De Volta Pra Casa - Capítulo 18



Novela de Eric Carvalho Cattin

Capítulo 018

NO CAPÍTULO ANTERIOR...

HOTEL DONA VERUSKA
DONA VERUSKA CHEGA NA RECEPÇÃO

DELEGADO CLEMENCIO – Que prazer em revê-la Dona Veruska (beija a mão dela)

DONA VERUSKA – O que quer comigo senhor Delegado? Estava em meu sono da beleza quando me interrompeu, espero que seja de extrema importância!

DELEGADO CLEMENCIO – Sim é sim, (ele entrega as flores) vim lhe trazer essas rosas para alegrar sua noite, e também gostaria de convida-la para jantar comigo!

CREUZA FICA CHOCADA E CAI NA RISADA

DONA VERUSKA – Jantar com você? (vira para a câmera) Lasquei-me!

MANSÃO NEGRINI
VITÓRIA ARRUMA SEUS CABELOS, ALFREDO ENTRA NO QUARTO (instrumental suspense)

VITÓRIA – O que você quer pacóvio?

ALFREDO – Vitória eu acabo de saber que Lana sofreu um grave acidente e que está entre a vida e a morte em um hospital.

VITÓRIA – E o que você tem com isso? Agora vai cuidar da vida da minha filha filha?

ALFREDO – Também soube que ela está precisando de doação de sangue do tipo AB, e estou disposto a doar!

VITÓRIA (risada) – Não acredito que passou pela sua cabeça que vou deixar você doar esse seu sangue imundo para minha filha? Você é muito abusado mesmo Alfredo, ponha-se daqui pra fora agora! Já estou de saco cheio de você sabia? Se ficar me enchendo te coloco no olho da rua!

ALFREDO – Eu vou até o hospital que Lana está internada e vou doar sim, não posso deixa-la correndo risco de vida por um capricho seu Vitória!

VITÓRIA (raiva) – Como ousa me desafiar Alfredo? Um mero empregadinho me afrontando, é muita petulância sua, chega! Você está demitido!

ALFREDO – Ah estou? Tudo bem, amanhã mesmo todos saberão quem você foi no passado, e que na verdade Olavo Negrini foi enganado a vida toda, que na verdade o pai verdadeiro de Lana é o mordomo da família Negrini ou seja eu! E então Vitória vai me demitir mesmo?

VITÓRIA – Como ousa me chantagear? Perdeu o amor a sua vida medíocre?

ALFREDO – Desculpe, mas eu não tive escolha quero apenas salvar a vida da minha filha e você não está colaborando!

VITÓRIA (raiva) – Cala essa boca seu idiota! Lana é minha filha e de Olavo nunca mais repita isso entendeu? Ou não sei do que sou capaz!

ALFREDO – Estou indo agora mesmo ao hospital fazer a doação a senhorita Lana queira você ou não! Não vou arriscar a vida dela por um capricho seu Vitória! Com licença!

VITÓRIA COM RAIVA JOGA UM COPO CONTRA A PAREDE, ALEX ENTRA NO QUARTO

ALEX – Nossa o que houve aqui sogrinha? Está tudo bem?

VITÓRIA – Suma daqui Alex que hoje meu dia não tá nada bem!

ALEX – Que história é essa de Lana está internada? Por que ninguém não me disse nada?

VITÓRIA – Desculpe meu querido tive coisas mais importantes a fazer do que ficar te dando noticias de sua esposa! Ela sofreu um acidente hoje e adivinha com quem ela estava? Com o favelado!

ALEX – O que? Com quem?

VITÓRIA – Isso mesmo que você ouviu. Com o favelado! E onde você estava esse tempo todo que a deixou encontrar com ele?

ALEX – Estava trabalhando, como sempre porque é o que eu mais faço é trabalhar pra vocês ficarem na vida boa. Esse verme mal saiu da cadeia e já está atrás de minha mulher! Ele não tem amor na vida dele não? Precisamos fazer alguma coisa urgente!

VITÓRIA – Fique tranquilo que quanto a isso eu já sei o que eu fazer! E será logo, e claro vou precisar de você! Vamos tirar esse favelado de uma vez por todas de nossas vidas!

ALEX – O que pretende fazer Vitória?

VITÓRIA – Logo você ficará sabendo de tudo!

ALEX – E Lana como está? Tá bem?

VITÓRIA – Está precisando de doação de sangue, perdeu muito sangue  no acidente, mas acredito que nessa altura ela já deve está recebendo o sangue que precisa e logo ficará bem!

ALEX – Preciso ir vê-la! Estou indo pra lá quer carona?

VITÓRIA – Não! Acabei de voltar de lá vou descansar um pouco!

ALEX – Tudo bem, então tchau! (ele sai)

HOSPÍTAL PÚBLICO (instrumental suspense)
ALFREDO DOA SANGUE PARA LANA QUE LOGO O RECEBE EM UMA TRANSFUSÃO E É LEVADA PARA O QUARTO. MELISSA ENTRA NO QUARTO

MELISSA (finge chorar) – Oh minha amiga o que aconteceu com você?

LANA (abre os olhos) – Melissa? (sorriso com dificuldade)

MELISSA – Calma Lana, não se esforce fique calma, você vai ficar bem!

LANA (com dificuldade) – O que aconteceu?

MELISSA – Você sofreu um acidente de carro, fez uma cirurgia e logo vai ficar bem! Agora descanse! Preciso ir agora acabei de chegar de viagem, tenho muita coisa para fazer na Campello assim que der eu volto para ver como você tá! (ela beija a testa dela) Tchau amiga fica com Deus e melhore logo! (ela sai do quarto e sussurra) Insuportável deveria ter morrido, mas nem o capeta te quer de tão entojada que você é!

MELISSA VÊ ALFREDO

MELISSA – Alfredo? O que faz aqui?

ALFREDO (sem graça) – É... Eu... (gagueja) Eu...

MELISSA – Desembucha criatura!

ALFREDO – Eu vim visitar a senhorita Lana, e ver como ela está é isso!

MELISSA (desconfiada) – Sei, bom acabei de sair do quarto dela, e ela já acordou logo estará bem! Lana é muito forte e logo ela sai do hospital se Deus quiser! (fazendo o sinal da cruz)

ALFREDO – Mesmo assim vou lá vê-la, com licença senhorita Melissa. (ele sai) Mulherzinha mais estranha!

PEDRA ROSA/HOTEL DONA VERUSKA (instrumental cômico)
RECEPÇÃO

DEL. CLEMENCIO – E então minha flor do caribe, estou esperando você me dar a resposta, aceita  jantar comigo?

DONA VERUSKA – Sabe o que é Delegado, é que hoje estou com uma enxaqueca muito forte, adoraria ir com você mas hoje realmente não vai dar!

CREUZA – Enxaqueca Dona Veruska? Mas a senhora estava ótima até agora a pouco!

DONA VERUSKA (belisca Creuza) – Cala a boca Creuza, estava sim muito bem, mas de repente minha enxaqueca atacou! Desculpe mais uma vez seu Delegado (ela vai empurrando ele pra fora), mas hoje não vai dar mesmo preciso descansar!

MADAME HELÔ CHEGA NA RECEPÇÃO

MADAME HELÔ -  Joy vejo uno grand amor entre los dois chicos! Si los dois tienes uma grand pasíon uno pelo outro!

CREUZA – Eu hein olha senti um arrepio aqui! A senhora é vidente mesmo daquelas que vê tudo o que vai acontecer?

MADAME HELÔ – Ah si, joy ver muchas cosas, estoy a ver que usted és una anta.

CREUZA (impressionada) – Nossa uma anta? Será que você está vendo meu passado ao invés de meu futuro?

DONA VERUSKA – O que estão cochichando ai vocês duas?

CREUZA – Madame Helô acabou de dizer umas coisas aqui que estou arrepiada Dona Veruska, ela acaba de me dizer que sou uma anta, acho que ela está se referindo a minha vida passada ela realmente vê as coisas.

DONA VERUSKA – Ah com toda certeza isso ela acertou mesmo Creuza, e não é de sua vida passada que ela está vendo não é dessa vida mesmo!

CREUZA – Será? Aí meu Deus será que ela vai me transformar numa anta? (sai correndo)

DONA VERUSKA – Desculpe por ela Madame Helô, as vezes falta uns parafusos nela mesmo.

MADAME HELÔ – Uno grand segreto vai vir a tona, e vai mudar toda la su vida.

DONA VERUSKA (tensa) – Ihhh que palhaçada é essa? Não tem o que fazer não? Que segredo o que, não tenho segredo nenhum! A senhora precisa de alguma coisa?

MADAME HELÔ – Si, uno segreto que tu escondes virá la tona quando la piedra rosa cair de lo cielo!

DONA VERUSKA – Pedra rosa cair de cielo? A senhora é louca? A senhora estpá em pedra rosa meu amor, não vai cair nada do céu e muito menos segredo nenhum agora faz o favor de ir procurar o que fazer vai ler uma mão na praça bater um tambor na esquina, sei lá vai fazer alguma coisa!

MADAME HELÔ – Madame Helô vê, Madame Helô sabe! (ela sai)

DONA VERUSKA – Ah sabe o cacete palhaça! Eu hein fiquei toda arrepiada, ta amarrado!


INTERVALO – ABERTURA DA NOVELA


CASA HILDA
MIGUEL CHEGA

HILDA (aliviada) – Meu filho onde você estava? Fiquei tão preocupada. O que são esses ferimentos no seu rosto?

MIGUEL – Calma tia Hilda, estou bem sofri um pequeno acidente mas já está tudo certo estou ótimo e morrendo de fome (risos).

HILDA – Como me diz assim com essa cara que sofreu um acidente? Vem vou preparar uma sopa pra você meu filho.

MINUTOS DEPOIS...
COZINHA/MIGUEL TERMINA DE TOMAR A SOPA

MIGUEL – Estava uma delicia tia, mas me diz como foi no médico? Mostrou o exame a ele?

HILDA (preocupada) – Sim fui, estou ótima não temos com o que nos preocupar! Vou tomar um banho que amanhã o dia é longo! Boa noite meu querido, tampe a panela fazendo favor Wanderson deve chegar do trabalho morrendo de fome e ele ama sopa.

MIGUEL – Pode deixar tia, boa noite! (ela sai) (Miguel fica desconfiado) Não sei por que, mas isso que ela me disse não me convenceu!

MANSÃO NEGRINI/ NOITE/ SALA
CONSTÂNCIA CHEGA COM O TELEFONE

CONSTÂNCIA – Telefone pra senhora dona Vitória, é a menina Julia.

VITÓRIA – Ah até que enfim essa neta desnaturada deu sinal de vida! Me dê esse telefone! Oi neta desnaturada? Esqueceu que tem família é? Sua tia Miranda está cuidando bem de você? Ah que bom, sua mãe? A sua mãe acabou de ir dormir ela teve um dia cheio hoje, mas pode deixar que falo pra ela que você finalmente ligou, tchau querida a vovó precisa desligar! (ela desliga) Constância não diga nada a ela sobre o acidente de Lana!

CONSTÂNCIA – Pode deixar Dona Vitória!

ALFREDO ENTRA NA SALA

ALFREDO – Boa noite Madame!

VITÓRIA – Onde estava até agora Alfredo?

ALFREDO – Estava no hospital doando meu sangue para ajudar minha filha!

VITÓRIA (raiva) – Já disse pra não repetir isso dentro da minha casa seu imprestável! Lana jamais poderá saber que você quem doou sangue á ela está me entendendo? Deixe-a pensar que foi um doador qualquer.

ALFREDO – Como você pode ser tão baixa? Sabendo de onde veio como pode odiar tanto os pobres?

VITÓRIA – É por saber de onde eu vim que tenho tanto desprezo de gente como você! Eu fui muito mais esperta me casei com um milionário que me deu tudo o que tenho até hoje! Já você viveu a vida inteira me servindo, nunca passou e nem passará de um pobre coitado!

ALFREDO – A senhora ainda vai engolir cada palavra de humilhação que me faz! Boa noite! (ele sai)

VITÓRIA – Volta aqui! Alfredo volte aqui! Desgraçado!

MUSICA ALGO PARECIDO – SKANK IMAGENS AÉREAS DO RIO DE JANEIRO AMANHECE... ANOITECE... AMANHECE... DIAS DEPOIS...

HOSPITAL
LANA RECEBE ALTA, ALEX CHEGA PARA LEVA-LA DE VOLTA PRA CASA

ALEX – Vamos meu amor? Finalmente você está livre desse hospital. (risos)

LANA – Não sei se é melhor ou pior do que ter que voltar pra mansão!

ALEX – Não entendi.

LANA – Esquece, vamos embora. Obrigado doutor por tudo.

MÉDICO – Agradeça a quem te doou o sangue, se não fosse essa doação você não estaria aqui. (risos) Mas o doador pediu sigilo, então não poderá agradecê-lo pessoalmente. (risos)

LANA – Que Deus o abençoe! Deixe-me ir Doutor preciso voltar ao trabalho! Mais uma vez muito obrigado!

MÉDICO – Fique bem Lana!

IMAGENS DAS AVENIDAS DO RIO DE JANEIRO
CAMPELLO/ SALA VITÓRIA
HILDA ENTRA NA SALA

VITÓRIA (ao telefone) – Ótimo então marcamos uma reunião para fechar contrato? Maravilha aguardo vocês então! Passar bem! O que você quer criatura que está ai parada na minha frente feito dois de paus? Vamos fale de uma vez!

HILDA – Desculpe senhora, o senhor Alex pediu para avisa-la que Lana já está em casa.

VITÓRIA – Que bom, ligue para ele e peça para que venha aqui imediatamente, pra ontem!

HILDA – Sim senhora! (ela sai)

VITÓRIA – É hoje que o favelado vai ter o que merece!

HILDA AVISA ALEX PELO TELEFONE E DESLIGA (INSTRUMENTAL SUSPENSE) ELA COMEÇA A PASSAR MAL E CAI NO CHÃO OUTROS FUNCIONÁRIOS A AJUDAM.

PEDRA ROSA/ CASA HILDA/ DIA

MIGUEL – Hoje vou até a casa de adoção que Joca foi levado, eles devem me informar para quem ele foi adotado!

ESPETO – Sei não hein mano, acho que os cara não vão dar com a língua nos dentes não mano, isso é dos confidencial.

MIGUEL – Preciso encontrar meu irmão, e vou até o fim do mundo pra encontra-lo!

O TELEFONE TOCA NA CASA, MIGUEL ATENDE. INSTRUMENTAL SUSPENSE)

MIGUEL (susto) – O que? Como assim? Onde ela está? Tudo bem estou indo pra lá!

ESPETO – Qual é a fita Miguel?

MIGUEL – É a tia Hilda Espeto, ela passou mal e está no hospital, vou pra lá agora!

ESPETO – Nossa mano, minha mãe!  Vamos agora colar no hospital!

HOSPITAL PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO – VEMOS VÁRIAS PESSOAS DOENTES POR TODOS OS LADOS
MIGUEL E ESPETO CHEGAM E VÃO ATÉ A RECEPÇÃO

MIGUEL – Bom dia minha tia deu entrada aqui agora a pouco, tem como me informar o estado de saúde dela?

RECEPCIONISTA – Me informe o nome dela.

MIGUEL – Hilda Gonçalves.

RECEPCIONISTA – Ela ainda não foi atendida senhor, o hospital está cheio e não temos leitos suficientes ela vai ter aguardar um leito desocupar!

ESPETO – Mano olha minha mãe ali naquela maca! (ele vai até ela) Mãe o que a senhora está sentindo?

MIGUEL – Tia Hilda o que você tem?

HILDA (com dores) – Está doendo muito aqui (mostrando a barriga) ai meu Deus que dor!

HILDA COMEÇA A SANGRAR PELA BOCA.

MIGUEL (grita desesperado) – Alguém ajude minha tia está passando mal!

MÉDICOS E ENFERMEIROS CORREM ATÉ ELA E COMEÇAM A DAR OS PRIMEIROS SOCORROS (câmera lenta e instrumental triste) HILDA SOFRE UMA PARADA CARDÍACA OS APARELHOS DE SINAIS VITAIS APITAM, OS MÉDICOS COMEÇAM A FAZER MASSAGEM CARDIORRESPIRTÓRIA LOGO EM SEGUIDA DÃO CHOQUE ELÉTRICO, ESPETO E MIGUEL VEÊM TUDO DE LONGE, ESPETO GRITA DESPERADO... HILDA MORRE, MIGUEL E ESPETO SE ABRAÇAM E CHORAM.

CAMPELLO/ SALA VITÓRIA
ALEX ENTRA (instrumental suspense)

ALEX – O que quer de tão importante que me fez sair do lado de minha mulher pra vir aqui?

VITÓRIA – Sente-se Alex, vou lhe dar as coordenadas de como vamos nos livrar do favelado!

ALEX – E quando pretende colocar esse seu plano em prática?

VITÓRIA – Hoje mesmo! Hoje o favelado vai desaparecer do mapa e finalmente vai nos deixar em paz!


FOCO EM VITÓRIA


Sobe os créditos ao som instrumental tenso.

Fim de capítulo

"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"

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