pai.
Os dois sorriem um para o outro, ele acena se despedindo, Heloísa fecha a porta devagar e quando a veja fica de costas para a mesma e se apoia deslizando até chegar ao chão a onde chora colocando tudo pra fora.
Na emoção de Heloísa.
CORTA PARA:
CENA 07/ SÃO PAULO/ EXTERIOR/ DIA
Mostrar vários lugares
CORTA PARA:
CENA 08/ MANSÃO DE ———/ QUARTO DE GIOVANNA/ INT/ DIA
Giovanna lendo suas cenas nos roteiros da série
GIOVANNA             — (Revoltada) Eu só entro no episódio três é isso mesmo produção? (T) que tipo de vilã é essa que não está presente dês do primeiro episódio?
Alguém bate na porta
GIOVANNA             — Pode entrar, pai.
A porta se abre: vemos o pai de Giovanna entrando, CAM mostra apenas os pés que causam um sapato social, mas CAM vai subindo revelando quem é o pai de Giovanna e trata-se de: Geraldo.
GERALDO                — Eu estava precisando de alguém pra conversar.
GIOVANNA             — Pai, agora eu realmente estou ocupada e não estou com tempo pra conversar (T) estou estudando as minhas cenas nesta série que aliás eu deveria ser a protagonista.
GERALDO                —Eu só queria te fazer uma pergunta aleatória.
GIOVANNA             — Que pergunta, pai?
GERALDO                — Você já fingiu ser o que não é pra alguém? Eu vou te dar um exemplo (Ele dá um exemplo que de fato ele está enfrentando): você fingiria ser pobre por amor (Mente) é só uma pergunta aleatória pra minha palestra de amanhã.
GIOVANNA             — (Ri) Você deveria inverter por: fingir ser rico por amor, claro que se a pessoa for pobre.
GERALDO                — Minha intenção não é inverter, muito pelo contrário, é exatamente isso que eu disse.
GIOVANNA             — Claramente o que eu jamais faria, pai (T) mas já se fosse ao contrário... Até rolaria.
GERALDO                — Entendi, era só isso que eu queria falar com você mesmo, filha. Mais nada.
GIOVANNA             — Entendi, agora deixa eu estudar.
GERALDO                — Eu vou dar uma volta, mas eu volto depois pode ser?
GIOVANNA             — (Não dá muita atenção) Tá bom.
Geraldo sai. Giovanna volta a estudar concentrada.
CORTA PARA:
CENA 09/ AVENIDA PAULISTA/ EXTERIOR/ DIA
Júlia e Fernando andando de mãos dadas. Os dois então param em um ponto de separação de ruas.
FERNANDO             — Eu pro meu curso.
JÚLIA                        — (Ri) Eu acho que eu vou chegar atrasada.
FERNANDO             — Mas vai valer a pena.
JÚLIA                        — (Sorri) Vai...
Os dois então dão um beijo.
JÚLIA                        — Tchau...
FERNANDO             — Tchau, Júlia.
Cada um vira para uma rua, mas seguimos com Júlia que vai andando, ao olhar para atravessar a rua, ela avista um rosto familiar trata-se de Cris que está aos prantos chorando andando, Júlia então corre até ela e ao se aproximar Cris tenta disfarçar:
CRIS                           — Júlia/...
JÚLIA                        — (Direta; preocupada) O que é que está acontecendo, Cris?
CRIS                           — (Não consegue mais disfarçar; coloca as lágrimas à mostra) Eu não consigo mais, Júlia.
JÚLIA                        — Não consegue mais o que, Cris?
CRIS                           — (Chorando) Esconder esse segredo de tudo e de todos, talvez por medo, por... Por me acusarem de algo que eu não tenho culpa, porque você conhece essa sociedade, Júlia (T) você sabe como as coisas funcionam, é um machismo imenso
JÚLIA                        — Cris, eu estou boiando, eu não estou conseguindo entender o que é que você está dizendo (T) me conta o que está acontecendo de uma vez por todas, quem sabe eu posso te ajudar, Cris?
CRIS                           — Só existe finais felizes em filmes (T) no filme da vida real eu morro no final, Júlia (T) às vezes nem a justiça fica do nosso lado.
JÚLIA                        — (Muito preocupada) Mas do que é que você está falando, Cris? Pelo amor de Deus me fala (T) eu prometo pra você que eu não vou descansar enquanto eu não te ajudar.
CRIS                           — Eu vou te contar, Júlia (T) mas deixa eu tomar coragem, é algo muito sério... É algo que eu não contei nem pra minha mãe... Até porque (Chora mais) eu não sei qual seria a reação dela diante disso tudo, diante desse bague que está sendo a minha vida (T) mas deixa eu te contar quando eu estiver mais preparada, Júlia? Por favor. Eu te peço.
JÚLIA                        — (Olhos cheios de lágrimas) Tudo bem. É que eu não aguento te ver assim, Cris (T) logo você, uma garota tão alegre, tão solar... Eu te conheço há seis anos e eu nunca te vi assim.
CRIS                           — Porque antes eu passava por problemas simples. Agora, Júlia/... (T) Por favor, não conta pra ninguém que você me viu chorando, é um favor que eu te peço.
Júlia faz que sim e abraça Cris.
CRIS                           — Eu vou indo.
JÚLIA                        — Qualquer coisa me liga, eu vou estar aqui para o que você precisar.
CRIS                           — Obrigada.
Cris se levanta e sai. Júlia olha preocupada.
CORTA PARA:
CENA 10/ HOTEL DE LUXO/ SUÍTE DE JORGE/ INTERIOR/ DIA
Abre em Jorge abrindo a porta, Pandora entra.
PANDORA                — Eu pensei que a audiência não ia acabar nunca, mas aí eu vi que ela acabou no tempo em que todas as outras acabam (T) foi aí então que eu me dei conta que tudo se tratou da minha ansiedade em saber que história é essa do seu irmão ser o pai verdadeiro da Helô.
JORGE                       — Calma, Pandora (T) você tá muito aflita dês daquele momento.
PANDORA                — É porque se trata de uma coisa que você me escondeu há anos, Jorge (T) Anos.
JORGE                       — Mais ou menos a mesma coisa que você queria fazer com a história da Heloísa, esconder a verdade da garota durante uma vida inteira.
PANDORA                — Você quer mesmo voltar a esse assunto? (T) porque eu também quero voltar naquele assunto, pois me lembrando aqui eu deixei de dizer bastante coisas, Jorge.
JORGE                       — Pandora, entende uma coisa (T) eu não queria que o pai da minha filha, fosse uma pessoa desconhecida, uma pessoa em que eu não saberia o padrão de vida, o que ela viveu no passado e o que ela fez para conseguir subir na vida (T) e eu sempre admirei muito o meu irmão Fred, porque ele sempre fez o que teve que fazer pra conseguir ser alguém respeitado e admirado.
PANDORA                — Pois é, só que ele conseguiu perder o respeito e a admiração que eu tinha por ele, assim como você perdeu comigo, ao me esconder essa história que certamente mudou os rumos dos meus pontos de vista tanto com ele quanto com você.
JORGE                       — Como assim?
PANDORA                — Já que você conseguiu me esconder um segredo de 16 anos, eu coloquei uma coisa na minha cabeça: no nosso casamento eu prometi pra mim mesma que eu jamais esconderia nada de você relacionado ao meu passado, ao meu presente e ao meu futuro (T) mas sinceramente, eu não sei se você fez a mesma promessa à você mesmo, porque ao me mostrar que você conseguiu esconder esse segredo durante muitos anos, é bem capaz de você ter me escondido vários outros durante quase vinte anos de casamento. Agora eu te peço: eu estou errada?
Jorge fica calado. Pandora revira a cabeça.
PANDORA                — É claro que não, né Jorge. Isso significa que eu estou certa esse tempo todo (T) eu realmente não conheço o homem com quem eu fui casada durante 18 anos (T) eu não sei quem é o homem que eu convivi durante tanto tempo. E sinceramente, se eu não conheci durante esse tempo, não vai ser agora que eu vou querer.
JORGE                       — Pandora/...
PANDORA                — (Indo em direção a porta) Chega, Jorge. Eu não quero mais falar com você durante toda a eternidade, pode ser?
Pandora se aproxima da porta e ao abrir, Jorge a segura pelo braço e dá um beijo nela, ela imediatamente sai e dá um forte tapa no rosto dele.
PANDORA                — (Furiosa) Além de ser um tremendo mentiroso que arquiteta as suas mentiras com uma qualidade exuberante, agora também se torna um assediador de quinta categoria me dando um beijo forçado?
JORGE                       — Se eu te beijei é porque eu ainda não te esqueci, Pandora/...
PANDORA                — (Corta) É realmente, você não deve ter esquecido os longos meses que você me fez de otária e conseguiu fazer com que a minha sombra se comparece com a do capeta por conta dos chifres que você pregou na minha cabeça (T) sinceramente, eu como juíza deveria te processar por tal assedio, mas eu realmente não quero mais nenhum tipo de relação com você, Jorge (T) nem uma relação de ódio pra ser bem mais detalhista, até nunca mais, até porquê você morreu pra mim.
Pandora dá as costas e sai. Jorge então mostra tristeza em seu rosto e fecha a porta.
CORTA PARA:
CENA 11/ CASA DE MARIZA/ FRENTE/ INTERIOR/ DIA
Geraldo avista Mariza que se aproxima, ela então sorri para ele
MARIZA                   — Geraldo?
GERALDO                — Oi Mariza, tem tempo pra gente conversar?
Mariza sorri.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 12/ LANCHONETE/ INTERIOR/ DIA
Mariza e Geraldo tomando um café.
MARIZA                   — Não é fácil ser uma empregada doméstica de gente rica. Até que a Pandora é uma patroa extremamente gentil, às vezes eu me sinto amiga dela, ela pede para opinar sobre as roupas e tals..., mas existem outros que nos tratam como se fossemos ratos, sabe? Nos olha com nojo e desprezo só por sermos pobres. (Mudando de assunto) Aliás, eu nunca perguntei qual é o seu trabalho?
GERALDO                — Com o que você acha que eu trabalho?
MARIZA                   — Eu acho que você tem cara de ser motorista, do quê eu não sei identificar, mas pelo estilo assim, é igualzinho, a maneira de ser, o jeito de falar, é idêntico de um verdadeiro motorista.
GERALDO                — (Mente) É Mariza, é exatamente isso.
MARIZA                   — Nós que temos essa vida de gente simples (T) não sabemos nem por onde começar a resolver um problema diante de tantos... Eu mesmo estou enfrentando um drama gigantesco. Sabe a minha casa? Então, eu nunca, nunca deixei atrasar um pagamento sequer do aluguel (T) e o dono da casa me pega desprevenida me dando um mês pra sair da casa, sabe por quê? Porque o lugar onde eu moro está à venda?
GERALDO                — Como é que é?
MARIZA                   — Exatamente isso que você ouviu. Justamente isso, Geraldo (T) e eu não sei onde procurar uma casa com um preço que eu consiga bancar (lágrimas nos olhos) e eu estou tão preocupada que eu estou tendo fortes dores de cabeça (T) aquela do Supermercado mesmo foi um belo exemplo.
GERALDO                — E quem é o dono do lugar onde você mora, Mariza?
MARIZA                   — Por que o interesse?
GERALDO                — Quem sabe eu não conheça, talvez.
Mariza sorri.
CORTA DESCONTÍNUO PARA:
CENA 13/ MANSÃO DE GERALDO/ FRENTE/ EXTERIOR/ DIA
Geraldo com o celular na orelha.
GERALDO                — (Ao cel.) Olá, eu soube que a sua casa no bairro do limão está à venda! (T) eu tenho interesse.
Em Geraldo no telefone.
CORTA PARA:
CENA 14/ MANSÃO DE PANDORA/ SUÍTE DE HELOÍSA/ INT/ DIA
Vemos Heloísa com o Ipad na mão, vemos que ela está no Face time e escreve na barra de pesquisa: tio Fred.
HELOÍSA                  — (Indecisa) Será que eu ligo?
Heloísa então decidida aperta para ligar, ela então começa a vídeo chamada que ainda está esperando por Fred que ainda não atendeu a vídeo chamada. CAM então foca em Heloísa na cama com o tablet na mão, e pelo barulho vemos que ele atendeu.
FRED                         — (Off) Eu estou sonhando ou é a minha sobrinha Heloísa me ligando?
Heloísa sorri para o tablet.
CLOSE EM HELOÍSA.
CORTA PARA:

FIM

3 comentários:

  1. Apesar de estar enganando a Mariza, o Geraldo aparenta ser uma boa pessoa. E espero que o Fernando não brinque com os sentimentos da Júlia...

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    1. Eu sou Johnson Kings Finley de Southport Liverpool, Inglaterra, estou dando um testemunho sobre o Dr. White, o grande Herbalista, ele tem a cura para todos os tipos de doenças, ele curou meu vírus HIV / AIDS de 8 anos, apesar de eu ter passado por isso sites diferentes, vi testemunhos diferentes sobre diferentes lançadores de feitiços e fitoterapeutas; fiquei tipo: "Muitas pessoas têm a cura do HIV por que as pessoas ainda sofrem com isso?" Pensei nisso, então entrei em contato com o Dr. White por e-mail (drwhitethehivhealer@gmail.com), não acreditei muito nele, só queria lhe dar um Trier, ele respondeu meu e-mail e precisava de algumas informações sobre mim e Também me pede para fazer um pagamento pelo medicamento. ele preparou (CURE) e me enviou através de um serviço de Courier, tomei o medicamento conforme prescrito por ele e fui fazer o check-up duas semanas depois de terminar o medicamento, fiz o teste de HIV negativo, se você é HIV positivo, Hepatite, Herpes, não perca mais tempo. Entre em contato com ele por: drwhitethehivhealer@gmail.com ou +2349091844595
      GARANTIO QUE VOCÊ SERÁ O PRÓXIMO DAR TESTEMUNHO SOBRE ESTE GRANDE CURADOR QUANDO VOCÊ O CONTACIONAR.
      Você pode me adicionar no facebook: Johnson Kings Finley
      Ou envie um email para: johnsonkingsfinley@gmail.com

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  2. Uau, é bom estar de volta com meu ex novamente, obrigado Dr. Ekpen pela ajuda, eu só quero que você saiba que está lendo este post, caso você esteja tendo problemas com seu amante e esteja levando ao divórcio e você não quer o divórcio, o Dr. Ekpen é a resposta para o seu problema. Ou você já está divorciado e ainda deseja que ele entre em contato com o Dr. Ekpen, o lançador de feitiços agora (ekpentemple@gmail.com) e ficará feliz por ter feito isso

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