✧ EPISÓDIO 06 ✧
AS REALIZAÇÕES.
✧ CENA 1 - CASA DE ALFREDO. ✧
Vemos a fachada da casa de Alfredo.
Idalina está parada na porta. Ela então entra sem ser convidada.
ALFREDO (colocando um pouco
de uísque no copo) – O que você faz aqui?!
Instrumental: Engraçado
IDALINA – Eu vim resolver
nossas pendências, seu filho de anta!
ALFREDO – Filho de anta? Já
se olhou no espelho, Miss Estranha Terrestre?
IDALINA – Então foi você
quem apelidou meu filho, seu cabo de vassoura com cupim?
ALFREDO – Vá catar piolhos,
Idalina!
IDALINA – Eu que não me
meto a besta de por minhas mãos com as unhas feitas nessa sua cabeça de macaco
suja.
ALFREDO – Eu vou te colocar
pra fora daqui a força.
IDALINA – Não pense em
tocar em mim com essa sua mão de Ogro. Seu Shrek!
ALFREDO – Fiona!
IDALINA (irada) – Eu te bato, seu
filho do cão!
Idalina parte pra cima de Alfredo que
novamente a segura pelos braços. Na troca de olhares, eles acabam se beijando.
MORGANA (surpreendendo) – Papai?!
Alfredo e Idalina encerram o beijo.
ALFREDO (surpreso) – Filha não é
nada disso que você está pensando.
IDALINA – Seu pai me
agarrou a força. Ele queria abusar de mim! (Simulando choro)
MORGANA –Papai?
ALFREDO – Ela é louca. Não
dê atenção a ela, Morgana.
IDALINA (simulando choro) – Ele queria me
abusar. Disse que iria me despir e me fazer de boneca inflável.
MORGANA (chocada) – Pai!
ALFREDO – Ela é uma
mentirosa... Ardilosa...
IDALINA – Vou embora, mas
obrigada menina, por salvar minha vida.
Idalina sai da casa de Alfredo e ele
logo trata de se defender.
ALFREDO – Filha... Escute o
papai...
MORGANA (irada) – Com licença.
Morgana sai da casa e deixa Alfredo
sozinho.
CORTA PARA
✧ CENA 2 - PENSÃO DO OTÁVIO. ✧
Vemos Celso caminhando contando algumas
moedas quando o Otávio para na frente do jovem.
CELSO – O que foi, Velho?
Tá tão cego que já não vê o caminho?
OTÁVIO – Você é um
abusado!
CELSO – Anda. Anda! Saia
logo da minha frente. Não tenho tempo a perder com velhos.
Instrumental: Engraçado
OTÁVIO – Você vai ver
quantos galos se faz com uma bengala. Seu filho de rapariga!
Otávio então bate forte com a bengala
em Celso.
CELSO (com medo) – Tá louco,
Velho?
OTÁVIO (dando outra
bengalada) – Louco estava sua mãe ao te ter.
CELSO – Sai, velho, sai!
Para de me bater. Para!
OTÁVIO – Eu ainda nem
comecei.
Otávio continua batendo em Celso que
tropeça e cai na rua.
OTÁVIO – Não se meta com
pessoas de bem, seu indigente!
Otávio bate mais uma vez em Celso,
que rapidamente se levanta e sai correndo.
CELSO (correndo e gritando) – Velho louco!
IDALINA (chegando e rindo do
que vira) – Boa, Seu Otávio. Esses que se acham os maiorais precisam aprender
que devem respeitar todas as pessoas.
OTÁVIO – Só fico triste,
porque bati pouco.
IDALINA (rindo) – Oportunidade
melhores virão, Seu Otávio. Tenha fé.
Otávio entra na pensão e Idalina
antes de entrar, olha para a casa de Alfredo. Ela abaixa a cabeça e entra na
pensão.
CORTA PARA
✧ CENA 3 - IMAGENS GERAIS. ✧
Sonoplastia: Mudaram as Estações
– Cássia Eller
Vemos o vasto campo verde com a queda
da cachoeira.
O sol vai lentamente se ponto ao
fundo das montanhas.
A lua cheia brilha no céu acompanhada
das estrelas.
CORTA PARA
✧ CENA 4 - CASA DE HENRIQUE. ✧
Vemos Henrique descendo as escadas
rapidamente com Michel. Idalina chega em casa depois do dia exaustivo de
trabalho.
IDALINA (sorrindo) – Posso saber
aonde é que vão?
HENRIQUE – Não sei... O
Michel que quer me levar pra algum lugar.
MICHEL – Quero apenas
roubá-lo essa noite. Posso?
IDALINA – Como eu sei que
irá cuidar bem do meu filhote, pode sim. Mas tenham juízo... Nada de ir pra
longe da cidade.
MICHEL – Confie em mim.
Assim então Michel e Henrique saem.
Mas é apenas o tempo de Idalina tirar as sandálias de seus pés que logo batem a
porta. Desanimada, ela logo vai atender.
IDALINA – Alfredo?!
Alfredo apenas olha fixo para ela.
CORTA PARA
✧ CENA 5 - CAMPO VERDE DA LAGOA. ✧
A câmera vai descendo das estrelas
até o gramado onde vemos Henrique e Michel chegando.
Michel estende uma toalha sobre a
grama e logo põe ao lado sua mochila, de onde retira um rádio a pilhas, alguns
biscoitos, uma garrafa térmica com café e seu casaco.
HENRIQUE – Veio preparado. (rindo)
MICHEL – Claro... Mas antes,
quero me deitar aqui com você.
Michel se senta sobre a toalha e
estende a mão para Henrique, que aceita e se senta ao lado do amado. Os dois se
deita e admiram as estrelas que brilham no céu.
HENRIQUE – Você acredita em
vida após a morte?
MICHEL – Não quero falar
sobre este tema, Henrique...
HENRIQUE – Eu acredito que
exista. Não que voltaremos pra viver aqui... Mas que de alguma forma, ainda
viveremos. Como cada estrela que brilha.
MICHEL – Como assim?
HENRIQUE – Acredito que
nossas vidas sejam como a chama de fogo em um palito de fósforo. Curta, ardente
e viva. Quando o vento da adversidade bate e apaga a chama, é a nossa vida que
termina por causa de um empecilho... Mas se não bater vento algum, totó o
palito é queimado e a chama só apaga quando chega ao fim... Ao fim da vida útil
daquele palito.
MICHEL – E as estrelas?
HENRIQUE – Diferente dos
palitos, nossas vidas se tornam aquelas estrelas... Brilham por toda a
eternidade... Guiando a todos que amamos. É uma maneira de sermos lembrados.
MICHEL – E as estrelas
cadentes?
HENRIQUE – Deve ser uma
forma de cumprimento entre uma estrela e alguém que é amado... Talvez, a
renovação de um elo... Do elo eterno do amor.
Michel se levanta e puxa Henrique.
MICHEL – Trate de falar de
coisas alegres. Que tal uma dança? Não tenho rádio... Então... Isso foi o
melhor que pude.
Ambos começam a rir. Michel liga o
rádio.
RÁDIO DOURADO – Queridos
ouvintes da Rádio Dourado, vocês curtirão agora a uma música pedida na
programação Hora do Amor.
Então começa a tocar Sensível
Demais – Jorge Vercillo.
Michele e Henrique colam seus corpos
e começam a dançar. Henrique pisa no pé de Michel.
HENRIQUE – Desculpa. Eu sou
um desastre.
MICHEL – Calma... Dança
não é pra errar ou acertar. Dança é pra sentir... Sentir a música... Sentir com
quem dança... E sobretudo, se sentir. (P) Vamos de novo?
HENRIQUE (sorrindo) – Vamos.
Então Michel e Henrique retornam a
dançar na entrada da segunda estrofe. A câmera vai subindo nos mostrando do
alto eles dançando.
CORTA PARA
✧ CENA 6 - CASA DE HENRIQUE. ✧
Alfredo entra na casa de Idalina
mesmo sem ser convidado.
IDALINA – Saia da minha
casa, por favor.
ALFREDO – Essa casa é
minha. Quero você fora daqui dentro de três dias.
IDALINA – Alfredo...
ALFREDO – Você pegou pesado
hoje cedo. Colocou minha filha pra ficar chateada comigo. (P) Eu quero você
fora daqui, Idalina.
IDALINA – Você sempre nos
quis fora dessa casa. Até quando o Rodolfo era vivo.
ALFREDO – O que tem o
Rodolfo com isso?
IDALINA – O meu finado
marido sempre desconfiou que você queria essa casa pra algo ou por algo. O que
tem nessa casa, Alfredo?
ALFREDO – Não tem nada. Ou
melhor... Tem os desejos da minha filha. Ela quer morar aqui com o Celso e
estou a fim de dar esta casa de presente pra ela.
IDALINA – Alfredo... Por
favor...
ALFREDO – Já dei o meu
recado.
Alfredo sai da casa de Idalina, que
permanece desesperada com a notícia.
CORTA PARA
✧ CENA 7 - CASA DE ALFREDO. ✧
Vemos Morgana e Celso namorando no
sofá. Alfredo entra em casa.
ALFREDO – Celso, me dê
licença, pois preciso conversar com a Morgana.
CELSO – Tudo bem... Com
licença.
Celso se retira da casa. Morgana
fecha a cara.
ALFREDO – A Idalina quer me botar contra você, filha. Acha mesmo que eu iria
fazer aquilo com ela?
MORGANA – Não sei... O
Senhor anda de segredinhos. Aliás, percebo uns olhares há dias com o Celso.
ALFREDO – O que você quer,
Morgana?
MORGANA – Quero saber o que
está acontecendo, papai. Apenas isso.
ALFREDO – Então eu irei te
contar. Sente-se, pois este é o segredo de nossa família.
Morgana se senta e Alfredo respira
fundo.
CORTA PARA
✧ CENA 8 - CAMPO VERDE DA LAGOA. ✧
Michel e Henrique se caem deitados
rindo.
HENRIQUE – Nunca dancei na
minha vida. Isso é maravilhoso.
MICHEL (rindo) – Sério, amor? (P) Olha o que eu
trouxe pra nós dois. (Pegando os objetos correspondentes) Café, frutas, pão, água e um objeto
surpresa. (rindo)
HENRIQUE – Objeto surpresa?
Me conta porque sou muito curioso. (Dando-se conta) Você disse pão e
café? Por acaso nós iremos passar a noite aqui?
MICHEL – Exato. Você verá
o nascer do sol daquela montanha ali. (apontando / P) Mas antes...
Trouxe aqui, acho que por coincidência... Uma boa coincidência na verdade,
estas tatuagens autoadesivas.
Sonoplastia:Sensível Demais –
Jorge Vercillo
HENRIQUE (emocionado) – Você quer...
MICHEL – Quero apenas te
fazer feliz, do mesmo jeito que você me faz. (sorri / P) E então, onde
você quer colocar esta estrela?
HENRIQUE (apontando para a
parte de traz do ombro) – Aqui.
Michel coloca lentamente o papel da
tatuagem adesiva no local indicado e com cuidado cola a tatuagem. Ele retira e
a tatuagem perfeita fica na pele de Henrique, que sorri feliz.
Um corte em fade out, vemos o dia
começando a clarear. Michel sentado e Henrique deitado sobre o seu colo,
assiste o nascer do sol. Encantado ele se levanta olhando vidrado a beleza do
nascer de um novo dia. Michel pega uma caixinha em seu casaco e caminha até
Henrique e o vira.
MICHEL – Henrique, (se ajoelhando) você aceita se
casar comigo?
Henrique fica surpreso e Michel
ajoelhado aguardando a resposta.
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