JÚLIO
NARRANDO:
Ser
professor não era a carreira que escolheria para mim, mas após tantos
concursos, tantos vestibulares, foi o que acabou sobrando. Eu não estou
reclamando nem nada, professor é um profissional importante para a formação de
outros profissionais, e confesso que acabei gostando dessa área. Quem me ver
trabalhando até acredita que eu sou um cara sério, mas quem me conhece de
verdade, como meu amigo Roberto, sabe que eu gosto mesmo é de folia.
Conheço
Roberto desde moleque, éramos vizinhos, ele praticamente é meu irmão. Quando
criança, ele não perdia um almoço lá em casa, e foi por incentivo dele, que
acabei escolhendo a carreira que sigo hoje.
Roberto
é professor de Educação Física, eu escolhi lecionar história. Trabalhamos na mesma escola quase há 4 anos,
e dividíamos um apartamento até meses atrás. Comecei a gostar de uma garota, decidi
morar com ela, e meses depois ela meteu um pé na bunda em mim. Hoje ele está
morando com o irmão, mas passa mais tempo comigo, já que trabalhamos juntos.
Se
eu fosse contar minha história tintim por tintim, iria dar páginas e páginas, e
a história que interessa não começaria.
Eu
sou o Júlio, e vocês vão conhecer uma história bem maluca que aconteceu comigo.
Tudo começa em 2003, é época de carnaval, e como sempre, estou preparando
minhas aulas para o início das aulas, para semana seguinte.
[CENA
01 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ COZINHA/ DIA]
(Júlio
está na cozinha, terminando de concluir sua aula para semana que vem, quando
Roberto entra o chamando)
ROBERTO – Não vai esquecer que hoje vamos
sair pra folia!
JÚLIO – Pode ficar tranquilo.
ROBERTO – Beleza então. Vou só em casa, tomar
um banho e retorno.
JÚLIO – Beleza. Enquanto isso, vou terminar
de preparar essa aula pra semana que vem, porque preparar isso de ressaca não
dar certo.
ROBERTO – Então... você vai beber geral nesse
carnaval? (um sorriso malicioso surge em seu rosto)
JÚLIO – Nunca se sabe, né.
ROBERTO – É, bem, estou indo, mais logo estou
batendo na sua casa.
JÚLIO – Ok (sai da cozinha. É semana de carnaval,
Júlio e Roberto todos os anos saem para se divertirem juntos. Quando estão
solteiros, toda noite saem com uma garota diferente. Quando estão namorando,
deixam a namorada em casa, isso quando elas preferem não ir junto, e toda noite
saem com uma diferente. Para eles, época de carnaval é o único momento do ano,
que se pode ser livre e aproveitar a vida da sua maneira)
Anoitecendo...
[CENA
02 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(Roberto
está na sala esperando Júlio sair do quarto)
ROBERTO – Anda logo cara, o bloco já passou,
se der tempo ainda alcançamos ele.
JÚLIO – (grita do quarto) Estou indo cara.
ROBERTO – Aproveita essa demora, e pega uns
preservativos para mim, eu acabei esquecendo os meus.
JÚLIO – (responde do quarto) Você só não
esquece da sua cabeça porque ela está colada em seu corpo!
ROBERTO – (brinca) De qual cabeça você está
falando?
JÚLIO – Engraçadinho. (entra na sala)
Toma... (entrega os preservativos para ele)... acho que se não fosse por mim,
hoje você estaria com um bando de filhos espalhado na cidade.
ROBERTO – Pior que devo concordo contigo. (os
dois vão até a porta e saem)
[CENA
03 – RUA/ NOITE]
(Júlio
e Roberto foram para a rua. Eles conseguiram alcançar o bloco de rua, e
aproveitaram para passar o primeiro dia de folia ali mesmo)
ROBERTO – Ei, já que você veio fantasiado de
médico...
JÚLIO – Eu não estou de médico. (Júlio não
estava de médico, estava de professor, mas parecia médico, com jaleco branco)
ROBERTO – Tá bem, médico ou professor, que
seja... combinamos nossas fantasias com aquelas duas ali. (aponta para duas
garotas que estavam dançando e não tiravam os olhos de cima deles. Roberto está
usando uma fantasia de gladiador, enquanto uma das garotas está usando uma
fantasia de arqueira. Júlio está usando a fantasia de professor, e uma das
garotas está usando a fantasia de enfermeira, os dois se aproximam das garotas)
Oi meninas.
GAROTAS – Oi!! (cada um pegou seu par e foram
se divertir. Os dois sempre chegavam juntos, mas o final da noite é cada um
para seu canto. Roberto e sua arqueira foram para a casa da garota. Júlio, como
estava bem mais perto de seu apartamento, levou a sua enfermeira para cuidar
dele em casa)
Amanhecendo...
[CENA
04 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ DIA]
(Roberto
está tocando a campainha)
JÚLIO – (saindo do quarto sonolento) Já
vai, estou indo. (abre a porta, Roberto vai entrando)
ROBERTO – Xii, ainda tá assim meu velho.
JÚLIO – Bom dia pra você também.
ROBERTO – Cadê a garota, está aqui ainda? Se
tiver, eu vou indo então.
JÚLIO – Não, não, ela saiu tem quase uma
hora já.
ROBERTO – E você tá com essa cara de ressaca por
quê? Pelo visto à noite foi boa então?
JÚLIO – A sua não deve ter sido né, pra
essa hora estar aqui me atormentando.
ROBERTO – Na verdade eu vim tomar café da manhã
com meu parceiro.
JÚLIO – Bom, você sabe onde fica a cozinha,
onde fica a padaria... (caminha em direção ao quarto)
ROBERTO – Não vai nem me fazer companhia?
JÚLIO – Bom café da manhã, Roberto! (volta
para o quarto)
Mais Tarde...
[CENA
05 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ COZINHA/ TARDE]
JÚLIO – Acho que vou maneirar na bebida
hoje.
ROBERTO – Você mal bebeu ontem. Eu sei, porque
fui eu que peguei suas bebidas.
JÚLIO – Mesmo assim, hoje eu quero estar
pouco lucido.
ROBERTO – Está bem senhor certinho. Vai de
médico hoje de novo?
JÚLIO – Primeiro aquela fantasia não era de
médico, e sim professor. Segundo, vou sim, porque é a única que eu tenho.
ROBERTO – Ué, e cadê aquela sunguinha
vermelha da fantasia do supermen que você usou ano passado?
JÚLIO – Você sabe muito bem o que eu fiz
com ela.
ROBERTO – Só porque uma garota me troca por
outro cara que estava fantasiado de batman, não quer dizer que eu tenha que
jogar minha fantasia para os cachorros rasgarem. Vai ver que o super-herói
favorito dela seja o batman?
JÚLIO – Ou vai ver ela percebeu o quão
ridículo eu estava naquela fantasia. E você, vai de gladiador hoje também?
ROBERTO – Não sei, tô pensando uma nova
fantasia.
JÚLIO – Então aproveita que você tem
algumas horas ainda para decidir.
Anoitecendo...
[CENA
06 – APARTAMENTO DE JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(dessa
vez Júlio se fantasiou antes que Roberto chegasse)
JÚLIO – (saindo do quarto) Será que aquele
maluco não vai hoje? Vou ligar para ele. (pega seu celular, mas antes de discar
para o amigo, a campainha toca) Deve ser ele! (abre a porta e surpreende com a
fantasia do amigo) Sério que você vai fantasiado assim? De bebê?
ROBERTO – Vou. Carnaval não é a época de
liberdade? Então pra que mais liberdade do que isso.
JÚLIO – Está bem, então vamos.
ROBERTO – Espera...
JÚLIO – Eu já sei, imagino que essa sua
fralda não tem bolso, aposto que você não trouxe nenhum preservativo. (entrega
uns preservativos para ele)
ROBERTO – Por isso que eu te amo cara.
[CENA
07 – RUA/ NOITE]
(os
dois vão para segunda noite de folia. Como na noite anterior, os dois chegam
juntos, mas terminam à noite separados. Dessa vez, Roberto que estava vestido
de bebê, só de fraudas, conseguiu ser detido por uma garota fantasiada de policial.
Júlio que continuava de professor, não bebeu muito, e terminou sua noite com
uma gatinha, literalmente, porque ela estava realmente fantasiada de gata)
Amanhecendo...
[CENA
08 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ SALA/ DIA]
(Júlio
dessa vez acordou cedo, não tão cedo, mas acordou melhor do que ontem, quando
Roberto chega em seu apartamento)
ROBERTO – Não tá de ressaca hoje?
JÚLIO – Não, ontem eu não tomei quase nada.
ROBERTO – E a noite?
JÚLIO – Boa, e a sua com a policial?
ROBERTO – Incrível, tanto que até pedi o número
dela.
JÚLIO – Fala sério?
ROBERTO – (pega seu celular e mostra o contato
dela) Isso responde sua pergunta?
JÚLIO – Sim, mas um número agendado no seu
celular não prova que seja o dela.
ROBERTO – (não responde o amigo, e coloca pra
chamar) Alô.
GAROTA
PELO TELEFONE – Alô,
oi. Não posso falar agora, estou com meus pais. A gente se ver de novo no bloco
hoje! Tchau, beijo.
JÚLIO – É, esse número é o dela!
ROBERTO – Viu.
JÚLIO – Então quer dizer que você está
gostando da policial?! Será que eu prevejo um futuro casal vindo por aí.
ROBERTO – Não, claro que não. Só vou ficar
com ela, até uma melhor aparecer.
JÚLIO – Sei. Vai hoje de bebê de novo?
ROBERTO – Não, dessa vez vou combinando com
meu par.
JÚLIO – Então você vai de professor também!
ROBERTO – Cara eu sei que formamos um belo
par no trabalho, na vida pessoal, mas eu não posso levar meu melhor amigo pra
cama.
JÚLIO – Ah saquei, você está falando da
policial. Então vocês já estão se considerando como um par?!
ROBERTO – Não comece se não bato em você!
JÚLIO – Então que nome vocês dão para isso?
ROBERTO – Ah, ela é meu par de carnaval, só!
JÚLIO – Sei. Que fantasia você escolheu?
ROBERTO – Ela vai de policial, e eu vou de
delegado!
Anoitecendo...
[CENA
09 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ SALA/ NOITE]
(Júlio
sai do quarto e quando entra na sala, é pego de surpresa pelo seu amigo)
ROBERTO – (aparece por trás dele e o prende
uma algema) Você está preso em nome da lei.
JÚLIO – Que significa isso cara? Espero que
você tenha a chave disso aí?
ROBERTO – Você está sendo acusado de usar a
mesma roupa durante o carnaval inteiro.
JÚLIO – Primeiro isso não é crime nenhum, e
segundo, tira isso aqui de mim, que já perdeu a graça.
ROBERTO – Calma, vou tirar senhor nervosinho.
(finge procurar as chaves nos bolsos) Deixa eu só pegar as chaves. Que devem
estar por aqui. Em algum lugar...
JÚLIO – Roberto você não vai me dizer que
você perdeu as chaves dessa algema?
ROBERTO – Não, eu tenho certeza que coloquei
ela em algum lugar aqui dentro... (continua fingindo que perdeu a chave)
JÚLIO – Ah não cara, fala sério que você traz
uma algema e não sabe onde colocou a chave. Anda, vamos até a cozinha, procurar
alguma serra ou algo do tipo, pra cortar isso.
ROBERTO – (ri) Calma cara, a chave está aqui.
(retira ela do bolso) Você devia ter visto a sua cara.
JÚLIO – Haha, não sei por que você não
escolheu a carreira de comediante viu.
ROBERTO – Pronto, está livre.
JÚLIO – Então vamos, antes que você invente
alguma outra brincadeira com esta fantasia.
ROBERTO – Espera, eu trouxe os brinquedinhos
da fantasia, mas não trouxe...
JÚLIO – Você nunca trás. E hoje também eu
não tenho, os meus acabaram.
ROBERTO – Você não comprou, nem nada?
JÚLIO – Não, porque eu pensei, que pelo
menos uma vez, você lembraria de trazer.
ROBERTO – E agora cara, o que vamos fazer?
JÚLIO – Acho que uma noite sem sexo você
aguenta não?
ROBERTO – Não é apenas uma noite sem sexo, e
sim uma noite sem sexo com a super policial gata que está me esperando lá fora.
JÚLIO – Calma cara, com certeza vamos
encontrar uma barraca que esteja entregando preservativos.
ROBERTO – Se hoje eu não transar com a minha
policial gata, eu vou ter que descontar tudo em você. (os dois saem para a rua,
ainda discutindo)
[CENA
10 – RUA/ NOITE]
(no
bloco de rua, Roberto fica ao lado de sua policial gata, enquanto Júlio ficou
sozinho tomando alguma coisa. Algum tempo depois, Júlio não ver mais Roberto e
acredita que ele já tenha ido para algum lugar com sua nova amiga. Júlio como
não tinha encontrando nenhuma garota interessante, e também não tinha
preservativos, decidiu voltar mais cedo para casa. Mas antes que ele deixasse o
bloco, ele esbarra em uma garota vestida de anja. Os dois se desculpam, começam
a conversar, Júlio oferece uma bebida para a garota, e conversa vai, conversa
vem, Júlio acaba levando-a para seu apartamento. Júlio havia bebido um
pouquinho, e como estava interessada na anja, nem se preocupou que estava indo
para a cama com uma garota sem preservativo).
Amanhecendo...
[CENA
11 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ SALA/ DIA]
(Júlio
acorda com uma leve ressaca, e tenta lembrar o que houve na noite anterior. Lembra
da anja, mas repara que a garota não estava ao seu lado. Ele levanta, procura
ela pelo apartamento e deduz que já tenha indo embora. Ele também lembrou que
ficou com a garota sem camisinha, mas como ainda estava no efeito da noite
incrível que teve, não deu importância a este fato)
JÚLIO – (sorrindo) Que garota foi essa
Senhor?! (volta para o quarto, se joga na cama)
Mais Tarde...
[CENA
12 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ COZINHA/ TARDE]
ROBERTO – Aí você acordou e não viu mais a
garota?
JÚLIO – Exatamente. Provavelmente ela
acordou primeiro do que eu e saiu.
ROBERTO – Você pegou alguma camisinha na
barraca de rua?
JÚLIO – (lembra agora que não usou
camisinha na noite anterior) Caraca meu...
ROBERTO – O que foi? Vai dizer que você ficou
com a garota sem prevenção?
JÚLIO – Pior que só agora que me toquei
nisso.
ROBERTO – Fica tranquilo, uma noite sem
prevenção não vai acabar com o mundo.
JÚLIO – Mesmo assim, isso foi muita irresponsabilidade
minha. Quantos caras sei lá, devem ter ficado com ela nesse carnaval.
ROBERTO – Pensei que o seu medo fosse que uma
garota estranha aparecesse na porta com uma criança dizendo ser sua.
JÚLIO – Também é meu medo. Não tenho
vocação para ser pai.
ROBERTO – Isso seus alunos podem confirmar!
JÚLIO – Sem brincadeiras Roberto, amanhã
mesmo vou fazer alguns exames, ver se está tudo bem.
Dia Seguinte...
[CENA
13 – C.E. RICARDO ALVEZ/ SALA DOS PROFESSORES/ DIA]
(Júlio
antes de ir para escola, passa em um laboratório e faz todos os exames para
DST’s possíveis. Agora na escola, ele está na sala dos professores comendo uma
maça e vendo o conteúdo para o início das aulas. Roberto entra na sala)
ROBERTO – Fez os testes?
JÚLIO – Fiz, logo saem os resultados de
alguns.
ROBERTO – Tudo certo então?
JÚLIO – É, os que eu recebi até agora, estão.
ROBERTO – Eu avisei, uma noite não vai acabar
o mundo.
JÚLIO – Mesmo assim... carnaval, milhares
de gente maluca, cada uma ficando com não sem quem, tinha que saber se estava
tudo certo. (sinal toca, Júlio volta para a sala e Roberto vai para casa)
Anoitecendo...
[CENA
14 – APARTAMENTO DO JÚLIO/ COZINHA – SALA/ NOITE]
(Roberto
está ao celular falando com a sua policial gata, enquanto Júlio está sentado no
sofá, vendo TV)
ROBERTO – (na cozinha) Nada, depois que eu
sair daqui, vou passar aí na sua casa. Ué, espero eles dormirem e entro pela
janela. No meu apartamento não vai dar hoje, meu irmão voltou de viagem. Pois
é, mas... (olha para Júlio na sala) ...acho que acabei de ter uma ideia. Já que
eu te ligo gata. (desliga e vai até Júlio) Cara, preciso de um favor seu.
JÚLIO – Peça?
ROBERTO – Será que você pode me emprestar seu
apartamento hoje à noite?
JÚLIO – E eu vou ficar onde?
ROBERTO – Você pode dormir com meu irmão,
assim vocês vão poder contar todas as novidades de dois anos sem se verem.
JÚLIO – Olha, eu vou emprestar, mas quero
que você me devolva ele do mesmo estado que eu o lhe emprestei.
ROBERTO – Pode confiar, nada será quebrado
hoje à noite. A não ser a cama.
JÚLIO
NARRANDO:
Acabei
indo dormir no apartamento do irmão do Roberto, enquanto ele passou à noite ao
lado de sua policial gata. Mas foi bom, conversei bastante com o irmão dele, me
distrai um pouco. Só que eu continuava ainda pensando na “anja” que dormiu comigo
na noite anterior. Bem, os anos passaram, eu me casei com uma garota que conheci
meses depois, mas meu casamento durou apenas quatro anos. Tenho dois filhos,
uma menina quando estava namorando com essa garota, e um menino no terceiro ano
de casado. E hoje, mantenho uma relação amigável com minha ex mulher, e vejo
frequentemente meus dois filhos, afinal, os anos se passaram, mas continuo
trabalhando na mesma escola, e consequentemente, meus filhos estudam lá.
Nunca
mais me casei, e também não consegui esquecer a “anja” de anos atrás. Roberto
não se casou com a policial gata, teve uma relação longa com ela, mas colocou
um fim, assim que a garota sugeriu um relacionamento mais sério, ou seja,
“casamento”. Roberto não querendo se
comprometer, decidiu terminar com a policial gata, mesmo achando que aquilo que
os dois estavam vivendo estava bom, e não precisava casar, para deixar a
relação séria.
Agora,
nós dois estamos solteiros, continuamos sendo melhores amigos, trabalhando na
mesma escola, igual há 16 anos atrás.
16 anos depois...
[CENA
15 – C.E. RICARDO ALVEZ/ SALA DE AULA – QUADRA/ DIA]
(é o intervalo e Júlio está sozinho na sala
corrigindo algumas provas. Roberto estava o procurando, entra na sala)
ROBERTO – Finalmente te encontrei.
JÚLIO – Não tenho dinheiro aqui.
ROBERTO – E por que você acha que eu preciso
de dinheiro?
JÚLIO – Porque toda vez que você está me procurando,
é porque precisa de alguma coisa.
ROBERTO – Dessa vez não. Quero que você
conheça um aluno.
JÚLIO – Não posso agora, tenho que terminar
de corrigir essas provas.
ROBERTO – Mas você vai ter que conhecer esse
aluno!
JÚLIO – O que é que tem de tão importante
nesse aluno? (Roberto o tira da sala de aula e o leva até a quadra de esporte)
Cadê esse aluno?
ROBERTO – Aquele ali oh, sentado no banco. (Roberto
aponta para um rapaz sentado ao banco conversando com uma garota. Não era esse
fato que Roberto queria mostrar para Júlio, e sim que o rapaz tem a mesma
semelhança quando Júlio era adolescente e fazia o segundo grau) Está vendo,
olha a semelhança do garoto com você quando estudávamos o Ensino Médio.
JÚLIO – Sim, realmente ele parece comigo,
mas, o que isso tem a ver?
ROBERTO – Cara, vamos raciocinar comigo. Ele deve
ter na base dos 16 anos, certo? (Júlio confirma com a cabeça) Então, ainda tem
essa semelhança incrível com você.
JÚLIO – Ainda não estou compreendendo sua
linha de raciocínio Roberto.
ROBERTO – Cara, esse garoto é seu filho!
Continua no Episódio Dois...
Adorei o primeiro episódio, Anderson. História muito bem escrita e elaborada. Você está de parabéns!
ResponderExcluirObrigado, Henzo! Espero que você, junto com o público, curtam e divirtam-se com essa aventura de Júlio, em busca da verdade de seu "filho" de carnaval.
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